O Brasil chegou ao final de uma etapa: as eleições! Um candidato ganhou! Outro perdeu! O que ganhou era o melhor? Os que votaram nele, acreditam que sim! Para os adversários, não! Nos próximos quatro anos vamos saber. A democracia é assim!
Se você̂ votou, você̂ foi um vencedor, pelo exercício da cidadania e amor à Pátria. Pois o cristão é responsável pelo bem comum. Ao apertar o “confirma”, você̂ apostou com a vida e na vida! Isto é cidadania! Pelo seu desejo de um pais onde todos se sintam incluídos e cuidados, com os direitos respeitados e os valores protegidos, em especial a fé, a vida e família.
Se o seu candidato venceu, foi uma consequência do seu voto. Acompanhe-o com seu apoio, fazendo a sua parte, para que as propostas apresentadas por ele, em campanha, sejam cumpridas. A palavra “política” que vem do grego “pólis” (cidade) implica ações que promovam o bem comum da cidade.
O que é bem comum? É “O respeito e a promoção dos direitos fundamentais da pessoa; a prosperidade ou desenvolvimento dos bens espirituais e temporais da sociedade; a paz e a segurança do grupo e dos seus membros” (Catecismo n.1905-1912).
Quem foi eleito para governar um pais deve estar a serviço de um povo, e não de pessoas ou grupos afins. Precisamos agora ter juízo crítico para analisar ao longo do mandato, as atitudes de quem ganhou as eleições e de seu partido. Ele precisará se explicar, caso venha a “trair” o seu voto, afinal, você lhe deu um voto de confiança!
Se o seu candidato perdeu, você̂ não é um perdedor, pois perdedor é aquele que desistiu de lutar e nem sequer tenta por medo de ser derrotado. Se omite. Sua contribuição foi seu voto consciente! Você̂ votou pensando no melhor para o país. Já́ somos vencedores em Jesus Cristo, que venceu o pecado, o mal e a morte; essa certeza presente em nos, desde o Batismo. Não deixe que o sentimento da perda faça morada em você̂. Isto poderá faz mal.
As eleições estão concluídas, purifique a sua mente, coração e alma. Dê o perdão, se necessário, abra-se para recebê-lo, caso necessite. Humildade, bom senso e esperança, são virtudes essenciais que devem ser vividas neste momento. Que nos unamos, pelo bem de todos. Devemos também crescer na consciência de que não existe um “salvador da Pátria”, já́ temos o único Salvador: Jesus Cristo. Nesse sentido, nos alerta o salmista: “Maldito o homem que confia no homem” (Sl 118,8), o que significa que jamais devemos colocar no ser humano a confiança devida somente a Deus.
Nosso voto foi para um ser humano e não para um semideus. Na tentação de jogar a solução de todos os problemas do país para os que nos governam, corremos o risco de sermos omissos frente aos nossos deveres de cidadãos.
É bom também lembrar que o inimigo faz plantão. Rezemos pelos que nos governam. Saibamos também cobrar se suas ações não forem justas. “Todos, indistintamente, precisam acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral” (Mensagem da presidência da CNBB, sobre a conclusão das Eleições 2022).
O papa Francisco nos convida: “avancemos rumo a civilização do amor a que todos somos chamados… Com ternura, uma vez que o amor nos torna próximos… Como um movimento que brota do coração e que os homens e as mulheres mais valentes e fortes têm percorrido” (Fratelli Tutti, n. 194 ). Alguém já escreveu: “Quando a Pátria está em perigo, não há direitos, apenas deveres”. Nossa pátria está correndo perigo de se dividir de forma irreversível. Esqueçamos o que fica para trás: ódio, rivalidades, divergências… Assumamos o dever de trabalhar pela união e harmonia entre todos os cidadãos.