A Semana Santa nos insere no tempo litúrgico que é o ponto alto de nossa fé: o Tempo Pascal, durante o qual a Igreja celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Para isso, ao longo dos dias da Semana Santa, somos preparados para viver profundamente este mistério junto a Jesus. Assim como ele se entregou ao Pai com humildade, nós também podemos, a cada ano, até que o Senhor venha, crescer no desejo de santidade.
A Semana Santa começa no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, que faz memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, que recebe a aclamação do povo. Neste dia, também nós, com nossos ramos, saudamos com “hosanas” aquele que vem em nome do Senhor. Neste dia também refletimos sobre a Paixão do Senhor. Os outros dias da semana, sobretudo segunda, terça e quarta-feira, são vivenciados por muitas comunidades por meio de práticas de piedade popular, como, por exemplo: procissões do encontro, via-sacra, ofícios, etc.
Na quinta-feira santa tem-se início o Tríduo Pascal, que deve ser entendido e vivenciado como uma única celebração, que atinge seu ápice na Vigília Pascal, no sábado santo. A Missa Vespertina da Ceia do Senhor recorda a instituição da Eucaristia, na qual o Senhor se dá como alimento nas espécies do pão e do vinho, e também o mandamento do amor, ilustrado pela prática do lava-pés. Na Sexta-feira da Paixão, a Igreja jejua e intensifica sua oração. Não se celebra nenhum sacramento neste dia. Geralmente às 15h ocorre a Celebração da Paixão, onde mais uma vez se contempla a narrativa da paixão do Senhor, faz-se a oração universal, unindo a Igreja, as pessoas e as intenções gerais de todos os povos ao sacrifício redentor de Cristo. Faz-se também a adoração da cruz. A Vigília Pascal, no sábado santo, mãe de todas as vigílias, marca o início do Tempo Pascal. A luz do Ressuscitado brilha em meio às trevas e a obra salvadora de Deus encontra sua plena realização.
Por conta da pandemia da Covid-19 que flagela o mundo inteiro, este ano não poderemos celebrar juntos, em nossas igrejas, o Tríduo Pascal. Mesmo assim, é possível e louvável que todos os fiéis celebrem de suas casas estes dias tão importantes. A vivência da fé é o que nos mantém fortes. A Igreja somos nós e, por isso, podemos participar de nossas casas, entrando em comunhão com nossa comunidade, acompanhando virtualmente as celebrações e preparando nossas casas e nossos corações para exultarmos de alegria pascal.
* Artigo por Pe. Guilherme Franco Octaviano
