Diocese de Santo André

65 anos de história: Dom Pedro Carlos Cipollini

Este texto é por si só um texto um pouco diferente dos anteriores, pois tratará de um processo em percurso. Teremos de fazer duas perspectivas: a do realizado e a do porvir. Falar do período atual é simplesmente descrever aquilo que a maioria das pessoas resolve com uma pesquisa simples nos meios disponíveis. Façamos uma contemplação, que na verdade é um convite à vida.

Dom Pedro, assim como Dom Décio, é paulista (nossos outros bispos diocesanos foram um carioca, um gaúcho e um catarinense), mas por ser do interior, também se fez acolhido no Grande ABC. Nascido no dia 4 de maio de 1952 é filho de João Cipollini e Alzira Carneiro Cipollini. Sua cidade natal é Caconde, cidade numa das esquinas do estado, entre São José do Rio Pardo, Guaxupé e Poços de Caldas. Teve seis irmãos, dentre eles Dom Luiz, bispo de Marília-SP.

Estudou na sua cidade natal até ingressar no noviciado dos padres Paulinos, em 1972. Em 1973 ingressou, pela Diocese de Franca, no Seminário Central de São Paulo, no Ipiranga, cursou filosofia, pedagogia e teologia. Foi ordenado presbítero em 25 de fevereiro de 1978, em Franca, por Dom Diógenes da Silva Matthes. Na Diocese de Franca foi pároco da Paróquia São Sebastião, naquela cidade, a partir de 1978, bem como Coordenador Diocesano de Pastoral (1982-1983), professor e coordenador de estudos no seminário propedêutico (1983-1984).

Em 1985, escreveu sua tese de mestrado, sendo para tal, vigário na Paróquia Imaculada Conceição, no Ipiranga, São Paulo.

Após o mestrado foi trabalhar na PUC de Campinas, sendo também pároco da Paróquia dos Santos Apóstolos a partir de dezembro de 1985. Em Campinas, onde foi incardinado em 1987, também trabalhou na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, 1993, e em diversas funções ligadas particularmente ao ensino, à formação e à comunicação. No ano 2000 assumiu a função de pároco da Basílica do Carmo em Campinas. Em 2001 foi nomeado cônego do cabido metropolitano, sendo seu arcediago em 2009.

Em 14 de julho de 2010 foi nomeado bispo diocesano de Amparo, sendo ordenado no dia 12 de outubro de 2010, por Dom Bruno Gamberini, Arcebispo de Campinas. Tomou posse na diocese de Amparo no dia 24 de outubro de 2010. Como bispo de Amparo criou 7 paróquias, ordenou 13 sacerdotes e preparou com a diocese o 1º Plano de Pastoral. Desde 2011 é membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, sendo seu presidente desde 2015 (neste ano de 2019 foi reeleito para o segundo mandato).

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O quinto bispo de Santo André

Dom Pedro foi nomeado pelo Papa Francisco como quinto bispo diocesano no dia 27 de maio de 2015, pouco mais de 8 meses após Dom Nelson Westrupp, SCJ ter completado 75 anos de idade. Foi uma novidade para as últimas gerações, a partir daquele dia a diocese teria um bispo diocesano e um bispo emérito, o que não acontecia desde o falecimento de Dom Jorge Marcos de Oliveira em 1989, quando Dom Cláudio Hummes, OFM era bispo diocesano.

Dom Pedro tomou posse na Praça do Carmo no dia 26 de julho de 2015, dia de Sant’Ana e São Joaquim. Foi um dia feliz e festivo, posse transmitida pela TV Século 21 e também pelas redes sociais.

Muita gente das sete cidades do Grande ABC, da Diocese de Amparo e de vários lugares veio ao encontro do novo bispo de Santo André. Quem acompanhou outras posses sempre se lembra que é um momento de alegria e esperança. Alguns dias antes havia sido realizada na Catedral uma missa em ação de graças pelo episcopado de Dom Nelson, o dia 26 era um dia de novidade, particularmente para as crianças e adolescentes (que nunca tinham visto algo do gênero) e também para os que já viram, os adultos e idosos, com muitos sentimentos coroados pela esperança de que um novo tempo exige novos passos.

Oração é uma palavra interessante para se escrever aqui: na véspera da posse foi realizada uma grande vigília diocesana, na Paróquia São José do Baeta Neves. Cada região da Diocese ficou responsável por rezar num horário, da noite ou da madrugada. No meio das orações as pessoas diziam, em voz alta no meio da assembleia, diante de Jesus e do bispo, o que esperavam do novo pastor. Muita gente simples pôde expressar o que seu coração queria.

Poderíamos dizer muitas coisas do episcopado de Dom Pedro, que na terra dos trabalhadores de muitos modos e realidades (hoje não apenas operários) já se aproxima de seu primeiro quinquênio, mas talvez a palavra que seja central seja a ação vista na vigília de sua posse: ouvir. E, para sermos um pouco mais completos: ouvir e ver, até por quê não, sentir.

Três grandes movimentos puderam ser sentidos neste tempo: as visitas missionárias, o Sínodo Diocesano e a aplicação dele. Em 2015 Dom Pedro chegou e ouviu muita gente, em grupos, sozinhos e de tantos modos. No ano seguinte foi a vez de visitar as comunidades nas visitas missionárias, muitas delas recebendo pela primeira vez um bispo e fazendo lembrar aqueles filmes de antigamente, em que as pessoas muito simples não sabiam como receber um bispo. De saber ou não saber como foi bom ver que por todas as regiões se espalharam faixas, cartazes de cartolina verde ou amarela escritos com giz ou caneta, orações, rezas e alegria. Dos grandes centros aos lugares mais longínquos, das grandes igrejas aos locais improvisados, todos puderam ao menos saber que o bispo passou.

O Sínodo poderia ser comparado a um diagnóstico. Por um grande processo, que ganhou até notoriedade mundo afora, a Diocese pode contemplar as fragilidades próprias, de suas estruturas, e também da Igreja Católica que aqui se estabeleceu pelas ações de seus agentes. Numa ocasião, nas salas da Universidade de São Caetano, e também por seus relatórios, o bispo ouviu do povo, católico ou não, o que eles pensavam, sinceramente, da Igreja. Esse foi o estopim para dizer (como outros bispos também fizeram): precisamos (novamente), fazer algo para viver bem a fé.

A resposta do sínodo é o tratamento, meio terapêutico pelo qual a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo poderá ser, de fato, o que Deus quer para o nosso tempo.

Daqui para cima, a obra do sentir uma diocese, um organismo vivo, que pulsa e exige, como criança pequena, sempre ser contemplada para ser cuidada, mas seguem também números: na diocese de Santo André Dom Pedro criou 4 paróquias e duas quase-paróquia, ordenou 2 diáconos permanentes e 13 sacerdotes, acompanhou as reformas dos seminários e instalou o tribunal eclesiástico diocesano, escreveu inúmeros artigos, gravou inúmeras mensagens, visitou muitos lugares, bairros e equipamentos públicos como postos de saúde, escolas e obras.

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Nossa missão com nosso bispo

65 anos, momento preciso e maravilhoso de louvar a Deus por tudo o que Ele nos deu, e pelo sonho missionário de chegar a todos, buscar sonhar como Deus quer para os homens e mulheres de nosso tempo, resgatando os que ficaram para trás e acolhendo os feridos e pecadores com misericórdia.

Os que leem este texto e são da Diocese de Santo André possuem uma grande missão: permitir que as linhas que serão escritas depois, ou alterações que sejam feitas, sejam para contar histórias ainda mais bonitas de nosso povo e de nossa igreja particular.

Com amor divino e respeito filial amemos o sucessor dos apóstolos que Deus nos deu, permitamos e roguemos ao Pai Nosso que as notas que serão escritas de nossas memórias sejam histórias felizes de um pastor que com Deus e seu povo foi fiel no cumprimento da vocação à qual ele e todos foram chamados: a santidade.

Nosso obrigado a Deus por termos o que contar e a Dom Pedro por se doar para que nossa história continue a ser escrita, história de um povo que vem sendo escrita com mãos trêmulas e cansadas, mas também por mãos que pegaram a menos tempo as canetas e que vão se acostumando a escrever o que a vida do povo conta.

 

*Artigo desenvolvido por Pe. Hamilton Gomes do Nascimento

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