Diocese de Santo André

“Eis-me aqui!”: Diocese de Santo André institui 841 Ministros da Catequese

A tarde de 31 de agosto ficará registrada como um momento histórico na vida da Diocese de Santo André. Na Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI), em São Bernardo do Campo, 841 catequistas receberam o ministério de catequista durante a missa presidida pelo bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini.

Desde cedo, homens e mulheres de todas as foranias chegavam animados, vestidos com as camisetas de catequistas, sinal visível do amor pela missão que assumem com a Igreja. O clima era de festa, mas também de compromisso, pois cada um ali trazia no coração o desejo de servir.

Logo após a proclamação do Evangelho, os candidatos foram chamados e, em uníssono, responderam com firmeza e emoção: “Catequistas. Eis-me aqui!”, o gesto ressoou como um verdadeiro cântico de entrega diante do chamado de Deus.

Na homilia, Dom Pedro fez uma profunda reflexão sobre o Evangelho do dia, sublinhando a humildade como fundamento da vida cristã e chave para a missão dos catequistas. “Não adianta fazer grandes coisas para Deus se elas não são feitas com o mesmo Espírito de Jesus. O que é feito sem humildade acaba logo”, afirmou.

O bispo explicou que a sociedade ensina desde cedo a buscar os primeiros lugares, o prestígio e o poder, mas o discípulo de Cristo é chamado a caminhar na contramão dessa lógica. “Jesus nos ensina o caminho da humildade, que vai contra a cultura da competição, da fama e da riqueza. Ser cristão exige de nós um grande processo de conversão ao modo de ser de Jesus”, disse.

Ele usou uma imagem forte para explicar o perigo da soberba: “O orgulhoso é como uma pedra, não tem porta por onde Deus possa entrar”. E lembrou que o coração humilde, como a terra regada pela chuva, pode gerar frutos abundantes para o Reino.

Aos catequistas, Dom Pedro falou do papel fundamental que terão na vida da Igreja: “Vocês são os primeiros na história de nossa Diocese a receberem a investidura de catequistas. O determinante para o futuro da nossa Igreja será a catequese”.

Para mostrar a força dessa missão, o bispo recordou a história de cristãos do Japão, no século XVI, que mesmo sem sacerdotes conseguiram manter a fé viva durante mais de um século, graças ao testemunho dos catequistas. “Eles transmitiram a fé de geração em geração. Quando, muito tempo depois, padres voltaram ao Japão, foram reconhecidos como católicos porque celebravam a Eucaristia, amavam Maria e estavam unidos ao Papa. Tudo porque os catequistas mantiveram a Igreja viva”, destacou.

Por fim, Dom Pedro ligou a missão dos novos ministros ao Jubileu vivido pela Igreja: “A melhor maneira de dar esperança é comunicar Jesus Cristo, dar as razões da nossa esperança, que é o próprio Jesus”.

Depois da homilia, a assembleia acompanhou em clima de oração a súplica sobre os catequistas. Então, os ritos de entrega foram iniciados. Em um primeiro gesto, Dom Pedro chamou à frente a Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética e sobre eles impôs a cruz, sinal da missão que assumiam em nome de todos. Em seguida, os presbíteros presentes se espalharam pelo espaço e entregaram a cruz a cada um dos 841 catequistas instituídos. Era possível ver nos olhos de muitos a emoção, alguns chorando, outros erguendo a cruz com gratidão, todos conscientes da grandeza daquele instante.

Após a Liturgia Eucarística, Dom Pedro entregou à Comissão a Bíblia e o Diretório Diocesano de Catequese, símbolos do compromisso de anunciar a Palavra e de seguir unidos na caminhada. O bispo explicou que o diretório não é um texto rígido, mas um guia para orientar a missão. “Esse diretório não é para engessar a criatividade ou as necessidades pastorais. Ele é um corrimão que ajuda a caminhar com segurança. É fruto de um grande trabalho e deve ser levado a sério, porque foi assumido pela nossa Igreja através de um decreto. Ele nos coloca na linha da Iniciação à Vida Cristã e será imprescindível para que a catequese continue sendo força viva de evangelização”.

Em seguida, os presbíteros, assim como haviam feito com a cruz, se espalharam pelo espaço e levaram esses sinais também aos novos Ministros da Catequese. Um a um, os catequistas receberam o diretório, agora como ministros instituídos, assumindo com emoção e responsabilidade o compromisso de anunciar a Palavra e conduzir a catequese em unidade com toda a Igreja diocesana.

O vigário episcopal para a Pastoral, Padre Everton Gonçalves Costa, falou da alegria de viver um dia histórico para a Diocese, agradecendo a todos os que se dedicaram ao processo e afirmando que o ministério é um reconhecimento da Igreja, em sintonia com o chamado do Papa Francisco.

Já o assessor da Comissão Bíblico-Catequética, Padre Eduardo Antonio Calandro, manifestou gratidão a Dom Pedro, ao clero e a cada catequista. Ele destacou que a catequese precisa ser mais do que transmissão de conteúdos: deve ser presença que toca e transforma. “Além de grandes conteúdos que temos que transmitir, precisamos viver como catequistas. A evangelização do futuro precisa ser presença. Que o nosso jeito de evangelizar seja, acima de tudo, afetivo, porque isso toca o coração das pessoas”, afirmou.

Na sequência, o chanceler do bispado, Padre Camilo Gonçalves de Lima, fez a leitura do decreto de criação do Diretório Diocesano de Catequese, oficializando a adoção do texto que será referência para todo o trabalho catequético da Diocese.

Ao final, a celebração foi marcada por um profundo clima de gratidão e esperança. A instituição do ministério de catequista abriu uma nova etapa para a Igreja diocesana, fortalecendo a missão de transmitir a fé com alegria e fidelidade.

Essa conquista é fruto de um caminho percorrido com paciência e dedicação. Foram quatro anos de preparação para o Diretório Diocesano de Catequese, iniciados ainda antes da publicação do Motu Proprio Antiquum ministerium, do Papa Francisco, assinado em 10 de maiode 2021, memória litúrgica de São João de Ávila, que instituiu o ministério de catequista na Igreja.

Grande referência em catequese, Padre Eduardo acompanhou e orientou esse processo com profundo conhecimento e zelo, inspirando os catequistas e sustentando a caminhada com seu testemunho de dedicação.

A Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética, responsável por esse trabalho, é formada pelos coordenadores Clara Helena Breccio Cavinato, Eliane Castilho Cunha Martinez, Ivanilde Sampaio, José Carlos Serrano Martinez, Maria Cristina Teles Nascimento e Sandra Regina Cortez Becker, além do assessor. Unidos em um mesmo propósito, eles enfrentaram um árduo caminho de escuta, reflexão e elaboração. O trabalho intenso, somado à dedicação e ao conhecimento do Padre Eduardo e apoio do bispo diocesano, resultou em um diretório que expressa não apenas normas e orientações, mas a comunhão de uma Igreja que se constrói no diálogo e na partilha. Essa unidade entre a comissão e seu assessor mostra que a catequese é sempre obra de muitos, sustentada pela fé, pelo amor e pela esperança que brota em Cristo.

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