Diocese de Santo André

História do Padroeiro

No dia 30 de novembro celebramos a festa litúrgica de Santo André Apóstolo, padroeiro de nossa Diocese. Apóstolo da primeira hora, ele é exemplo para todos os que desejam seguir Jesus Cristo, na vivência do apostolado cristão, que em nossos dias mais do que nunca, deve primar pelo acolhimento e missão.

Se o apóstolo André é exemplo para todo cristão, muito mais deve ser para nós, diocesanos e diocesanas, que o temos como padroeiro. Nosso atual Plano Diocesano de Pastoral, tem a acolhida e a missão como eixos centrais e balizadores para a ação pastoral – evangelizadora: “Ser uma Igreja que fortaleça a cultura e a espiritualidade do acolhimento em permanente ação missionária”.

André foi inicialmente discípulo de João Batista. Passou a seguir Jesus quando o próprio Batista o apontou como o Cordeiro de Deus (cf. Jo 1, 35-40). O encontro de André com Jesus foi marcado pelo convite a estar com Ele: “Vinde e vede”, foi a resposta de Jesus à sua interrogação: “Mestre onde moras?” Foram, viram onde morava e permaneceram com ele aquele dia (Jo 1,39). Para ser discípulo, não basta, portanto, ver o Senhor que passa. É preciso disposição para acompanhá-lo, ficar com Ele e aprender com Ele a viver em comunidade. É o que na tradição cristã chama-se encontro pessoal com o Senhor, base para o discipulado missionário.

O Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, n. 264, mostra que precisa haver um laço estreito entre o encontro pessoal com o Senhor e a tarefa da evangelização: “A primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele, que nos impele a amá-Lo cada vez mais. Com efeito, um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor seria? Se não sentimos o desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos de nos deter em oração para Lhe pedir que volte a cativar-nos.”

E aqui voltamos ao exemplo de Santo André. Tendo se encontrado com Jesus, fez questão de levar seu irmão Pedro até o Mestre afirmando: “encontramos o Messias” (cf. Jo 1,41-42). Assim, podemos ver que, tornando-se discípulo, imediatamente tornou-se missionário, levando ao encontro com Jesus Cristo, primeiro seu irmão e mais tarde muitos outros na região da Acaia.

Outro traço da espiritualidade cristã, muito necessário em nossos dias, pode ser encontrado na vida de Santo André. Na vivência do acolhimento missionário, devemos estar atentos às necessidades dos mais vulneráveis, para superar os egoísmos e desigualdades através da partilha, que gera um mundo mais fraterno. Foi André quem levou e apresentou a Jesus o menino com os cinco pães e os dois peixes para a multiplicação dos pães (cf. Jo 6,8-14). Ser apóstolo (acolhedor-missionário) em nossos dias, passa necessariamente pela atenção caritativa que deve primar pela busca do resgate da dignidade para todos.

E André seguiu acolhedor: Quando alguns gregos pedem para ver Jesus, Felipe vai falar com André e André fala com Jesus (cf. Jo 12,20-22). O exemplo de acolhimento vivido por André, que não é ciumento em sua amizade com Jesus, abre a possibilidade para que aqueles gregos também pudessem fazer o seu encontro pessoal com o Mestre. Inspiremo-nos em seu exemplo para não nos “blindarmos” em comunidades fechadas em nós mesmos e que negam a possibilidade de outros se aproximarem de Jesus Cristo e sua comunidade. Não somos “os donos do pedaço” e muito menos os donos de Jesus. Que o exemplo de Santo André Apóstolo, acolhedor missionário, ajude a todos na vivência cristã do acolhimento missionário.

Pe. Joel Nery
Vigário Geral Diocesano