Bispo diocesano presidiu Solenidade de Pentecostes para cerca de 300 pessoas, em capela do Parque Los Angeles, na cidade de São Bernardo
“A comunidade deve estar unida como as cordas de um violão. Cada uma é diferente, mas todas juntas têm que tocar uma música que tenha harmonia. O Espirito Santo faz essa união entre nós. Quem é membro da Igreja, o primeiro testemunho missionário é essa união do povo de Deus”. As palavras do bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini, durante a Solenidade de Pentecostes, traduziram um momento muito especial para a Comunidade Divino Espírito Santo na manhã de domingo (09/06), no Parque Los Angeles, em São Bernardo do Campo.
Cerca de 300 pessoas participaram da procissão e lotaram o salão onde foi realizada a celebração com Dom Pedro, que relembrou a primeira passagem realizada há três anos para conhecer o bairro e destacou a organização das pastorais e leigos que contribuem para a evangelização e ação missionária da igreja na região.
“Quanto mais tivermos o Espírito Santo presente aqui, mais vai ser uma comunidade de discípulos e missionários, luz do mundo e sal da terra. O Espírito Santo transforma os corações, transforma a vida da comunidade, da família e o mundo. Em Jesus, Deus está fazendo uma nova criação. Pentecostes inicia o novo povo de Deus. E a nova criação é aquela geração que vive da graça de Deus, da força e do amor de Deus, que não desanima diante dos desafios e das dificuldades”, reflete o bispo.
Momento marcante aconteceu com a entrada das crianças com os sete dons do Espírito Santo: fortaleza, sabedoria, entendimento, ciência, conselho, piedade e temor de Deus, bem como as pastorais e movimentos que trabalham na comunidade.
Pároco da Paróquia Santo Antônio, no Batistini, que administra a comunidade, Pe. José Osvaldo demonstrou satisfação com as presenças expressivas dos fiéis e do pastor da Igreja Católica no Grande ABC. “Esse povo que reza pela diocese e que reza pelas vocações sacerdotais está unido em nome de Jesus. Tenha a certeza que essa comunidade também reza pelo senhor (Dom Pedro). Vamos pedir para que o Espírito Santo ilumine sempre essas pessoas que ajudam a construir o Reino de Deus”, salienta.
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Vencendo as dificuldades
Expressando felicidade em estar no local, Dom Pedro reafirmou que a Comunidade Divino Espírito Santo precisa continuar sendo uma chama de esperança e amor de Deus como espelho para uma sociedade mais justa e fraterna.
“Continuaremos trabalhando para vencer as divisões no mundo, a injustiça, a maldade. O que deixa as pessoas desaminadas é a falta do Espírito Santo. Ele nos anima. Faça a sua parte levando seu tijolinho e o Espírito Santo vai construindo, como uma parede com os tijolos que precisa daquela massa para ligar os tijolos. Essa comunidade é consagrada ao Espírito Santo. Invoquem sempre o Espírito Santo e trabalhem unidos na fé, no amor e na caridade, testemunhando essa fé que temos e que devemos agradecer a Deus”, reitera.
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História da comunidade
Jânio Ribeiro, 64 anos, está aposentado dos trabalhos de operador de máquinas, mas segue firme nos serviços da pastoral social. Com certa nostalgia, ele revela o nascimento da comunidade.
“Aqui começamos a construir o espaço por volta de 1991. Antigamente era a Paróquia Santa Maria que cuidava de 12 capelas e anos depois tivemos a divisão e passou a pertencer a área da Paróquia Santo Antônio. Compramos o terreno e foi construído o salão e o local das celebrações, na época com o Pe. José Aguirre”, recorda o também líder comunitário, que já foi presidente da associação de bairro e relembra a origem do nome Divino Espírito Santo.
“Sempre fizemos esse trabalho de evangelização de casa em casa. Rezávamos o santo terço e em determinada reunião, o Pe. Aguirre sugeriu o nome para a capela e todos aceitaram. De lá para cá já são quase 30 anos de muitas lutas e desafios para essa comunidade refletir os ensinamentos de Jesus”, conta.
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Emoção e longevidade
Coordenadora da equipe de liturgia, a costureira Maria Ciça, 52 anos, também agradece emocionada esse momento em que o pastor esteve presente para celebrar Pentecostes. “Para mim, representa a unidade do Espírito Santo em nossas vidas. É uma honra recebermos o bispo e observar que todas as pastorais e movimentos participaram e organizaram tudo com amor”, sintetiza.
Nascida em Feira de Santana, na Bahia, a aposentada Luiza Ferreira Lima, 80 anos, já presenciou muitas celebrações da festa da descida do Espírito Santo sobre os apóstolos desde a infância em terras baianas. Ela não titubeia em dizer que espera atingir a marca centenária. “Tudo lindo. Recebemos muitas graças. Todo mundo gosta de vir aqui. Venho todo domingo. Deus é tão maravilhoso que quero viver mais de cem anos aqui”.