Sinopse: Situado em 2029, Logan. Caliban e o Professor Charles Xavier vivem escondidos no deserto mexicano em um mundo desolado e praticamente sem mutantes. As coisas se complicam quando Laura, conhecida como X-23, foge de uma corporação que cria mutantes como arma e encontra Logan e pede sua ajuda. Com o fator de cura de Logan comprometido e Xavier sofrendo de demência, eles precisam ajudar X-23 a encontrar um lugar seguro no mundo, enquanto são caçados pelos Carniceiros.
Chegamos ao último filme em que o ator Hugh Jackman atua como Wolverine, e nesta produção com muita violência (é bom deixar claro ao espectador, tem muita violência mesmo) vemos o melhor filme com o personagem. Dificilmente qualquer fã de filmes de heróis ou de quadrinhos reclamará.
O primeiro ponto a se destacar é que, mesmo com toda a violência, não se trata de mais uma aventura do personagem Wolverine, mas vemos o fim da história de um homem (Logan) se passando em 2029, tempo em que quase todos os mutantes morreram e, dos X-Men, sobraram apenas ele e o Professor Charles Xavier que, inclusive, está doente e com problemas psicológicos.
Logan trabalha para sustentar e cuidar de seu amigo doente, sendo que ele mesmo sofre com problemas no seu fator de cura. É um esforço grande para quem costumava tentar manter distância das pessoas. Vemos a relação de amizade tão forte quanto a de um filho cuidando de seu pai idoso e doente, com suas alegrias e dissabores.
E no meio disso tudo ainda aparece uma menina mutante que tem poderes semelhantes aos de Wolverine, e aqui vemos as dificuldades de Logan em lidar com a criança. Aprendeu a “ser filho” pela necessidade, mas conseguirá “ser pai”? Até onde irá para ajudá-la?
O filme nos mostra que precisamos fazer o bem às pessoas sem esperar recompensa, inclusive para quem não teríamos obrigação alguma. Logan se sente impelido a agir como o bom samaritano, da mesma forma que nós devemos fazer.
São João Paulo II, na Carta Apostólica Salvifici Doloris, nos coloca claramente que ser o Bom Samaritano não é “apenas” ter compaixão
O Bom Samaritano da parábola de Cristo não se limita, todavia, à simples comoção e compaixão. Estas transformam-se para ele num estímulo para as ações que tendem a prestar ajuda ao homem ferido. Bom Samaritano, portanto, é, afinal, todo aquele que presta ajuda no sofrimento, seja qual for a sua espécie; uma ajuda, quanto possível, eficaz. Nela põe todo o seu coração, sem poupar nada, nem sequer os meios materiais. Pode-se dizer mesmo que se dá a si próprio, o seu próprio « eu », ao outro. Tocamos aqui um dos pontos-chave de toda a antropologia cristã. O homem « não pode encontrar a sua própria plenitude a não ser no dom sincero de si mesmo ». Bom Samaritano é o homem capaz, exatamente, de um tal dom de si mesmo.
Que possamos ver o filme e nos emocionar com a despedida de Hugh Jackman em relação ao seu principal personagem, Wolverine, mas também reconhecer em Logan ações que podemos tomar para a nossa vida… menos o uso das garras, é claro.
Fonte: Projeções de Fé