Renovando a esperança, celebrando a fé do povo de Deus e meditando a Parábola do Trigo e do Joio, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, presidiu a Santa Missa da manhã do 16º Domingo do Tempo Comum (19/07), concelebrada pelos padres Joel Nery (vigário episcopal para a Pastoral e pároco da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal), na Catedral Nossa Senhora do Carmo.
“Sejamos o bom trigo de Deus no meio do joio do mundo”, enfatiza.
Ao final da celebração, Dom Pedro mais uma vez destacou a solidariedade de toda a Igreja com os familiares das vítimas da Covid-19 e o profundo pesar pelas vidas acometidas pela pandemia.
“É como uma neblina que caiu sobre nós, de muita tristeza, mas não podemos nos abater. Jesus diz tantas vezes no evangelho “não tenha medo, pois estou contigo”. Que essa presença de Cristo no meio de nós, essa certeza que Ele nos ama, nos fortaleça para testemunhar nossa fé, com coragem, paciência e perseverança”, salienta.
Parábola do Trigo e do Joio
Essa parábola contada por Jesus Cristo é uma das mais conhecidas na bíblia e apresenta um significado de como Deus é justo. Por isso, o trigo e o joio devem crescer juntos. Não devem ser separados antes da colheita, sob o risco do bom trigo ser arrancado junto com as ‘ervas daninhas’.
Na meditação do Evangelho de Mateus (13,24-43), Dom Pedro diz que o Pai nos dá a escolha de sermos trigo ou joio em nossas vidas:
“O joio pode virar trigo. O pecador pode virar santo, através da conversão do coração. A palavra de Deus pergunta: “Onde você está, irmão? Você é trigo? Você é joio? Você é trigo com inveja do joio? Você é trigo querendo ser joio, mas não tendo coragem? Você é o trigo bom, batizado, cristão que morre de inveja de quem é ruim, de quem pratica a iniquidade, e está no pecado?”, indaga o bispo, ao dizer que o evangelho retrata duas maneiras de agir e viver a história da humanidade: o olhar do mestre, do agricultor, que vê longe; e por outro lado, o olhar dos servos que vê o problema e quer imediatamente eliminar o mal.
“O proprietário tem a preocupação de fazer com que desenvolva o trigo bom. O Senhor nos convida a encarnar o seu próprio olhar, manter como bom trigo no meio do joio, sem se corromper, isto é, uma prova da escolha de Deus. Escolhi ser bom, ser cristão, seguir Jesus e estou rodeado do joio, mas quero ser trigo. Devemos renovar isso a cada momento”, reafirma Dom Pedro, sobre as perseguições e hostilidades que muitos defensores do Reino de Deus sofrem neste mundo ao optar em fazer o bem e praticar o amor ao próximo.
Reflexão do Papa Francisco
Ainda durante a homilia, o bispo diocesano citou a meditação do Papa Francisco neste domingo (19/07), antes de rezar o Angelus, na Praça São Pedro, no Vaticano. O sumo pontífice explica que uma visão da história pode ser lida nesta palavra. “Ao lado de Deus, o dono do campo, que semeia sempre e somente boa semente, há um adversário, que espalha o joio para impedir o crescimento do trigo”. O Papa continua:
“O proprietário age abertamente, à luz do sol, e seu objetivo é uma boa colheita; o outro, o adversário, no entanto, tira proveito da escuridão da noite e trabalha por inveja, por hostilidade, para arruinar tudo. O adversário tem um nome, o adversário ao qual se refere Jesus tem um nome: é o diabo, o opositor por excelência de Deus. Sua intenção é atrapalhar a obra da salvação, fazer com que o Reino de Deus seja obstaculizado por operários iníquos, semeadores de escândalos. De fato, a boa semente e o joio representam não o bem e o mal abstratamente, não, mas nós seres humanos, que podemos seguir a Deus ou ao diabo”, reflete.
Ano Vocacional e envio de jovens
Em todas as missas dominicais, Dom Pedro recorda a importância do Ano Vocacional Diocesano, que visa despertar novas vocações para a igreja e reforçar a perseverança daqueles que estão na caminhada rumo ao sacerdócio e dos que cuidam do povo nestes tempos de crise.
Neste domingo, em especial, além da oração pelas vocações sacerdotais, o bispo também rezou uma Ave Maria pelo envio de dois jovens da Comunidade Shalom, Mateus e Felipe, para uma nova missão.
“Que vocês tenham ânimo no coração, sintam-se amados por Cristo e que esse amor Dele seja a força para viver o carisma de vocês”, propõe Dom Pedro.
66 anos da Diocese e 5 anos de Dom Pedro
A Diocese de Santo André completa 66 anos de fundação na próxima quarta-feira (22/07) com celebração especial ao meio-dia. Já no próximo domingo (26/07), Dom Pedro completa 5 anos de episcopado na Igreja Católica do Grande ABC, com missa em Ação de Graças que acontecerá às 11h. Ambas celebrações serão presididas pelo bispo diocesano.
Desde a semana passada, a Catedral Nossa Senhora do Carmo teve o retorno das missas com a presença de fiéis (capacidade até 100 pessoas) seguindo todas as orientações necessárias como uso de máscaras, utilização de álcool gel na entrada, distanciamento de dois metros, comunhão na mão e sem abraço da paz.
Caso a capacidade seja atingida durante as próximas missas, a Praça do Carmo será preenchida com cadeiras e som externo para o público. Deve-se evitar sair de casa se estiver com febre, tosse, cansaço ou alguma enfermidade. Quem pertencer ao grupo de risco deve assistir as celebrações pelas mídias sociais.
Dom Pedro celebrará presencialmente todos os domingos, às 11h. Na residência episcopal, as missas continuarão sendo celebradas todas as quartas, sempre ao meio-dia. Ambas transmitidas pelas mídias sociais da Diocese de Santo André.
