Diocese de Santo André

“Tu me amas?” – A pergunta de Jesus que ecoou na ordenação de seis novos padres na Diocese de Santo André

O dia 7 de junho amanheceu com o céu vestido de felicidade. Ainda nas primeiras horas da manhã, os corredores da Basílica Menor Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo do Campo, já se enchiam de fiéis, religiosos, familiares e amigos dos seis diáconos que, dentro de instantes, seriam ordenados presbíteros. Mas antes da entrada solene e do esplendor da liturgia, a ordenação teve início de forma discreta, porém profundamente significativa: no salão paroquial, os seis candidatos reuniram-se com Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo diocesano, para a Profissão de Fé e o Juramento de Fidelidade.

Ali, cercados pelo clero, por seus formadores e familiares mais próximos, os candidatos reafirmaram publicamente a fé na Igreja e a promessa de obediência ao magistério. Era o primeiro passo de um caminho que os configuraria, para sempre, a Cristo Sacerdote.

Logo após esse momento íntimo e solene, os seis diáconos, já com os corações em silêncio orante, se uniram ao bispo, aos padres e a seus familiares numa procissão até a porta principal da Basílica, onde uma multidão os aguardava em oração. O canto “Seguir-te-ei, ó Senhor” tomou os ares, anunciando que algo grandioso estava para acontecer. Ao atravessarem a porta principal, o templo já estava tomado: fiéis das paróquias, amigos, religiosos e religiosas de toda a diocese formavam uma só família reunida para testemunhar um momento de graça.

A celebração teve início com a Liturgia da Palavra. E, após a proclamação do Evangelho, Dom Pedro chamou um a um os nomes dos eleitos: Pe. André Lucas Chaves, Pe. Bruno Xavier Biazutti, Pe. Joel dos Santos Machado, Pe. Romário da Rocha Cunha, Pe. Thiago Batista da Silva e Pe. Victor Pereira Guimarães. Cada um respondeu com firmeza: “Presente!”. A Igreja, como mãe, os acolhia com alegria e reverência.

Na homilia, Dom Pedro falou ao coração dos presentes. “O presbítero é alguém amado, escolhido e enviado por Jesus como seu amigo”, afirmou. Recordou que o padre é chamado a viver a caridade pastoral, cuidando do rebanho com generosidade, não como um funcionário da fé, mas como um bom pastor que dá a vida. “A fidelidade é a palavra que hoje vos é entregue”, completou, convidando os futuros padres a viverem o Evangelho com radicalidade. E finalizou: “Hoje Jesus vos pergunta: Tu me amas?” (leia a homilia completa, clicando aqui)

Depois da homilia, o rito de ordenação seguiu suas etapas com profundidade e beleza. Primeiro, o Propósito dos Eleitos: os seis, diante do povo, prometeram viver com fidelidade sua missão. Depois, fizeram a Promessa de Obediência ajoelhados diante do bispo. Em seguida, a assembleia entoou a Ladainha de Todos os Santos, prostrados ao chão, em sinal de entrega total, os futuros padres ouviram a Igreja suplicar por eles. O povo cantava, os nomes dos santos ecoavam, e o céu parecia curvar-se sobre a terra.

Então veio o momento central: a Imposição das Mãos. Dom Pedro impôs as mãos sobre cada um deles e, logo depois, todos os padres presentes — em comunhão — formaram um círculo ao redor dos eleitos, colocando as mãos sobre suas cabeças em silêncio orante. Era a Igreja, através do presbitério, acolhendo seus novos irmãos.

Após a Prece de Ordenação, cada novo padre foi revestido com a estola e a casula, paramentos que expressam sua nova identidade. Então, Dom Pedro ungiu suas mãos com o santo óleo do Crisma, consagrando-as para o serviço sacramental. Um a um, o bispo beijou as mãos ungidas, e todos os presbíteros fizeram o mesmo, em um gesto de profunda fraternidade e acolhida no ministério.

Na sequência, os novos padres receberam do bispo a patena com o pão e o cálice com o vinho, sinais do sacrifício eucarístico que, a partir dali, estariam aptos a oferecer em nome de toda a Igreja. O rito se completou com o Abraço da Paz, selando a comunhão presbiteral.

Já como sacerdotes, os seis se uniram ao altar e concelebraram a Eucaristia pela primeira vez, exercendo o ministério que acabavam de receber. Foi um momento de plenitude, no qual a Igreja inteira pôde testemunhar a fidelidade de Deus.

No final da celebração, o Padre Bruno dirigiu-se à assembleia em nome dos seis. Baseando-se nos ensinamentos do Papa Francisco, estruturou seu discurso nas quatro proximidades do sacerdote: com Deus, com o bispo, com os outros padres e com o Povo de Deus. Em um agradecimento profundo e emocionante, lembrou dos formadores, das paróquias de origem, dos seminaristas, dos amigos e familiares — incluindo os que já partiram para a eternidade.

Recordou, com especial ternura, Eduardo Barbosa Pereira, companheiro de caminhada vocacional, e agradeceu à sua família, presente na celebração. “Guardamos o Eduardo em nossa memória com carinho e esperança”, afirmou. E reforçou: “Queremos ser padres peregrinos da esperança”.

Antes da bênção final, Dom Pedro anunciou, para alegria e expectativa de todos, as primeiras missões pastorais dos novos presbíteros:

  • Pe. André Lucas Chaves: Vigário Paroquial da Paróquia São Sebastião, em Rio Grande.
    Lema: “Levanta-te e come, ainda tens um longo caminho a percorrer” (1Rs 19,7).
  • Pe. Bruno Xavier Biazutti: Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Operário, em Santo André.
    Lema: “Deus nos colocou no mundo para os outros” (São João Bosco).
  • Pe. Joel dos Santos Machado: Vigário Paroquial da Paróquia São José Operário, em Mauá.
    Lema: “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8,35).
  • Pe. Romário da Rocha Cunha: Vigário Paroquial da Paróquia São João Batista, no Riacho Grande.
    Lema: “Em tudo, amar e servir” (Santo Inácio de Loyola).
  • Pe. Thiago Batista da Silva: Vigário Paroquial da Paróquia Santa Luzia, em Ribeirão Pires.
    Lema: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9).
  • Pe. Victor Pereira Guimarães: Permanece como Vigário Paroquial na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em São Bernardo do Campo.
    Lema: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

Na véspera da Solenidade de Pentecostes e no coração do Ano Jubilar da Esperança, a Diocese de Santo André celebra com gratidão. Esses seis novos padres agora seguem como peregrinos do Reino, prontos para amar, servir e conduzir o povo à eternidade. E como eles mesmos disseram: “Estamos aqui por amor. Estamos aqui por vocês.”

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