Diocese de Santo André

Segundo dia de Formação enfoca identidade e afetividade dos sacerdotes

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O Encontro de Formação Permanente do Clero da Diocese de Santo André prosseguiu na manhã desta quarta-feira (15/05), com a abordagem da identidade e afetividade dos padres, durante o segundo dia de atividades realizadas no auditório da Sociedade São Miguel, no Jardim Bela Vista, em Santo André. O bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini e diversos padres dos sete municípios do Grande ABC participam do encontro.

O palestrante responsável pelo conteúdo e acompanhamento dos quatro dias de encontro é o padre Anselmo Matias Limberger, que trabalha há 23 anos na Diocese de Santo Amaro, refletindo o tema dos presbíteros cuidado de si mesmo e cuidado do rebanho.

Para tratar dos assuntos, o sacerdote se baseia em dois documentos, que tratam do sacramento da ordem no grau do sacerdócio para o padre, e outro que destaca a Exortação Apostólica pós-sinodal Pastores Dabo Vobis, do Papa São João Paulo II, de 25 de março de 1992, servindo como base para o trabalho das dimensões humana, intelectual, cultural e missionária.

As reflexões também são auxiliadas pela Carta Apostólica do Papa Francisco “Como uma Mãe Amorosa”, que fala da missão de proteger e cuidar, bem como dá toda orientação para proteção do padre, que este seja um sinal de Cristo e da Igreja na sociedade.

Identidade

Pe. Anselmo que ambos documentos citados acima, acrescido do documento da Congregação para o Clero: Diretório para o Ministério e a Vida dos Presbíteros, focaliza a identidade do padre, do ponto de vista ontológico (estudo do ser, da existência e própria essência).

“São João Paulo II explica que há uma configuração com Jesus Cristo, pela imposição das mãos do bispo e a oração da consagração, o padre é configurado a Jesus Cristo. Ele age em nome de Cristo, na pessoa de Cristo e em nome da Igreja. Então, ontologicamente a identidade do padre é um ordenamento divino que lhe é comunicado, que é a dignidade sacerdotal”, explica.

Dimensão afetiva

O palestrante continuou abordando a questão da identidade, desta vez subjetiva, explorando a dimensão humana afetiva, ao citar a questão relativa à afetividade do ser humano.

“O padre precisa ser uma pessoa amorosa, despender tempo, cuidado, paciência, acolher sempre a pessoa e ouvi-la. Em todo caso, rezar junto e abençoar o fiel, qualquer que seja a demanda. Às vezes, uma pessoa procura o padre para confessar-se. Porém, a situação da vida não é caso de confissão, mas é caso de uma benção, de uma oração, de uma palavra amiga. E o fiel sempre espera do padre, a palavra fundamentada no ensinamento de Deus, que é a bíblia. Assim sendo, o padre vai sempre acolher, orientar e encaminhar”, analisa.

Questão produtiva e Saúde

A palestra também enveredou pelo trabalho e atuação do padre, ou seja, como ele se ocupa preparando as palestras, homilias, fazendo visita aos enfermos nos hospitais e casas, além de também estar presente nas festividades. Um dos assuntos mais importantes para o equilíbrio entre corpo e mente de um sacerdote é sem dúvidas cuidar da saúde.

Pe. Anselmo faz a abordagem da saúde em todas as dimensões.

“A saúde psicológica que é tão importante, o padre que cuida de si de forma preventiva, não fica doente, e focalizamos casos clínicos como fizemos hoje, pegando relatos da vida de presbíteros como exemplos”.

De acordo com o palestrante, o padre que reza a liturgia das horas, que se dedica a Deus, estando junto com o povo nas celebrações eucarísticas e nas adorações ao Santíssimo, sempre estará saudável e sintonizado com os ensinamentos do Senhor.

“Esse padre faz um grande trabalho, vive já aquilo que a Igreja nos chama a santidade. Então configurado com Cristo, a identidade de Jesus Cristo para uma vida de santidade”, sintetiza.

Amadurecimento espiritual

Encerrando a apresentação desta quarta, Pe. Anselmo citou a vulnerabilidade ao pecado que estamos submetidos nos tempos atuais.

“São Paulo na bíblia fala ‘Carregamos um tesouro num vaso de barro’.  Nós reconhecemos que temos de fortalecer os vínculos sociais, familiares e afetivos que nos ajudam a viver bem o nosso ministério, sermos íntegros na questão humana afetiva e assim caminharmos juntos com o povo, sendo com ele sal da terra e luz do mundo. Ser um sinal do evangelho”, atesta.

Para ele, enfrentar o pecado e buscar uma vida de santidade depende da Graça de Deus, da oração e também da cruz, assim como todo fiel carrega cruz.

“O padre também tem a dimensão da cruz no seguimento do Senhor. Jesus disse ‘Quem quer ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga todos os dias’”.

Na avaliação do coordenador de Pastoral Presbiteral da Diocese de Santo André, Pe. Cícero Soares da Silva Neto, as palestras tem contribuído para o amadurecimento humano, espiritual e psicológico dos padres.

“A formação do Pe.Anselmo mostra também a preparação pessoal e relacionamento com o clero, mas também a experiencia com o povo, ou seja, o atendimento que fazemos nas comunidades. Além dos traumas pessoais, temos as angústias das pessoas que nos procuram. Como ele disse, da doença para a saúde, encontrar o caminho para a resposta é sempre pessoal. Por isso temos que conversar, ouvir, acolher e ajudar as pessoas a encontrarem o caminho acolhendo pode ajudar a a encontrar o caminho. Vejo que esse amadurecimento nos ajuda nesta perspectiva”, avalia.

Agenda da Formação

As atividades prosseguem na manhã desta quinta-feira (16/05) com o tema da dimensão humana afetiva e aprofundamento da questão da psicanálise, enquanto ciência para o padre fazer uma autorreflexão; e o encerramento da Formação na sexta-feira(17/05) com a abordagem da identidade e espiritualidade do padre, em vista da pastoral presbiteral, o padre compreendido no presbitério na igreja local junto com o bispo.

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