Diocese de Santo André

Para a CNBB, microcefalia não justifica a defesa do aborto alguns

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 4, a diretoria da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, divulgou uma nota onde convoca a Igreja no país a se empenhar no combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor dos vírus Zika, Chikungunya e Dengue.

Citando a declaração da Organização Mundial da Saúde sobre a gravidade do situação, a nota diz que o alerta não deve levar ao pânico, como se a situação fosse “invencível”, apesar de sua “extrema gravidade”.

Um destaque especial foi dado à questão do aborto que voltou às discussões quando alguns grupos reclamaram ao Supremo Tribunal Federal o “direito” de abortar em casos de microcefalia. Para a CNBB, isso não justifica defender o aborto, mas trata-se de um “total desrespeito à vida”.

A instituição pediu que seja garantida, “com urgência”, a assistência aos atingidos pelas enfermidades, sobretudo às crianças que nascem com microcefalia e suas famílias. “A saúde, dom e direito de todos, deve ser assegurada, em primeiro lugar, pelos gestores públicos. A eles cabe implementar políticas que apontem para um sistema de saúde pública com qualidade e universal”.

A CNBB também pediu o comprometimento dos cidadãos. Sugeriu que as comunidades paroquias se sensibilizem e se mobilizem para combater o mosquito transmissor, alertando os fiéis durante as Missas, encontros de pastorais e em outras ocasiões oportunas.

“Exortamos as lideranças de nossas comunidades eclesiais a organizarem ações e a se somarem às iniciativas que visem colocar fim a esta situação. As ações de competência do poder público sejam exigidas e acompanhadas”, diz a a nota.

O presidente da CNBB, Dom Sérgio da Rocha, disse que este será também um dos assuntos da conversa com a presidente Dilma Rousseff, numa reunião vindoura. O bispo disse que insistirá na necessidade de dar assistência às pessoas que foram infectadas pelo Zika. A nota citada também será entregue ao Governo Federal.

Leia a mensagem na íntegra

MENSAGEM DA CNBB SOBRE O COMBATE AO AEDES AEGYPTI

 “Tu me restauraste a saúde e me deixaste viver” (Is 38,16b)

O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunido em Brasília-DF, nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2016, conclama toda a Igreja no Brasil a continuar e intensificar a mobilização no combate ao mosquito aedes aegyti, transmissor da dengue, do vírus zika e do chikungunya. Com um grande mutirão, que envolva todos os setores da sociedade, seremos capazes de vencer estas doenças que atingem, sem distinção, toda a população brasileira.

Merece atenção especial o vírus zika por sua provável ligação com a microcefalia, embora isso não tenha sido provado cientificamente. A gravidade da situação levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a microcefalia e o vírus zika emergência internacional. O estado de alerta, contudo, não deve nos levar ao pânico, como se estivéssemos diante de uma situação invencível, apesar de sua extrema gravidade. Tampouco justifica defender o aborto para os casos de microcefalia como, lamentavelmente, propõem determinados grupos que se organizam para levar a questão ao Supremo Tribunal Federal num total desrespeito ao dom da vida.

Seja garantida, com urgência, a assistência aos atingidos por estas enfermidades, sobretudo às crianças que nascem com microcefalia e suas famílias. A saúde, dom e direito de todos, deve ser assegurada, em primeiro lugar, pelos gestores públicos. A eles cabe implementar políticas que apontem para um sistema de saúde pública com qualidade e universal. Nesse sentido, a Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano contribui muito ao trazer à tona a vergonhosa realidade do saneamento básico no Brasil. Sem uma eficaz política nacional de saneamento básico, fica comprometido todo esforço de combate ao aedes aegypti.

O compromisso de cada cidadão também é indispensável na tarefa de erradicar este mal que desafia nossas instituições. O princípio de tudo é a educação e a corresponsabilidade. Por isso, exortamos as lideranças de nossas comunidades eclesiais a organizarem ações e a se somarem às iniciativas que visem colocar fim a esta situação. As ações de competência do poder público sejam exigidas e acompanhadas. Nas celebrações, reuniões e encontros, sejam dadas orientações claras e objetivas que ajudem as pessoas a tomarem consciência da gravidade da situação e da melhor forma de combater as doenças e seu transmissor. Com o esforço de todos, a vitória não nos faltará.

Deus, em sua infinita misericórdia, faça a saúde se difundir sobre a terra (cf. Eclo 38,8). Nossa Senhora Aparecida, mãe e padroeira do Brasil, ajude-nos em nosso evangélico compromisso de promoção e defesa da vida.

Brasília, 4 de fevereiro de 2016

Dom Sergio da RochaArcebispo de Brasília-DFPresidente da CNBB

Dom Murilo S. R. KriegerArcebispo de São Salvador da Bahia- BAVice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich SteinerBispo Auxiliar de Brasília-DFSecretário Geral da CNBB

André Cunha, da redação

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