Diocese de Santo André

Do mundano à ordenação: a caminhada do ‘Agostinho’ e da ‘Mônica’ dos dias de hoje

Bispo e doutor da Igreja, Santo Agostinho deixou cravado esta frase: “Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”, escreveu ele, em relação à sua mãe, Santa Mônica, que orou por 33 anos pela conversão do filho, outrora vivendo no pecado.

Santa Mônica é exemplo para muitas mães dos dias atuais que intercedem por seus filhos que estão nos mundos sombrios. Uma delas é Neide Maria Adriano da Silva. Ela não desistiu de seu filho mais velho, Rafael Adriano da Silva, e no dia 3 de fevereiro contemplou a graça de Deus: Ele foi ordenado presbítero da Igreja e da Congregação de São Carlos (Scalabrinianos) pelas mãos do bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, em Santa Missa na Basílica Nossa Senhora da Boa Viagem, a Matriz de São Bernardo do Campo.

Mas antes deste presente teve a ‘cruz’. A família Adriano da Silva sofreu seu primeiro baque em 1995 com o falecimento do pai de Rafael. O agora sacerdote tinha apenas 15 anos na época e, dois anos depois, o jovem, que trabalhava em uma boa empresa, gastava todo seu dinheiro com festas, bebidas e até drogas. “Teve um dia que vi meu filho com maço de cigarros. Depois, começou a desandar. Foi tudo muito difícil. Sempre rezei, ia às Missas, e comecei a pedir por ele. Rezei muito porque não tinha ninguém para ajudar por perto. Meus parentes não moravam aqui. Éramos somente nós”, recordou dona Neide, mãe de mais um menino, Thiago.

Padre Rafael ressaltou que a falta do pai fez diferença na sua vida, mesmo que não percebesse. “Na época não tinha muito consciência. Tentei levar a vida normalmente depois da morte do meu pai, mas tudo que veio depois, drogas, festas, bebedeiras. Acho um pouco da consequência devido à ausência da figura do pai”, explicou o sacerdote, que passou toda sua infância e juventude na cidade de São Bernardo.

Mas as orações da mãe começaram a mudar a vida de Rafael. Aos 19 anos, ele foi convidado por um grande amigo para realizar a catequese de Crisma na mesma Matriz de São Bernardo. No primeiro dia de aula faltou para jogar futebol e foi somente na segunda para nunca mais deixar a Igreja. “Comecei a sentir um chamado, a ouvir a voz de Deus mais atentamente”, lembrou o sacerdote.

Ele escutou o chamado para o ministério ordenado, mas se decidiu por outro caminho, ao iniciar os estudos na Faculdade e um namoro. “A experiência do namoro foi muito valiosa, conhecer outra família, outra pessoa. Tudo me ajudou a assumir esta vocação que fui chamado”, destacou Rafael. “Nunca esqueci o chamado de Deus. Era como se o fogo não tivesse sido apagado, e sim estava em brasa. Nunca deixei de escutar a voz de Deus”, frisou.

Após o término do namoro e da faculdade, entrou no Seminário em 2007 e 11 anos depois foi ordenado, com sua mãe, a principal intercessora dele na terra, trazendo as vestes sacerdotais. “Minha mãe sempre rezou por mim. No período que utilizava drogas, chegava de madrugada e estava rezando. A oração da minha mãe foi algo poderoso e decisivo para que eu assumisse esta vocação. Quando meu pai morreu, ela tornou pai e mãe para mim e para meu irmão. Toda sua vida foi dedicada a nós, ela não se casou novamente, justamente para se dedicar à nossa criação. Sua oração, o carinho e o companheirismo foram decisivos para eu meu consagrar como sacerdote”, admitiu o presbítero.

Uma oferta de mãe que Deus não se esqueceu. “Tudo foi uma alegria. Deus deu uma graça tão grande, ter um filho sacerdote. Realmente, é um privilégio. Quando falou padre Rafael, passou um filme na minha cabeça. Passamos tudo junto. Com Deus, tudo é possível”, disse uma das tantas ‘Santas Mônicas’ dos dias atuais.

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Texto e fotos de Thiago Silva

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