Há dez anos atrás, o Papa Francisco, de feliz memória, nos enviava um Sucessor dos Apóstolos, para exercer entre nós o ministério episcopal, como nosso quinto bispo diocesano: Dom Pedro Carlos Cipollini.
Sua chegada entre nós renovou esperanças e colocou nossa Igreja Particular em saída, para buscar acolher a todos e viver em estado permanente de Missão. A inspiração do Espírito Santo seguida por dom Pedro foi o da proximidade, da corresponsabilidade, da sinodalidade e da preocupação com os mais pobres e excluídos.
Homem com senso profundo de seu ministério episcopal, de ternura e vigor, de trabalho árduo e incansável, e doação sem medidas pelo Reino de Deus e serviço da Igreja. Foi nos conduzindo com mão firme e fé inquebrantável, em meios aos enormes desafios internos e externos, há uma maior maturidade na Fé, nos organismos de participação e comunhão, na solução dos problemas, as vezes bem espinhosos, mas que deviam ser enfrentados de frente, em pé, na verdade e na caridade, mas sem descuidar ao deixar para lá.
Crescemos não apenas na Fé, na Participação e na Comunhão, mas também administrativamente e pastoralmente. Como um médico que sabe da dor do tratamento, da necessidade de remédios amargos, mas com a convicção de que uma boa saúde eclesial, necessita de Oração e de Ação,Decisão,Conscientização, mas também nova mentalidade e novos hábitos e práticas. Instaurou processos dos quais começamos apenas a sentir os efeitos salutares.
Sabe ouvir com diligência e clareza, sempre tendo uma palavra de ânimo, conforto, confiança, sem esmorecer no caminho, tantas vezes nos chamou à razão.
De hábitos frugais e simples, consciente de que o poder na Igreja é serviço e não privilégios. Sempre se mostrou um exemplo na singeleza e leveza da vida e da missão.
Não perde o humor e a alegria diante das dificuldades do ministério e da vida, tendo expressões literárias marcantes e condizentes com as situações e interlocutores.
Possui uma Sabedoria refinada não apenas entre os livros, os estudos, a docência, as funções burocráticas, mas no fino e delicado fio de ouro da existência compartilhada e que vai tecendo sua trama no encontro com as variadas e diferentes pessoas, organismos e instituições sociais do cenário atual.
Há dez anos iniciou-se um tempo novo e fecundo para nós, a partir de sua nomeação e sua vida entregue e vivida entre nós.
Somos gratos ao bom Deus, a nossa Mãe, a Igreja, e a sua pessoa dom Pedro, por ter se feito “dom” para nós e conosco. Muito obrigado !
Maria Santíssima, a Imaculada Conceição, continue a proteger e honrar este teu filho dileto, intercedendo junto de Deus as melhores bênçãos para a sua vida e missão.
Com estima e reconhecimento,
Pe. Ademir Santos de Oliveira
Ex-virgário geral do Diocese de Santo André