O Dia de São Frei Galvão é comemorado no dia 25 de outubro. Primeiro santo brasileiro, Frei Antônio de Sant’anna Galvão foi canonizado em 11 de maio de 2007, em cerimônia solene para cerca de 1 milhão de pessoas, com a presença do Papa Bento XVI, no Campo de Marte, na zona norte da capital paulista. Lembranças desta data, histórias de devoção e as famosas pílulas de papel milagrosas são recordadas por quem faz parte da Diocese de Santo André.
Milagres na gravidez
A história de Rosana Videira de Sena Sapaterro é especial. Paroquiana da Basílica Menor Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo, ela tem dois testemunhos. “Estava quase no final da gravidez da Ana Maria, hoje com 12 anos, e todos estavam com um certo medo, inclusive eu, pois anteriormente havia tido três perdas. Minha mãe conseguiu com uma amiga as pílulas do Frei Galvão e resolveu fazer a novena por mim. Qual foi minha surpresa? No quinto dia da novena tomei a pílula no hospital, a menina nasceu no dia 14 de março, parto cesareana. Terminei a novena com minha mãe e nunca mais duvidei do poder das pílulas e da intercessão de Frei Galvão”, recorda. “A segunda graça foi quando engravidei do Heitor, hoje com 7 anos. Não tinha feito nenhum tratamento, o médico disse que antes de engravidar teria que fazer um tratamento para não correr o risco de perder, mas não deu tempo, quando soube que estava grávida disse para mim mesma que o meu tratamento seriam as pílulas do Frei Galvão. E nasceu tudo bem com ele”, confidencia.
Cura e devoção
Da Paróquia São Camilo de Lélis, em Santo André, Telma Soares de Moura confidencia um milagre de Frei Galvão ocorrido na família Salvador, da cidade de Itatinga, em São Paulo. O fato teria acontecido há 80 anos, como relata a sua amiga Odete, moradora do Camilópolis. “Essa amiga me contou que o irmão mais velho dela pegou uma febre tifo incurável, quando criança. Já davam o menino como morto. E uma vizinha vendo o desespero da família ofereceu para a mãe a pílula do Frei Galvão. E inesperadamente a febre cessou e o menino sarou. Essa família passou a vida toda rendendo graças ao Frei Galvão”, conta. “Nós tomamos conhecimento que essa amiga, desde então, ia para o Mosteiro da Luz, participava das novenas, pegava as pílulas e as distribuía. Uma fé muito grande. Passava para mulheres que queriam engravidar ou mulheres grávidas. Se tornou uma grande divulgadora da devoção a Frei Galvão”, atesta.
Saudosa mãe
Já Inacia Bernadete, da Paróquia São Sebastião, em Rio Grande da Serra, não esconde a emoção em lembrar da mãe, Judite Cantarino, a qual, segundo ela, recebeu graça mediante a ingestão das pílulas de Frei Galvão. “Minha mãe foi uma guerreira e no dia 29 de setembro de 2006 descobrimos que ela tinha um tumor no reto. O médico disse que o câncer tinha tomado totalmente o local. Ele deu 90% de chances dela morrer na mesa de cirurgia”, revela. “Recordo que nossa família sempre teve muita devoção no Frei Galvão e foi na época que buscávamos as pílulas no Mosteiro da Luz. A cirurgia deu certo. Minha mãe faleceu aos 72 anos, depois de dois anos e oito meses, no dia 3 de janeiro de 2009. O médico só tinha dado dois meses de vida. Mas ela viveu bem neste tempo. Uma mulher que criou doze filhos dentro da Igreja Católica. Tinha uma fé muito grande”, confessa.
Momentos inesquecíveis
Se passaram 12 anos e meio da Missa de Canonização de Frei Galvão e aquele momento ainda continua na memória do frei Diogo Luis Fuitem. “Tive a alegria de participar deste evento que reuniu cerca de 1 milhão de pessoas. O Papa Bento XVI se fez presente, bem como tantos bispos, sacerdotes. Ali foi canonizado o primeiro santo que nasceu, viveu e morreu aqui no Brasil. O estímulo para que também possamos, como diz a oração do dia 25 de outubro, que sejamos instrumentos de caridade e de paz, como ele foi neste mundo, a exemplo de São Francisco de Assis, o santo missionário da paz e do bem”, comenta. O maestro Douglas Leite, que atualmente encabeça o projeto Futuração com aulas de música para crianças carentes, também esteve lá com 40 cantores do Coral da Igreja Matriz de Santo André, em conjunto com outros corais que formaram o coro de mil vozes.
“Todos ficaram muito felizes por participarem desta grandiosa celebração. Nossa maior felicidade e orgulho foi a participação do meu filho, Douglas Leite, na orquestra que acompanhou a cerimonia e que hoje também é maestro de coral e orquestra”, afirmam o maestro do coral, João Leite de Almeida, e a esposa Vilma Ferrete de Almeida, pais de Douglas.