Este texto se coloca como uma reflexão crítica e também como um grito de indignação frente as insistentes práticas de intolerância religiosa que se assistem no Brasil.
Sempre precisamos contar com a misericórdia de Deus, pois somos pecadores. Ao utilizar o nome de Deus para coisas vãs, o pecado se materializa, ferindo o segundo mandamento. Quando alguém diz que bate no outro em nome de Jesus, o pecado se apresenta não somente pela utilização da violência, como também justificá-la como algo que o Senhor deseja.
Rodaram nas redes sociais, imagens de irmãos do candomblé sendo obrigados por “cristãos” criminosos a destruir seu templo sagrado bem como seus objetos de culto; uma violência física que decorreu numa violência psicológica para com aquelas pessoas. Essa violência atinge a todos que defendem o direito humano da liberdade de culto num Estado que está longe de ser laico.
O leitor pode estar pensando em diversas outras manifestações de violação às práticas religiosas, tais como quebrar imagens de santos, profanar a Eucaristia, usar de maneira inadequada objetos de devoção, entre outras. Realmente, esse é um fato que incomoda a todos. É preciso se posicionar a favor da vida, da liberdade respeitosa e pautada no diálogo solidário com todos, sem exclusões e proselitismos.
Disse Jesus “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). Que possamos, como seguidores, nos colocarmos não como juízes, mas como servos, sendo testemunhas da caridade e da acolhida ao outro. Toda a solidariedade aos irmãos de Religiões de matriz africana. Vistamos branco pela paz entre todas as religiões.
Escrito por Jerry Adriano Villanova Chacon, filósofo e educador, membro da Pascom da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Santo André.