A Diocese de Santo André completa 66 anos nesta quarta-feira (22/07). A comemoração da data sempre recorda a origens da Igreja Católica no Grande ABC e a trajetória durante mais de seis décadas e meia desde a fundação do território diocesano. A Santa Missa em Ação de Graças pelo aniversário da Diocese acontece ao meio-dia e será presidida pelo bispo Dom Pedro Carlos Cipolini, com transmissão ao vivo pelas mídias sociais Facebook: https://bit.ly/35YfmwA e YouTube: https://bit.ly/2zHgOqU .
E esse aniversário certamente ficará marcado como algo único na história diocesana. Ano de muito aprendizado, desafios, dificuldades e superações. Em razão da pandemia global da Covid-19, os eventos presenciais foram cancelados ou adiados.
“Em toda a vida de um cristão e mais ainda em tempos pandêmicos, a arte do cristão é transformar a dor em amor, o sofrimento em esperança”, sugere o seminarista do 1º ano de Filosofia, Jefferson Almeida.
Por outro lado, as ações criativas e adaptações para manter as atividades no formato online serão lembradas como um grande marco de evangelização e protagonismo cristão.
“Realmente está sendo um desafio viver a vocação neste período de pandemia. Mas sem dúvida uma nova experiência, pois necessitei aprender a lidar com tecnologias que eu nem imaginava um dia precisar. Diria que tive de reaprender a ser padre”, confidencia Pe. Adenízio Leonardo Miranda, com 28 anos de sacerdócio e atualmente pároco da Paróquia Santo Antônio, em São Caetano.
Identidade diocesana
As missões e vocações sempre fizeram parte da construção da identidade diocesana. A determinação de um povo solidário e comprometido em anunciar a Boa Nova pelas sete cidades de nossa região.
“Viver a vocação em tempos de pandemia é voltar às origens, é reencontrar o silêncio, é redescobrir os verdadeiros valores. É voltar-se para dentro e descobrir o outro que está fora e sofre, porque na ausência das relações desapareceu também o básico para seu sustento. A pandemia está permitindo que vivamos apenas o hoje. É por isso estamos reaprendendo a amar as pessoas e não o que elas têm ou são”, analisa a assistente social das Pequenas Irmãs de Santa Teresinha, Irmã Helena Dias Vilela.
Vocação nas comunidades
E os 66 anos da Diocese também apresentam algo inédito para as comunidades: o Ano Vocacional, que começou em dezembro de 2019 e termina em novembro de 2020. A iniciativa visa despertar novas vocações para a messe do Senhor, principalmente religiosas e sacerdotais, e se adaptou aos tempos de isolamento social. Encontros por videoconferências, missas online e lives surgiram como soluções para incentivar a união de jovens e famílias em torno da oração para que o Senhor envie operários para a messe. Os ícones do Bom Pastor também inspiram o discernimento e surgimento de novos vocacionados.
“Este tempo de pandemia me fez reconhecer o quanto a vocação verdadeiramente nasce, cresce e se desenvolve em comunidade. Acredito que viver o ano vocacional neste contexto foi uma “desculpa” de Deus para nos fazer compreender que incentivar as vocações é também incentivar a vivência da fraternidade, fazendo de nossa Diocese uma verdadeira comunidade de comunidades”, sintetiza o vocacionado Isaac José da Silva, 30 anos, da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, na Região Santo André – Utinga.
Dom da caridade
Outra ação concreta que representa uma vitória é o Vicariato Episcopal para a Caridade Social, que em sete meses de existência já mobilizou inúmeras pastorais, movimentos e grupos na ajuda das famílias que enfrentam dificuldades financeiras nestes tempos de pandemia. “A caridade é um dom divino que nos faz enxergar as dores e necessidades do nosso próximo, nos traz um sentimento de indignidade perante às injustiças e nos move a cada dia a sair de nós mesmos, nos faz esquecer as nossas dores e pensar no próximo”, destaca Aguinaldo Viola, coordenador da Escola de Capacitação Antônio Frederico Ozanam, da Sociedade de São Vicente de Paulo.
Por meio de várias campanhas, como o Drive-Thru da Solidariedade, arrecadação de alimentos e agasalhos, doação gratuita de máscaras, entre outras, centenas de pessoas estão sendo beneficiadas com essa missão solidária.
“Viver a Vocação, em qualquer tempo, mas em especial neste tempo de incertezas devido à pandemia, é levar a certeza da presença de Jesus na sociedade que vivemos, através da Palavra, mas principalmente nas atitudes de amor, acolhida, partilha e solidariedade”, revela o diácono Vágner Monteiro da Silva, o Vavá, que atua na Paróquia São Sebastião, em Rio Grande da Serra, e participa das ações do Vicariato.
Importância das mídias sociais
A programação de lives na Diocese e nas diversas paróquias espalhadas pelas dez regiões pastorais também tem sido uma ferramenta mobilizadora de doações. “Muitas ações de caridade tem acontecido justamente através desses meios online e tem sido de grande ajuda para as pessoas mais atingidas economicamente. Muitas de nossas instituições associativas através de benfeitores e criatividade das Irmãs e colaboradores estão conseguindo manter-se”, enfatiza a secretária do Núcleo Diocesano da CRB (Conferência dos Religiosos e Religiosas do Brasil), Irmã Eliene Lima, que recorda um mantra: “o Senhor vai acendendo luzes quando vamos precisando delas.”
Assim, a Diocese de Santo André sempre preservará a vocação missionária, evangelizadora e solidária presentes nos itinerários do 8º Plano Diocesano de Pastoral, que tiveram origem de outra iniciativa inédita, o Sínodo Diocesano.