“Etimologicamente, misericórdia significa abrir o coração ao miserável. E vamos logo ao Senhor: misericórdia é a atitude divina que abraça, é o doar-se de Deus que acolhe, que se dedica a perdoar. Jesus disse que não veio para os justos, mas para os pecadores.”
Vivemos nessa quaresma um tempo único e especial para nossa Igreja, para nossa vida, para nossa alma, para nossa conversão. Ao proclamar o Ano Santo da Misericórdia, nosso querido e amado Papa Francisco quis nos aproximar do coração do Pai… um coração que é TODO misericórdia, um coração que não nos desfaz por nossa miséria, ao contrário, nos aproxima por sermos miseráveis.
Ao meditar e contemplar a parábola do Filho pródigo, nos colocamos, muitas vezes, no lugar do filho mais novo, que foi, gastou tudo o que tinha e o que tirou do pai, e voltou todo sem-graça, pedindo o perdão do pai… sim, somos esse filho, um filho que se afasta da casa de Deus com nossos pecados, com nossas faltas e nosso orgulho; porém, quantas e quantas vezes, somo o filho mais velho? Aquele que não se afasta do pai, que faz todas as suas vontades, mas não usufrui dos bens de dentro de casa… ficamos só a ver e a fazer tudo, para que o outro se alegre com nosso servir, mas não nos deixamos aproximar por Deus que é misericórdia e compaixão… e ainda nos zangamos quando vemos aqueles que estavam afastados se reaproximando da casa que é fonte de misericórdia.
E como nos reaproximar da casa de Deus, do Seu coração e da Sua misericórdia? CONFISSÃO!!!
A Igreja nos pede que, ao menos uma vez ao ano, na Páscoa do Senhor, nos reaproximemos pelo sacramento da confissão.
Papa Francisco, na entrevista que deu origem ao livro “O nome de Deus é misericórdia” (recomendamos a leitura), disse que o confessionário não deve ser uma lavanderia, onde se lavam as manchas, porque o pecado não é uma mancha; o confessionário tem de curar a ferida, medicar a ferida, pois assim o pecado é. Para se fazer uma boa confissão, é preciso colocar “abertamente as realidades de sua vida diante de Deus, o que está sentindo, o que está pensando. Que saiba olhar com sinceridade para si mesmo e para o seu pecado. E que se sinta pecador, que se deixe surpreender, ser tocado por Deus. Para que Ele nos preencha com o dom da Sua misericórdia infinita.”
Enfim, por mais que nos envergonhemos de nossos pecados, por mais que estejamos afundados neles, a Misericórdia de Deus é bem maior. Deixe essa vergonha e o medo de lado e vá logo em busca dessa absolvição, afinal, esse é tribunal em que nos declaramos culpados, mas nunca somos condenados.
Fonte: O nome de Deus é misericórdia, Papa Francisco – editora Planeta.
Por Taíse Palombo