Na manhã de quinta-feira (30/07), Dom Pedro Cipollini visitou a sede da Associação Lar Menino Jesus, obra fundada em fevereiro de 1956 por Dom Jorge Marcos de Oliveira, o primeiro Bispo da Diocese de Santo André, que recém-chegado a região, logo percebeu esta necessidade pela triste realidade social que encontrou.
Irmã Maria Miele, Serva do Menino Jesus e Diretora de Patrimônio da entidade explicou ao novo bispo que “Em 1969, quando chegou, viu apenas um terreno cercado e com um barracão. E para construir uma viagem de caminhão de areia e de terra”. Ela lembrou da dificuldade de então. “A doação foi feita em 1967, e em dois anos venceria o prazo. Se não fosse construída a obra, perderíamos o terreno. Foi muito importante a participação do Padre Adriano, que queria construir uma obra social, que pudesse ser usada como local de missa. Ele levou o bispo até a Holanda para buscar ajuda financeira. Lá a Igreja Católica e a Igreja Reformada Protestante se uniram e nos enviaram o dinheiro para começarmos a obra”.
Atualmente convivem na entidade 88 crianças de ambos os sexos, com idade que variam de 6 a 15 anos. Em 1972 quando as instalações foram inauguradas, a casa atendia duzentos e cinquenta crianças que permaneciam no local o dia todo. Vale lembrar que no início do pastoreio de Dom Jorge Marcos, o bispo foi chamado por um delegado de polícia que mostrou a ele que apareceram cinco meninas, cujos pais eram desconhecidos e que não poderiam passar a noite na delegacia. E ele passou a incumbência de cuidar do caso para o bispo. Foi assim que nasceu o plano de construir o Lar Menino Jesus.
Irmã Maria Miele também disse: “Conheço cada tijolo e cada história das crianças que aqui passaram. Sentia que esta história não poderia ter fim. E por isso nossa diretoria procurou há dois anos a Diocese de Santo André e Dom Nelson ficou sensibilizado com a causa. Sabemos que não somos eternos, mas a Igreja é perene. Os administradores estão ficando idosos, mas a Igreja terá sempre fiéis que continuarão a frente deste trabalho social”, sentenciou.
Após percorrer as dependências, Dom Pedro falando aos diretores da entidade assim se expressou: “Percebo que esta obra é um itinerário de caridade que nasceu no coração do bispo Dom Marcos Jorge de Oliveira. Fico feliz em ver tantos leigos assumindo seu papel na Igreja. E juntos com os padres, os diáconos, estão vencendo as dificuldades e fazendo com que obra permaneça firme, forte e atendendo as centenas de crianças”. E continuou: “Vejo que temos até uma advogada. E isto é bom, por que hoje até para fazer caridade é preciso ter o amparo de profissionais que entendam da lei”.
Dom Pedro recordou da atuação da Igreja que sempre esteve a frente de seu tempo. “Foi a Igreja que construiu universidades, os grandes centros de estudo, numa época em que os reis assinavam seus nomes com uma cruz, por que não sabiam ler e nem escrever. A Igreja construiu hospitais e humanizou o atendimento aos nossos enfermos. Antes só existiam depósitos de doentes que eram retirados da sociedade para morrerem sozinhos”.
A preocupação com as crianças também foi uma obra de caridade da Igreja afirmou o quinto bispo da Diocese de Santo André. “Quando a sociedade não prestava a atenção nas crianças, já que eles eram pessoas fracas e morriam aos montes, quando ninguém contava com eles, foi a Igreja que fez surgir os orfanatos, as casas de acolhidas destas crianças desamparadas pela sociedade e pelas autoridades. Foi assim que nasceram casas como a que estamos visitando hoje”, finalizou Dom Pedro.