Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente sempre que tiverem queixa contra alguém. Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês… (Cl 3, 12-13)
Por Elaine Cristina Porto
Quem de nós, algum dia, não se viu exclamando a frase: “Misericórdia, Senhor!”?
Sabemos o que realmente estamos falando e pedindo? Nossos sentimentos e atitudes estão ajudando para recebermos o que pedimos?
Somos chamados, como filhos de um Deus que é Pai amoroso, a agir com bons propósitos, realizar boas ações, ainda que estas sejam difíceis para nós em determinados momentos.
Assim como disse o saudoso Papa João Paulo II:
– “Deus, rico em misericórdia, redentor do homem, Senhor e doador da vida, exige da parte dos homens atitudes precisas, que se exprimem também em ações ou omissões que concernem o próximo”. (São João Paulo II)
Deparamos-nos hoje com uma falta de amor, de respeito, de fé. Há falta de iniciativa, de coragem; falta objetividade, união, credibilidade. As pessoas estão na comodidade e essa ociosidade (“o estar parado”) contribui para o negativismo e uma sociedade cada vez mais individualista.
Sejamos pessoas prontas a colaborar. Participar. Que não precisemos esperar as condições ideais. Nós somos capazes de fazer as coisas acontecerem.
Libertarmos-nos dos vícios e egoísmos estando abertos ao amor, para o conhecimento e para a ajuda, pois uma comunidade sadia é também um lugar de correção fraterna.
Nestas situações da vida, temos o poder da escolha bem diante de nós.
Como filhos amados e escolhidos desse Deus Misericordioso, devemos optar sempre pelo caminho do amor, da misericórdia, do perdão.
A conversão é uma decisão!
A Bíblia nos relata as primeiras conversões em Atos dos Apóstolos:…Pedro lhes respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus.” (At 2, 38-39).
Em uma de suas reflexões em homilias, o Papa Francisco nos explica como conseguir o perdão de Deus:
…“Mas como eu posso me converter? “Aprendam a fazer o bem!” A conversão. A sujeira do coração não se remove como você remove uma mancha: vamos à lavanderia e saímos limpos… remove-se com o ‘fazer’: tomar um caminho diferente, uma estrada diferente daquela do mal. “Aprendam a fazer o bem”, diz o Pontífice.
É importante nos educarmos na disciplina, pois as decisões são diárias e a todo instante.
É a consciência de fazer a coisa certa no agora, no momento presente. Educando-nos para educar; pois lembrando o que diz no ditado popular “as palavras movem, os exemplos arrastam”. O exemplo é transformador. As pessoas respondem positivamente aos chamados.
E mesmo tendo nós, pecadores errantes, ainda que por muitas vezes, não tomando as atitudes corretas de um bom cristão, com humildade devemos voltar e ter fé no poder da salvação de Deus.
A misericórdia, palavra chave do pontificado do Papa Francisco nos convida também à abertura de coração para um Deus misericordioso, assim como nos mostra Jesus na Parábola do Filho Pródigo (Lc 15, 11-32). O Pai vendo ao longe o filho pecador volta-se para ele e o convida num abraço de Pai. O Pai da Misericórdia!