O poder da música para combater a intolerância e transmitir paz ao mundo. Para mudar a realidade de tempos difíceis e promover a convivência pacífica entre os povos, o Monsenhor Marco Frisina trouxe uma mensagem de esperança e fé em Cristo na noite de sábado (16/03), ao dedicar boa parte do Concerto “Eis Me Aqui, Senhor” para as vítimas da violência na sociedade, durante apresentação no ginásio do Colégio São Luís, na Consolação, capital paulista.
Unido ao coro de mais de 200 vozes, entre elas vários representantes do Coral da Diocese de Santo André, o regente do Coro da Diocese de Roma apresentou repertório evangelizador e reflexivo que emocionou a plateia de mais de mil pessoas.
“A música é um dom de Deus e não tem fronteiras. Ela é capaz de unir os povos e de mostrar que Deus triunfa sobre o mal”, reforça Frisina, ao prestar tributo às vítimas dos atentados na escola de Suzano, na Catedral de Campinas, na mesquita da Nova Zelândia e das tantas guerras que ainda acontecem no mundo.
Como parte da programação do Congresso de Música Sacra organizado pelo Pateo do Collegio, que aconteceu entre os dias 15 e 17 de março, o padre e compositor italiano trouxe na bagagem um programa de 2h40 de duração com 19 peças, entre elas a maior parte obras de sua autoria (letra e música), num percurso aprofundando os mistérios e contemplando a graça de Deus, nas palavras do próprio, desde a abertura com referência ao Papa São João Paulo II, temas que elucidam o amor ao Senhor como ‘Quem Nos Separará’ e ‘Alma de Cristo’ a marchas triunfais como ‘La Via Dei Martiri’, que recorda principalmente o testemunho dos jovens mártires e a glória da ressurreição em Jesus Cristo, culminado no canto vitorioso de Deus sobre o mal com ‘Il Canto Del Mare’.
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Homenagens ao Brasil
No entanto, Monsenhor Frisina não poderia deixar de render homenagens à padroeira do Brasil e ao próprio povo brasileiro, com a execução do ‘Hino a Nossa Senhora Aparecida’ e no penúltimo ato do espetáculo, uma honraria com a versão de ‘Aquarela do Brasil’, letra e música do irreverente Ary Barroso.
Para fechar com chave de ouro, o maestro italiano executou ‘Jesus Christ You Are My Life’, com todos cantando e batendo palmas num ambiente de alto astral.
A apresentação do recital teve início com as boas-vindas do padre Carlos Alberto Contieri, que também é reitor do Colégio São Luís e participou no ano passado da abertura do 1º Congresso Diocesano de Músicos Católicos, em Santo André.
“A música tem esse poder de transformar vidas, como uma reflexão para mudança de hábitos”, indica o sacerdote jesuíta.
Participaram também da apresentação, além do Coral da Diocese de Santo André, os coros Santa Bernadette, também regido por Diego Muniz, o Coral da Arquidiocese de Campinas, Coral da Diocese de Santo Amaro,Coral do Monsenhor Nazareno Magi de Americana, o anfitrião, Schola Cantorum do Pateo do Collegio e a Orquestra Sinfônica de Americana, com 43 músicos.O tenor Jean William e as sopranos Ana Carolina Sacco e Ana Elisa Portes também integraram o programa do concerto.
Após passar por Campinas e São Paulo, Monsenhor Marco Frisina cumpre agendas no Rio de Janeiro, com apresentação ao lado de jovens numa comunidade; visita o Santuário Nacional de Aparecida e encerra as agendas na cidade campineira, quando participa de missa e concerto na Catedral Metropolitana, no dia 22 de março.
É a primeira vez que o padre, compositor e maestro de música sacra visita o país. Frisina é fundador e diretor do Coro da Diocese de Roma desde 1984, sendo ordenado sacerdote dois anos antes. O grupo atua nas liturgias diocesanas, entre elas, as presididas pelo Papa Francisco, no Vaticano.
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Legado do Congresso
Na avaliação do maestro do Coral Diocesano, Diego Muniz, o Congresso de Música Sacra realizado durante três dias despertou na alma de todos os participantes, o espírito de cada vez melhor servir a liturgia através da música. Segundo ele, Monsenhor Frisina enfatizou, nas cinco conferências, o caráter de bem realizar o serviço musical no ambiente em que trabalhamos com destaque para a consciência de que a música na missa deve estar diretamente ligada à ação litúrgica.
“Dela (música) não ser apenas um acessório e acerca da influência do canto gregoriano como inspiração e modelo para a composição de novas músicas para a liturgia no que diz respeito ao texto ser sempre bíblico, da primazia da letra sobre a música, as formas das melodias e da importância de se compor para que se priorize o canto da maioria e não de solistas”, explica.
De acordo com o regente, grande ênfase foi dada também ao papel dos grupos de canto que animam as celebrações uma vez que o papel deles é ajudar a assembleia a rezar através do canto e não dar espetáculo para satisfação do próprio ego.
“Sobre o repertório litúrgico utilizado na atualidade alertou para o cuidado que se deve ter na seleção das músicas para se cantar a Missa, uma vez que vemos em muitos lugares músicas e ritmos que não colaboram com o espírito de oração que os momentos exigem. Por fim frisou a importância de escolas diocesanas de música para formar os músicos que pretendem servir à liturgia”, comenta.
Diego prossegue dizendo que para os cantores foi um momento inesquecível em suas vidas por diversos fatores, ao destacar a alegria em cantar num coro de 200 vozes onde todos estavam dispostos a dar seu melhor para bem realizar os concertos e missas.
“Foi um privilégio viver momentos musicais e de partilha de conhecimento do Monsenhor Frisina e a experiência musical de ensaiar e cantar com uma boa orquestra sinfônica, algo ainda impensado dentro da nossa realidade musical católica e que tanto animou e fez brilhar os olhos de nossos cantores”, finaliza.
