Diocese de Santo André

Alunos do Curso de Teologia vivenciam tradição da ceia pascal judaica

“Celebramos a renovação dessa aliança com Deus dentro da Páscoa judaica, que agora engloba todos os povos”. Assim, os alunos das três turmas do Curso de Teologia da Diocese de Santo André reviveram na noite de quarta-feira (24/04), a Ceia Pascal Judaica realizada no salão da Catedral Nossa Senhora do Carmo, ao lado da Cúria Diocesana, no Centro andreense.

O diácono Luciano José Dias, 47 anos, foi o presidente da cerimônia religiosa e espiritualizada que representa a retomada do ritual judaico, explicando para os estudantes o passo a passo da tradição que revive a Páscoa e cada simbologia do antigo testamento, característica dos costumes judaicos.

“O que fizemos dentro daquilo que eles (judeus) celebram, nós retiramos dentro dessa Páscoa para mostrar aos nossos alunos aquilo que acontece em nossas missas para nós, cristãos. A missa é uma Páscoa. Nós celebramos a Páscoa todos os domingos. Então, o que fizemos foi apresentar todos os elementos que temos na missa, que nasceu da páscoa judaica e apresentamos aqui hoje para se ter mais clareza”, conta diácono Luciano, que também é teólogo e biblista.

“Quando celebramos, enquanto cristãos, a ceia judaica, nós damos um mergulho em nossas raízes judaico-cristãs. Não dá para a gente se apartar da raiz judaica, quando celebramos a ceia, como fizemos aqui hoje. Estamos, na verdade, fazendo a atualização da ceia pascal judaica. Mas a partir do fenômeno Cristo, Jesus na nossa vida”, salienta.

Para os judeus, a Páscoa representa a travessia pelo mar Vermelho, quando o povo liderado por Moisés passou da escravidão do Egito para a liberdade na Terra de Canaã, a Terra Prometida.

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Ritual da Ceia Pascal

O rito da celebração da ceia pascal judaica tem início no primeiro ato com o apagar das luzes e o acender das velas, cuja tradição cabia a mãe nos lares das famílias judaicas a tarefa de iluminar os candeeiros, dando vida e alegria ao ambiente em que se realizavam as solenidades.

Em seguida, no segundo ato, o presidente da celebração explica a razão de cada alimento ser abençoado para a festa, como por exemplo o pão sem fermento e a erva amarga. Em diversos momentos, o vinho era servido no cálice de cada convidado.

No terceiro ato, o relato da saída do Egito em que os prodígios contra os egípcios são recordados com dez pragas que nos infligiram, porque o faraó se obstinava em não deixar partir os escravos hebreus. A cada praga anunciada, uma gota de vinho era derramada no prato.

Após a leitura do Livro de Êxodo (cap. 12) realizada por quatro leitores, o cordeiro é trazido e colocado à frente da mesa principal da ceia. Logo depois explica o significado de cada alimento que remete ao sofrimento e libertação do povo judeu.

No quarto e quinto atos acontecem a Ação de Graças pela Saída do Egito e o Louvor Solene pelos Alimentos, respectivamente, para em seguida, no sexto ato, se realizar propriamente a Ceia Pascal.

O sétimo ato ‘O Pão e o Vinho da Benção’ é a continuação do ritual no fim da refeição.

O oitavo ato é o Diálogo da Ceia (Jo 13-15). O nono capítulo é a Benção Final com os significados dos números de um até treze, sendo todos e todas abençoadas em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, Amém, Amém, Aleluia, Aleluia!

 

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