Diocese de Santo André

No meio da agitação, como encontrar descanso?

Há pouco tempo tive a oportunidade de conhecer o Mosteiro de São Bento em São Paulo. Fomos um grupo de pesquisadores em Ciências da Religião para conhecer a literatura bíblica retratada na arte visual do Mosteiro nos seus afrescos, pinturas, ícones, esculturas, vitrais… Foi,sem dúvida, uma experiência magnífica.

Mas uma coisa me chamou muita atenção, e não foram somente as várias manifestações artísticas presentes no interior do templo, mas a localização daquele Mosteiro e sua Igreja.

O Mosteiro de São Bento está situado na região central da cidade de São Paulo. Um lugar movimentadíssimo, extremamente confuso com ruas de comércio e trânsito intenso. Ao redor estão Praça da Sé, Mercado Central, 25 de Março, Viaduto Santa Efigênia… Enfim, uma região marcada pela agitação e barulho.

E no meio disso tudo – o Mosteiro – um lugar marcado pelo silêncio, oração, trabalho, meditação e contemplação.  Ao perceber isso, me extasiei com este fato: no meio da agitação e do barulho, um lugar de silêncio e de retiro!

Observei algumas pessoas que entravam na Igreja do Mosteiro para rezar um pouco. Mesmo que por breves minutos, essas pessoas entravam caminhando apressadas, em geral, com o rosto cansado e pesado. Sentavam-se, e a impressão que se tinha, era que ao cair sentadas no banco da Igreja, essas pessoas despejavam não só o peso do corpo, mas também o peso da mente e do coração. Ali recuperavam o fôlego, as forças, e quando saiam, não mais caminhavam apressadas, mas tranquilamente, com calma e aliviados.

Vendo esses fatos, entendi que todos devemos ter esse “mosteiro” na nossa vida diária. Nosso ritmo é acelerado, nossa vida é agitada e muitas vezes, barulhenta, não adianta fugir. Mas ao invés de fugir, podemos fazer como os monges, ou àqueles que vão ao Mosteiro no centro de São Paulo: podemos nos retirar.

Isso mesmo! Algumas vezes no dia, paramos, e buscamos o “mosteiro” que existe dentro de nós. Um lugar para onde nos retiramos. Distanciamos-nos dos problemas, da agitação e do barulho,para ali, nos voltarmos para o sagrado que habita em nós.

Sagrado quer dizer exatamente isso: retirado.

E é justamente essa, creio eu, a proposta dos beneditinos: serem um sinal de contemplação, de silêncio, de meditação,de encontro consigo mesmo e com Deus, em meio a esse mundo pós-contemporâneo marcado pela pressa, agitação e distanciamento do sagrado.

Façamos como nos ensina essa presença beneditina no mundo: quando os problemas, a agitação e o barulho tentarem nos dominar, nos retiremos, corramos ao nosso lugar sagrado. Saiamos do mundo e entremos no céu. E lá, iremos ouvir a doce voz de Jesus que nos diz:

Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrarei descanso para as vossas almas, pois meu jugo é suave e meu fardo é leve. (Mt 11,28-30)

E voltemos para o mundo, na certeza de que sempre que precisarmos e quisermos, podemos recorrer a esse espaço interior no qual Jesus nos direciona, inspira e impulsiona.

 

Compartilhe:

Rumo ao 9º Plano Diocesano de Pastoral: Um Chamado à Comunhão e Missão

Diocese de Santo André se despede de Padre Praxedes, sacerdote dedicado aos pobres e à justiça social

CDPA se reúne para fortalecer a ação pastoral e a comunhão diocesana em 2025

Condolência de Dom Pedro pelo falecimento do Padre Praxedes

Nota de pesar pelo falecimento do Padre Walfrides José Praxedes

Pe. Francisco de Assis da Silva, OMI, assume a Paróquia São Luiz Gonzaga em Mauá

Direitos Humanos?

nomeacoes

Nomeações e provisões – 29/01/2025

Núncio Apostólico do Burundi visita Diocese de Santo André

“A Catedral é a casa que acolhe a todos”, reflete Dom Pedro nos 85 anos da Nossa Senhora do Carmo