Missa de dedicação do Altar da Catedral
22/03/2025 – Js 8,30-35; Hb 13,8-15; Mt 5,23-24
Queridos irmãos e irmãs aqui presentes e os que nos seguem pelas mídias diocesanas. Prezado Pe. Joel Nery, vigário geral e pároco da paróquia Nossa Senhora do Carmo, cuja bela matriz é esta igreja Catedral, na sua pessoa saúdo todos os padres aqui presentes, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas, os membros desta assembleia litúrgica reunidos para esta ocasião especial. Com a oração de todos e seguindo a liturgia de nossa Igreja, vamos dedicar o novo altar, abençoar a pia batismal e o ambão. Esta ocasião é uma alegria para nós e se reveste de significado todo especial neste ano santo da esperança.
As leituras da Sagrada Escritura aqui proclamadas nos iluminam sobre o significado do que celebramos. A primeira leitura nos fala da assembleia reunida, isto lá no tempo da antiga Aliança. Hoje na nova Aliança celebrada em Jesus Cristo, o novo Povo de Deus, convocado pela Palavra e purificado pelo batismo, se reúne como Igreja. A Igreja é a assembleia orante na fé e na vida. Cristo reuniu para o Pai um povo novo, o qual é o templo de Deus, construído com pedras vivas, sobre a pedra fundamental Cristo e seus apóstolos. Este novo Povo de Deus, é santificado e santifica o mundo pelo sacerdócio comum dos fiéis. Pelo testemunho do amor fraterno. A Igreja oferece ao Pai sacrifícios que agradam ao Pai por causa de seu Filho Jesus Cristo. Assim toda a comunidade celebra a liturgia, porque é uma assembleia santa, a Igreja, templo do Espírito Santo.
A Igreja tem um altar magnífico que é o próprio Jesus Cristo. Ele é o local de encontro com o Pai, ao mesmo tempo que é altar é sacrifício, porque é Ele que oferecemos no santo altar de nossas igrejas; Ele é também o sacerdote que oferece. Em Jesus nós temos um altar do qual jorra a vida para a Igreja, sua esposa. A palavra altar vem do latim adolere que significa queimar no mesmo sentido aponta a origem da palavra ara=arder de onde deriva altar na nossa língua portuguesa. O altar está colocado na igreja em um lugar central que atrai a atenção de todos que aqui chegam. No altar celebra-se o santo sacrifício do Calvário no qual Cristo morreu por nós, celebra-se também a Santa Ceia na qual somos reunidos e alimentados pelo corpo do Senhor. A Eucaristia é sacrifício e feta e o altar é o local de nosso encontro pascal com o Senhor.
E o Evangelho nos fala da condição para comparecermos diante do altar de Deus: ter um coração puro, limpo de maldade e malícia. Isto é indicado por Jesus na forma do perdão e reconciliação. Temos que ter no coração ao menos o desejo de perdoar, ou o perdão concedido sinceramente, ao menos o desejo de reconciliar-se, desta forma nossa oferenda está em sintonia com Jesus, que é a ofertado no altar e que morreu perdoando seus assassinos. O altar liga o céu à terra, pois em Cristo que morre na cruz por nós, assumindo por amor, o castigo que nos era devido, a humanidade é reconciliados com o Pai. Diante do altar portanto devemos ouvir o apelo do apóstolo: deixai-vos reconciliar com Deus e com os irmãos.
Esta catedral construída na década de 1950, antes do Vaticano II, teve seu presbitério adaptado à época
em que não se tinham tirado as consequências da Sacrossanctum Concílium, o documento do Concílio que renovou a liturgia de nossa Igreja. Por isso se fez necessária esta atual reforma que adaptou o presbitério de nossa catedral ao que pede o Concilio Vaticano II: na pia batismal de um dos lados do presbitério, nasce o cristão pela fé e em seguida é alimentado pela Palavra de Deus proclamada do ambão colocado do outro lado, e pela Eucaristia, celebrada no altar colocado no meio do presbitério. Tudo isto podemos ver neste presbitério que tem ao fundo a cátedra episcopal fixa como deve ser. O altar que aqui estava, imenso para este presbitério, foi colocado na igreja matriz de S. Camilo de Lellis, no bairro Camilópolis aqui em Santo André. Pela grande dimensão daquela igreja matriz, ficou muito bem lá.
Que este altar que hoje dedicamos, seja para nós símbolo de Cristo que tanto ama a Igreja e por ela se entrega continuamente, para que seja sempre mais parecida por ele. Que daqui jorrem para toda nossa Diocese, toda benção e graça de Deus.
Amém
Dom Pedro Carlos Cipollini