Para trabalhar o Guia de Leitura 2 do Sínodo Diocesano, na tarde deste sábado (24/06), Dom Pedro Cipollini falou aos padres e agentes sinodais da Região Pastoral São Bernardo do Campo Anchieta sobre o tema da Ação da Igreja nas Grandes Cidades. Este grande desafio de evangelizar nas metrópoles. O encontro foi na Paróquia Santa Maria. Antes o Padre Paulo Afonso presidiu o Momento de Espiritualidade.
Dom Pedro iniciou sua palestra explicando que “a gente esquece, mas a Igreja começou na cidade grande. No tempo do Império Romano mantinha uma rede de comunidades dentro das cidades mais populosas, mas depois perdeu este jeito de agir nos grandes centros. O apóstolo São Paulo sempre trabalhou nos grandes centros, dialogando com o povo destas cidades”.
O bispo continuou: “Agora a Igreja é conhecida pelo formato que atuou há décadas, dentro das zonas rurais. A Igreja até tentou trazer este formato para os grandes centros, mas é uma nova realidade, um novo tempo. Ela perdeu a forma de evangelizar, e até hoje está procurando a melhor forma para retomar este trabalho”.
Trazendo para a realidade dos municípios do Grande ABC, citou que “o caminho é pela Pastoral de Conjunto. O Plano Pastoral nos mostra que é preciso trabalhar esta questão. Nosso clero, nosso povo almeja que este novo plano de ação tenha o nosso rosto, mas acima de tudo, que seja algo que produza de fato, nos faça movimentar, sair do lugar”.
Dom Pedro nos alerta sobre o fato das grandes cidades tentarem viver sem Deus. Ele afirmou que “nosso amor por Cristo é falso se não amamos a Igreja, que é o corpo de Cristo. Hoje somos influenciados pelo individualismo das grandes cidades. As pessoas têm seus interesses pessoais e não sobra tempo para olhar para Deus, trabalhar pelo Seu Reino. Mas Deus continua agindo e ele faz a cidade nova nos corações das pessoas”.
Em outro ponto citou que “existe uma dança de épocas. Antes o homem ia caçar seu alimento, hoje vai comprar no mercado. Éramos uma sociedade de caçadores, e hoje de consumidores. Antes andávamos a pé, andávamos a cavalo, hoje a tecnologia nos leva para longas distâncias em tempo muito curto. E mesmo assim as pessoas vivem com pressa. Vivemos numa sociedade líquida, onde tudo se desfaz com muita facilidade e com muita rapidez”.
Concluindo indagou: “Como cristãos o que temos a falar para esta nova sociedade? Uma sociedade maquiada, toda falsa, que vive de ilusões. Devemos trabalhar para que ela se converta em uma sociedade do amor. O cristão não pode acreditar em outra opção que não seja o Evangelho. A Igreja tem de mostrar Deus pela luz do seu testemunho, do testemunho de cada um de nós”.