Diante do debate sobre o retorno das aulas presenciais no estado de São Paulo, sobretudo na região do Grande ABC, algumas questões têm sido levantadas sobre a retomada de uma maneira segura, afinal, a pandemia ainda não está controlada, e a eficácia do conteúdo apresentado de forma online apresenta inúmeros desafios. Especialistas na área da medicina acreditam que a volta se dará com segurança para todos apenas com a liberação da vacina, ou seja, provavelmente no primeiro semestre de 2021.
No que tange aos colégios católicos na Diocese de Santo André, o coordenador diocesano da Pastoral da Educação, Renan Evangelista Souza, afirmou nesta quinta-feira (06/08) que uma consulta foi realizada junto aos pais dos alunos e a maioria é contrária ao retorno neste momento. No ABC, Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra já adiaram a retomada das aulas presenciais para o ano que vem. São Bernardo, Diadema e São Caetano também devem descartar a reabertura das escolas na rede pública municipal no ano letivo de 2020.
Desafio das aulas online
Enquanto isso, o conteúdo online tem sido a solução para manter o aprendizado dos alunos até a retomada gradual. “Os colégios católicos estão se organizando desde o início da pandemia com as aulas remotas. Os colégios que já investiram em tecnologia colocaram isso em ação, de forma que os alunos não ficaram sem aula. Com ajuda de aplicativos, os professores estão dando a carga horária, na medida do possível. Os colégios aqui na Diocese tiveram essa rapidez em se adaptar ao novo modelo das aulas remotas”, constata Renan. Segundo o coordenador diocesano da Pastoral da Educação, as adaptações das aulas para o formato online buscam cumprir uma necessidade de momento, porém, não substituem a presença do professor em sala de aula.
“É uma dificuldade muito grande, tanto os professores têm ficado desgastados como também os alunos. No entanto essa é uma necessidade, todo mundo está se adaptando. As escolas estão, na medida do possível, cumprindo a carga horária e tanto os pais como os alunos e professores, estão passando por esse momento difícil de adaptação. Mas acredito que com fé e esperança passaremos por isso o mais breve”, reflete.
Valorização dos profissionais
Desde 2014, o Dia Nacional dos Profissionais da Educação é celebrado todo dia 6 de agosto. A data recorda a importância de se valorizar os professores, coordenadores pedagógicos, supervisores de ensino, diretores, orientadores educacionais, entre outras funções desta área fundamental para a formação de cada cidadão. De acordo com Renan, os governos federal, estadual e municipais precisam investir mais na Educação. “Toda essa pandemia vem mostrar a relevância do professor na vida das escolas, não só os professores, mas os profissionais da Educação que são tão pouco valorizados. Cerca de 30 a 40% de escolas pequenas estão fechando aqui no ABC. Isso demonstra a importância de os governos investirem na Educação, na docência, coisa que o Brasil ainda está muito atrasado. Espero que esse seja o grande aprendizado dessa pandemia”, finaliza.