A Diocese de Santo André, no dia 04 de agosto, ordenará seus cinco novos padres. E para que possamos conhecer um pouco mais sobre eles, desenvolvemos essa série de entrevistas, que serão divulgadas toda quarta-feira.
Nos diga seu nome
Cláudio Pereira Santos.
Apresente sua filiação
Minha mãe e a Cleusani Pereira Santos e meu pai, José Pereira Santos (in memoriam).
Em que cidade nasceu?
Nasci em São Bernardo do Campo.
Como era a relação com a Igreja na infância?
Minha família não tinha o costume de ir à Igreja, mesmo se considerando católica. Porém, minha mãe sempre me transmitiu de maneira incrível a fé e confiança em Deus. Aprendi a rezar desde cedo e a ter amor e temor a Deus. Fui batizado aos 5 anos de idade e meus padrinhos eram um grande referencial de serviço na Igreja. Por providência divina, uma catequista da comunidade bateu na porta da minha casa e fez o convite para que eu fizesse a catequese em preparação à primeira comunhão. Recordo-me que, ao ouvir a catequista falando com minha mãe no portão, de imediato, sai correndo da sala de casa e disse que queria muito fazer a catequese. Minha mãe autorizou e iniciei minha jornada na igreja. Minha relação na comunidade era muito sadia e agradável; sentia-me acolhido pela comunidade e feliz. Sempre tive apreço pela leitura e a comunidade percebeu esta minha inclinação, e logo fui inserido na liturgia e em outras pastorais.
Quando sentiu o chamado vocacional?
Senti o chamado vocacional em abril de 2004. Foi em um encontro da Renovação Carismática Católica, onde muito foi falado sobre a vocação, pois naquele ano a Paróquia Sagrada Família, de São Bernardo do Campo estava criando a Pastoral Vocacional. Naquele dia a palavra “vocação” reverberava de maneira diferente dentro de mim e eu contei apenas para alguns amigos, mas sentia medo quando pensava na possibilidade e procurei o Pe. Paulo Afonso, que me mostrou a importância do tempo de amadurecimento e discernimento.
Como foi contar para a família?
Foi muito difícil, pois nesta época a minha mãe não participava da Igreja. Ela sempre me deixou livre para fazer minhas escolhas, mas demonstrou certo desgosto e desapontamento. Hoje, graças a Deus, toda a minha família vai á missa e minha mãe fez a catequese de adultos, recebeu a Primeira Comunhão e Crisma em 2017, minha irmã é catequista e meu irmão participa de uma comunidade no resgate de pessoas com dependência química ou alcoólica.
Como foi contar para os amigos?
Foi algo tranquilo, considerando que o meu maior círculo de amizades era dentro da Igreja. A maioria me deu apoio e incentivo. Foi uma grande festa e alguns diziam: “Eu sempre soube da sua vocação”. Aliás, foram estes amigos (sem citar nomes para não ser injusto) que me ajudaram também no discernimento e me provocavam a ir além.
Qual a sua paróquia de origem?
É a Paróquia Sagrada Família (Região São Bernardo Anchieta).
Qual foi o sacerdote que mais o incentivou?
Foi Padre Paulo Afonso da Silva.
Teve dúvidas durante a caminhada? Se teve, como trabalhou este momento?
Tive uma forte dúvida em 2014, pois houve uma série de acontecimentos. Recordo-me que vinha no pensamento: “Deus não precisa que eu seja padre, então tanto faz seguir este ou aquele caminho”. Claramente se tratava de uma tentação, mas a princípio não percebia. O que me ajudou foi saber esperar e ficar atento ao que Deus iria me dizer. Naquela ocasião o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, veio em nossa Diocese de Santo André e falou de sua experiência frustrante na Tailândia e de como Deus o reergueu naquele episódio por meio da oração sincera que ele fez em um quarto de hotel. Resolvi, então, fazer a mesma coisa e a resposta que Deus me deu foi surpreendente.
Quando e como foi entrar na vida do seminário?
Ingressei no seminário dia 20 de fevereiro de 2010 e foi uma mistura de sentimentos, pois havia deixado emprego e tantas outras coisas para trás, porém sempre confiei muito em Deus. A vida no seminário era completamente diferente do que havia imaginado, pois eu tinha uma visão demasiado romântica das coisas (daquelas que lemos na hagiografia). Daí precisei aprender que nem tudo é romantismo, mas sim decisão serena e confiante, madura e com amor.
Quais foram as paróquias que serviu até agora?
Neste rol estão: Paróquia Cristo Rei (Região Diadema), Paróquia Imaculada Conceição (Região Diadema), Paróquia São Pedro Apóstolo (Região São Bernardo Rudge Ramos), Paróquia Sant’Anna (Região RP e RGS), Paróquia Maria Mãe dos Pobres (Região Diadema), Paróquia Santa Luzia (Região RP e RGS), Paróquia Senhor Bom Jesus de Piraporinha (Região Diadema), Paróquia São Sebastião (Região RP e RGS) e Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes (Região Diadema – a atual paróquia).
Qual o santo de sua devoção?
Tenho dois. São Francisco de Assis e Nossa Senhora de Fátima.
Termine fazendo um convite para que participem da missa de sua ordenação
Meus irmão e minha irmã, com grande alegria em meu coração quero convidá-lo para a Missa de Ordenação Presbiteral, na qual seremos ordenados (cinco novos padres) para servir à Igreja. Será dia 4 de agosto de 2018 às 9h na Paróquia Santo Antônio que fica na Vila Alpina em Santo André. Meu lema de ordenação será: “Ensina-me a cumprir tua vontade, pois tu és o meu Deus (Sl143,10). Neste sentido, desde já conto com sua presença e com suas orações para que eu sempre faça a vontade do Senhor. Forte Abraço.