Há tempos circulou pela internet, e acredito que ainda circule, uma destas histórias que nos põe a pensar. Era uma vez, uma mãe com seu filho nos braços que estando dentro de uma caverna repleta de tesouros, ouvia a seguinte mensagem: pegue o que quiser, leve o quanto puder e saia antes que a porta se feche, mas não se esqueça do mais importante!
No afã de carregar o máximo do precioso achado, aquela mãe colocou seu filho de lado e começou a recolher muitos tesouros. Assim que o tempo se esgotou, eufórica correu para fora da caverna que foi fechada definitivamente com uma enorme pedra.
Foi então que se lembrou de que havia esquecido seu filho lá dentro… o verdadeiro tesouro em detrimento de uma ambição fútil.
Esta é apenas uma história que contraria a quase totalidade das mães que conhecemos, pois é certo que elas estão em todos os lugares, atentas a tudo, para que o melhor dos vinhos não falte na vida de seus filhos (Jo 2, 1-11) como aquela mãe do céu que estando numa festa de casamento em Caná da Galileia, por causa de seu cuidado e atenção em tempo integral, percebeu as necessidades de seus filhos e intercedeu junto ao Pai para suprir-lhes o essencial para sua sobrevivência e alegria.
Lembremos nossas mães de antigamente… mulheres criadas e educadas para serem boas esposas, boas mães e excelentes donas de casa… mulheres de fé, de oração com a família e de observância dos mandamentos da lei de Deus. Muitos filhos para cuidar (6, 8, 10, 11, 12 ou mais), muitos afazeres domésticos que exigiam a confecção de tudo. Morávamos na roça… não tínhamos energia elétrica… tudo era muito simples e possível a todos… não existiam facilidades nem coisas prontas… Torrar e moer o café, fazer o pão, lavar a roupa na mão, acender o fogo com lenha e aproveitar as brasas para passar a roupa que era confeccionada em casa… criar seus próprios animais para consumo doméstico (a galinha, o porquinho e a vaquinha) e ainda ter tempo para acarinhar os filhos, congregar a família, tornando-a “comunidade de pessoas” onde se partilhava tudo, “santuário de vida”, em que a vida era acolhida, defendida e respeitada do princípio ao fim natural, e “igreja doméstica”, onde se rezava o terço diariamente, onde os tempos litúrgicos de nossa Igreja eram observados mesmo na zona rural. Somos provas de que tudo funcionou direito e cá estamos dando nosso testemunho e nossa contribuição ao mundo. Sou a sexta filha numa família de 10. E que saudades de mamãe que muito me ensinou, mesmo sem nunca ter ido à escola… muito da mulher, da mamãe e da vovó que sou hoje, devo integralmente a ela.
Hoje, a mulher moderna, tem que conciliar trabalho e filhos, delegando a creches e escolinhas, um cuidado que seria seu. Em muitas situações, a mulher é obrigada a buscar o sustento para sua família, ausentando-se na maior parte do tempo. Nem sempre, com um parceiro que divida com ela as despesas, a tarefas e tantas outras preocupações com os filhos. São tantas sendo mãe e pai ao mesmo tempo. “Os homens vão para o trabalho; as mulheres são trabalho em tempo integral”, dizia um post do facebook.
Uma coisa que me encanta é a mulher que apesar da dupla e, às vezes, tripla jornada diária, consegue ser boa mãe para seus filhos, imprimindo qualidade ao seu pouco tempo com sua prole. Não só primando pelo bem estar material repleto de coisas que o mundo moderno julga e prega ser essencial; mas também e, principalmente, passando para seus filhos valores morais, éticos, cristãos: rezando com eles, levando-os à Missa, ensinando-lhes as coisas do Reino numa eterna catequese que começa na gestação e vai acontecendo dia a dia. Dizendo “sim” para o que faz bem e agrada a Deus, e “não” para o que é contrário à verdadeira felicidade querida para todas as suas criaturas.
Nosso tributo, aos homens que as apoiam na busca de uma realização pessoal e profissional, dividindo tarefas, ou em muitas vezes, assumindo sozinho toda esta responsabilidade, de criar bem seus filhos, sendo pai e mãe simultaneamente.
Para as mães, jovenzinhas ou menos jovenzinhas, ricas ou pobres, solteiras ou nãos, viúvas, biológicas ou adotantes, que não se distraem com certos tesouros do mundo, que não terceirizam (em tempo integral a babás e a escolas) a educação e formação de seus filhos, que são mães até as últimas consequências, nossos parabéns, nosso carinho e nossas orações. Vocês são únicas, imprescindíveis e insubstituíveis.
Nossas orações para aquelas que, desesperadas pelo abandono, abortaram seus filhos, abortaram sua felicidade, abortaram toda uma posteridade e ainda carregam o peso de terem se fechado e dito não ao maravilhoso chamado de vida para sua própria vida.
Que Maria, a mãe zelosa do Jesus criança, do Jesus adolescente, do Jesus adulto, nos ensine e nos anime a dizermos sempre “sim” ao projeto do Pai para cada uma de nós mulheres, em toda e qualquer situação, gerando e cuidando da vida, a sermos mães atentas aos vinhos que faltam em nossas famílias, especialmente, em nossos filhos, para que possam viver plenamente a missão a que foram chamados, dizendo: “Eis aqui a Serva do Senhor, Faça-se em mim, segundo a tua Palavra” Lc 1, 26-38
Depoimentos diversos:
Ser mãe de um filho que ainda não nasceu é esperar ansiosamente por cada ultrassom para poder ouvir o som do seu coraçãozinho e constatar que tudo está bem com ele; é vibrar com os chutinhos dentro da própria barriga; ficar feliz com a calça jeans que não fecha mais o zíper, pois significa que meu bebê está crescendo; e aguardar a sua chegada com o coração explodindo de amor e ter a certeza de que vou amá-lo por toda sua vida sem nunca ter visto seu rostinho.
Paula Toscano, 33 anos, grávida de 27 semanas de uma menina
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Ser mãe é sentir o mais puro e verdadeiro amor. É se apaixonar a cada dia. É colocar a vida de seu filho em primeiro lugar. É vibrar com cada sorriso e se encantar com cada fase. É dormir pouco e sentir na pele o que nossas mães passaram e passam numa preocupação constante com o bem de seus filhos. É agradecer a Deus todos os dias pela maior das bênçãos que é ser mãe. É ser grata à sua própria mãe. Uma missão incrível que perde muito quem não quer vivenciá-la. Agradeço a Deus, à minha mãe e ao meu filho por me escolherem para esta missão de filha e de mãe.
Aluete Baldon Blanco – 35 anos – mãe do Bernardo de 50 dias.
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Ser mãe é amar incondicionalmente… é tornar-se forte… é ajoelhar-se diante de Deus e pedir que ilumine a vida deste filho, além de si mesma… é nunca mais estar sozinha, nem em pensamentos… é sentir orgulho de momentos em que seu avental está sujo de farinha, e ter como recompensa um lindo sorriso por um pedaço de bolo… é emocionar-se com o desenho de uma simples bolinha com dois olhinhos e quatro risquinhos, e seu filhinho dizer ser bracinhos e perninhas de sua mamãe… é quase morrer de preocupação quando o filhote fica dodói pedindo a dor pra si e pular de felicidade ao vê-lo correndo novamente… é perceber que não fazia muito antes de este serzinho entrar em sua vida e que hoje consegue fazer tudo e ainda sobra tempo… é acordar de madrugada para saber se o filho está coberto e respirando… é exercício de paciência…é dar beijinho no dodói para sarar… é questionar-se para saber se está cumprindo bem seu papel de mãe… é sentir ciúmes de sua mãe porque ela é mãe duas vezes… é reconhecer que todo o sacrifício vale muito a pena… é dom… é dádiva de Deus.
Tânia Gusmão Darin – 30 anos – mãe do Matheus de 4 anos.
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Sinto-me privilegiada por ter sido escolhida por Deus para ser mãe; mais ainda por ser ‘Mãe do coração! Deus nos agraciou com duas preciosidades.
Um filho por adoção nunca é falta de amor ou opção, ao contrário é um filho mais que desejado e esperado, o resultado de anos de lutas… indescritível a honra de acolher uma vida não desejada por outro, e tão idealizada em nossa história! Deus nos permitiu um encontro de almas; não saíram de mim, mas com certeza entraram em nossos corações!
Claro que deve ser muito prazeroso comparar se o filho se parece com a mãe ou com o pai, avós… porém, quando temos oportunidade de ser |Mãe após tantos desafios, isso tudo se torna secundário, e o que de fato importa é o amor, sentir-se amada, ser chamada de Mãe… perante tudo isso, o que menos importa são características físicas ou personalidade, sendo a verdadeira prova de que todos somos semelhantes à imagem de Deus.
Uma honra não ter somente dado à luz, e sim poder ser luz na vida de dois filhos do céu!!!
Pedro e Miguel vieram reescrever nossa história… como nunca amei! –
Gisele Monteiro Paiola – mãe de Pedro, 11 anos, e Miguel, 8 anos.
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Ser mãe é viver o amor atendendo ao chamado de Deus na continuidade da criação. É vocação e missão, chamado e resposta, uma emoção inexplicável. É chorar e sorrir, é sofrer e se alegrar todos os dias. É aprendizado. É estar sempre a serviço: com amor, no amor e para o amor. Amo ser mãe.
Maria Ida, 65 anos; mãe do Fábio, 39 anos; Fernando, 37; Avó do Breno, 9 ; Yasmim, 7; Isabela, 3 e Lucas, 2.
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Ser mãe é a melhor coisa que já me aconteceu. O que me faz sentir viva de verdade…. Minha motivação… Minha força… Minha necessidade de aprender mais, observar, ouvir para transmitir o que a vida tem de mais belo. E não reclamar, e sim agradecer a cada segundo por eles (meus filhos) me tornarem tão especial e a me ensinarem o verdadeiro amor. Mas como assim? São 3!!! Você não tem tempo pra nada… suas prioridades mudam… você quase enlouquece …. mas o cheiro, o sorriso, a atenção, a gratidão por vê-los conquistando o mundo, fazendo descobertas é muito maior que uma longa noite de sono. Embora eu não me lembre muito bem dessa parte (risos) Eles me fazem enxergar coisas bonitas onde só tem desgraça e tristeza… eles me fazem enfrentar a vida com mais seriedade e uma serenidade inexplicável. Se eu me cobro? Muito, já que quero o melhor para eles…. Se eu me culpo? Muito, porque tenho que me virar nos 30 para conciliar casa, família, trabalho, marido, ser mulher, ter amigos etc. Se eu tenho medo? Muito, pois não consigo protegê-los de todos os perigos, mas como só tenho dois braços e são 3 filhos, me falta um braço… me falta um mundo mais seguro e acolhedor onde eu possa colocar o futuro deles…Se eu sou feliz? 3 vezes mais em tudo…..Portanto, apesar do turbilhão de sentimentos…a montanha russa dos dias ao lado deles cheios de emoções e de altos e baixos… da intensidade dos dias e das noites……gostaria apenas de dizer que eles me ensinam a cada segundo e sou muito mais realizada e completa por eles existirem.
Ethiane, 35 anos, mãe de três filhos: Arthur, 10 meses; Alice, 3 anos e Davi, 6 anos.
Artigo desenvolvido pela revisora Osmarina Pazin