Diocese de Santo André

Consciência Negra: construir uma sociedade igualitária, fraterna e solidária almejada por Jesus

“Que o Cristo Rei do Universo continue iluminando nossa caminhada, indo ao encontro de cada homem, de cada mulher> Encontrando com Jesus no cotidiano de nossa vida, com certeza teremos forças para vencermos as adversidades e se esforçando para construir uma sociedade, não de injustiças e de indiferenças, mas uma sociedade igualitária, fraterna e solidária, que é a sociedade almejada por Jesus. Que todos sejam um!”

No dia em que a Igreja celebrou a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Rei do Universo, a mensagem do pároco da Paróquia Maria Mãe de Deus e dos Órfãos (Região Santo André – Leste), Pe. Alessandre Marcos Benedito, CRS, traduziu a luta de todos por um mundo livre do racismo, da discriminação e do preconceito, durante a Missa pela Consciência Negra celebrada na tarde de domingo (21/11) pela Pastoral Afro-Brasileira da Diocese de Santo André. A celebração aconteceu na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense. Pe. Alessandre Benedito, que concelebrou a missa, afirmou durante a homilia a necessidade de empunharmos a bandeira por uma sociedade mais justa e fraterna para todos, inspirados pelos ensinamentos de Jesus Cristo, que não admita opressão, perseguição e escravidão nos dias atuais. “Quantos irmãos nossos que ainda estão nas cruzes como Jesus. As cruzes da indiferença, da falta de oportunidades, de emprego, de tantos benefícios que são negados à população afro-descendente ao longo da história da humanidade”, alerta.

Para mudar esse cenário, o sacerdote disse que é preciso humanizar as relações, buscando a conversão de si próprio e enxergando Cristo no seu próximo. ““Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo 4,20). “O amor a Jesus Cristo passa necessariamente pelo seu irmão, como diz Santo Óscar Romero (1917-1980): “quanto mais nos humanizamos nas relações fraternas entre nós, mais cristãos nós somos, e mais parecidos com Jesus de Nazaré seremos parecidos no dia a dia”. Então, somos chamados a ser parecidos com Jesus em nossas ações no cotidiano para vencer a discriminaçao, o racismo e o preconceito e enfrentar com fé e determinação os desafios do mundo”, reflete Pe. Alessandre Benedito, ao relembrar exemplos de santos negros como São Benedito e Santa Bakhita.


Fortalecimento da Pastoral Afro-Brasileira
A  missa foi presidida pelo assessor diocesano da Pastoral Afro-Brasileira e vigário paroquial da Igreja Matriz de Diadema, Pe. Edmar Antônio de Jesus, que reforçou o crescimento da Pastoral Afro-Brasileira em todo o país.

“É uma alegria presenciar que a Pastoral Afro-Brasileira vem se multiplicando Brasil afora. Não foram poucas as artes que chegaram ao meu celular, vindo de diversas dioceses, informando a realização de missas e atividades no Mês da Consciência Negra”, reitera Pe. Edmar, ao também falar da representatividade da pastoral a nível nacional. “A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) indicou o arcebispo de Feira de Santana (BA), Dom Zanoni Demettino Castro, como bispo referencial da Pastoral Afro-Brasileira. Para nós esse fato é muito importante”, salienta.

A missa inculturada contou com a procissão de entrada que trouxe banners e cartazes da pastoral, com mensagens de justiça e paz, documentos da Igreja, bem como fotos do Zumbi dos Palmares e da Anastácia; a procissão do ofertório com objetos e figuras que representavam os direitos dos cidadãos (moradia, trabalho, alimento…) e o encerramento com a imagem de Nossa Senhora, a Mãe Negra Aparecida, sendo reverenciada e colocada em frente ao altar.


Sobre o Dia da Consciência Negra
O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro em vários estados e municípios do país. A data homenageia Zumbi, um pernambucano que nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade. Mais tarde ele voltaria para sua terra natal e seria líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695.

O objetivo do Dia da Consciência Negra é promover uma reflexão sobre a importância do povo e da cultura africana no Brasil. Também serve para analisarmos o impacto que tiveram no desenvolvimento da identidade cultural brasileira

O diácono permanente Renan Evangelista Silva relembrou que o dia também foi importante para a área da educação, uma vez que o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) teve início neste domingo (21/11). Ele chama a atenção para o fato de que os alunos negros ainda não tem grande acesso às unviersidades. “Temos que lutar pela emancipação do negro e da negra na educação, já que a educação é um dos grandes meios de libertação, que é o grande ideal nosso de católicos”, enfatiza Renan, que coordena a Pastoral da Educação e Ensino Religioso na Diocese de Santo André.

De acordo com o diácono, o apóstolo Paulo deixa um profundo ensinamento de que em Cristo somos todos iguais. “Para isso trabalhamos neste processo de tomada de consciência para acabar com o preconceito e o racismo na sociedade”, destaca.


Sobre a Pastoral Afro-Brasileira
Segundo a coordenadora diocesana da Pastoral Afro-Brasileira, Terezinha de Jesus Silva, “a Pastoral Afro-Brasileira realiza um trabalho de conscientização dos direitos do povo negro, atuando em parceria com as pastorais sociais, na luta por mais políticas públicas para a comunidade negra.”

Além da Missa da Consciência Negra, a Pastoral Afro-Brasileira organiza e participa de iniciativas como a Campanha da Fraternidade, visita às pessoas em situação de rua, mobilização para arrecadação de alimentos e diálogo com o poder público para melhoria dos serviços públicos. Está presente em dez paróquias da diocese. As reuniões são realizadas uma vez por mês, porém, caso haja a necessidade de planejar atividades extras, encontros podem ser convocados para articulação entre os membros.

A Pastoral Afro-Brasileira valoriza as raízes e fortalece a autoestima, despertando vocações e celebrando o Deus da vida com cantos e danças, trazendo consciência de direitos e deveres de cidadãos iguais. Resgata a história do povo negro, esclarecendo principalmente que a África não é um país, mas sim um continente com famílias e pessoas que são doutores, camponeses, trabalhadores em geral, e não uma produção de escravos.

Busca animar as comunidades, proporcionando vivência eclesial a partir da Palavra de Deus e da tradição da Igreja, reafirmando os valores de suas culturas; sensibilizar a Igreja para o conhecimento das questões afro-brasileiras; animar os grupos negros católicos existentes; incentivar o surgimento de novos grupos que buscam sua identidade numa sociedade e igreja plurais.

Para mais informações sobre a Pastoral Afro-Brasileira e como participar das atividades envie mensagem para o WhatsApp: (11) 99187-0277 (coordenadora diocesana Terezinha de Jesus) ou para o e-mail: pastoralafrobrasileira@diocesesa.org.br  .

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