Na noite de 18 de agosto, o bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini esteve na Paróquia Senhor Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema, onde presidiu a Missa de Desagravo pelo ato de violação e vandalismo que ali havia sido praticado na madrugada anterior, por pessoas que invadiram a igreja e profanaram este santo local.
O rito prescrito pela Igreja foi iniciado do lado de fora da igreja, com os fiéis pedindo luz para aplacar toda e qualquer ira, expulsando todo o mal que sonha pela vingança que traz a mesma dor. “Vivemos momentos de grande angustia pela profanação, mas é preciso aprender a perdoar até 70 x 7, ou seja para todo o sempre. Mais importante do que encontrar os culpados é agradecer a todos vocês que aqui estão”, dizia a voz do comentarista, antes de Dom Pedro pedir ao Padre Dayvid para que abrisse as portas da igreja que foi novamente abençoada.
A água benta foi aspergida sobre o altar, nas paredes, nas portas, por sobre a assembleia e no sacrário, enquanto m canto próprio do rito envolvia a todos que em silêncio profundo tentavam entender como puderam agir com tanto ódio contra o Corpo de Jesus, ofendendo o Senhor?
Na missa que contou com a presença de oito seminaristas, o bispo em sua explicação dizia: “Quem agiu assim já são castigados por eles mesmos, por escolherem viver longe de Deus. Não precisamos ter raiva, mas sim perdoar como Deus perdoou. Eles não sabem o que fazem”. A igreja estava completamente lotada. E a Assembleia ouvia os cânticos selecionados para este rito de desagravo: “Lavai-me… Venha me purificar”. Deus é luz e Nele não há trevas!
Dom Pedro alertou para o fato de ter sido a quarta vez, em cidades diferentes que paróquias são vandalizadas e o Senhor ofendido. Um sacrilégio feito por pessoas que na calada da noite adentram estes locais santificados. “A sociedade secularizada está doente. O primeiro a ser agredido a todo instante é a pessoa humana. Sofre com agressão verbal e com violência física. Muitos chegam a ser mortos, num desrespeito ao ser humano que acima de tudo é imagem e semelhança de seu Criador. É um grande consolo vê-los todos aqui nesta noite, participando desta reparação, este gesto de gratidão pelas graças que recebemos de Deus. O amor é mais forte do que a morte. O amor vence a morte”, contou.
O bispo terminou sua fala com esperança, dizendo: “Trata-se de um crime pela lei brasileira. Passível de severa pena e prisão. Todavia, que saibamos estender o manto do perdão em cima destas pessoas que não aceitam Deus, não aceitam a Palavra do Evangelho, o que a Bíblia nos ensina. Vencemos o mal, praticando o bem. Olhemos para o joio, para que ele se transforme em trigo e em trigo bom”.
Texto de Humberto Pastore
Fotos de Elaine Venciguerra