As palavras de Dom Pedro Cipollini ao presidir a Missa de Desagravo, na noite de quinta-feira, (17/08), na Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, em Vila Clarice, em Santo André, trouxeram alento para o coração das centenas de fieis presentes. Naquele momento de dor e de tristeza, o bispo diocesano animou a todos, recordando que “até mesmo este fato, de falta de respeito e de amor para com o nosso Senhor, serve para nos unirmos ainda mais. Estamos aqui nesta noite, participando de mais uma eucaristia, recebendo o Sacramento da Comunhão, como Jesus nos pediu há dois mil anos”.
O desagravo se deve ao ato de profanação neste solo sagrado. Infelizmente, além deste ato de vandalismo na Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, a mesma triste ocorrência atingiu a Paróquia Senhor Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema, a Capela São Sebastião, em Rio Grande da Serra e a Capela Nossa Senhora de Guadalupe, em São Bernardo do Campo.
A Igreja prescreve um ritual próprio para o desagravo. A cor é o roxo e cânticos específicos são cantados, assim como as leituras das passagens bíblicas. O bispo diocesano asperge a água benta, não só na assembleia, como no altar, nas paredes, portas e no sacrário. A celebração tem início do lado de fora da paróquia, e só então as portas são abertas.
Em sua homilia, Dom Pedro recordou que “Nos reunimos hoje para celebrar a Santa Eucaristia e reparar a ofensa feita a Nosso Senhor Sacramentado, presente no sacrário desta igreja matriz de Nossa Senhora do Bom Parto. Esta santa missa tem caráter penitencial porque quando sucede uma profanação Deus é ofendido pelo desrespeito manifestado, a comunidade pede perdão, se penitencia invocando a misericórdia de Deus sobre si e sobre os que praticaram o ato sacrílego”.
Em outro momento, o bispo falou dos tempos atuais. “Vivemos em um mundo secularizado, onde nada mais é sagrado porque o ser humano não se respeita, não há respeito de uns para com os outros, por isso vai perdendo a capacidade de admitir a presença de Deus na própria vida e na vida da sociedade. Muitos não acreditam em Deus ou se acreditam vivem como se Ele não existisse. O descaso, e muitas vezes a agressão ao Sagrado tornou-se corriqueiro em nossos dias”.
Todavia, sua conclusão, trouxe a esperança em todos. “Porém, nossa fé nos ensina que Deus está presente no mundo. Nossa fé nos ensina que Deus é luz e quem é da luz não anda nas trevas. Os filhos das trevas não gostam da luz dos filhos da luz. Os filhos da luz são todos aqueles que acreditam em Jesus e se reúnem em torno dele para viver seu mandamento de Amor. Este amor que é muito forte e pode transformar as trevas em luz. Amor que pode acender a luz no coração dos que estão desesperados. Que um dia possam conhecer a alegria de receber Jesus no coração e poder dizer com todos nós: Graças e louvores se dêem a todo momento ao Santíssimo e Digníssimo Sacramento”.
Texto de Humberto Pastore
Fotos de Elaine Venciguerra