Diocese de Santo André

Padre Renato Chiera muda a realidade de meninos de rua vítimas de violência no Brasil

Quinto país do mundo em população, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente o Brasil tem 46 milhões de crianças e adolescentes menores de 14 anos. Censo divulgado pelo Governo Federal mostra que há cerca de 25 mil crianças e adolescentes vivendo nas ruas de 75 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. O estudo comprova que a maior parte dessas crianças e adolescentes vivem nessa situação por conta de brigas familiares, violência doméstica e uso de drogas.

A Revista “Bote Fé” deste trimestre, produto da “Edições CNBB” que conta com o apoio da Assessoria de Imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a história do missionário piemontês, padre Renato Chiera, conhecido como “padre de rua” ou “padre das cracolândias”. Ele tenta mudar a realidade dos meninos e meninas de rua no Brasil há mais de 40 anos. O presbítero fundou a Casa do Menor São Miguel Arcanjo, no Rio de Janeiro, em 1986, e desde então ajuda milhares de crianças e adolescentes em situação de risco pessoal. Chiera também dá ênfase ao trabalho com as famílias, com o objetivo de promover a reintegração social dos abrigados.

Atendendo aos apelos do Evangelho expressos no pedido de socorro de diversos meninos nesta situação, padre Renato Chiera fundou a Casa do Menor São Miguel Arcanjo, que de acordo com ele é presença de amor, de família e de oportunidade. “Me sinto identificado com esta maravilhosa missão de ser, com outros, amor de Deus ao lado de quem se sente rejeitado por todos. Descobri que esta é a nova evangelização possível e fecunda para os não amados. O papa Francisco me confirma nesta missão de samaritano que se debruça sobre os caídos, de pastor que sente o cheiro das ovelhas e as procura e carrega no colo as feridas”, afirma.

Em 30 anos de atuação, a entidade já acolheu mais de 100 mil crianças, adolescentes e jovens. Atualmente oferece programas de acolhimento, desenvolvimento comunitário e reinserção social. “Em tantos anos nos chegaram muitos clamores por parte dos nossos meninos, por fome, casa, escola, profissão, futuro, família, visibilidade e protagonismo, mas o grito mais forte foi pela presença de alguém que os faça sentir filhos amados”, sublinha Chiera.

Com o apoio da diocese de Nova Iguaçu e dos jovens da comunidade, o projeto cresceu e se estendeu a outros lugares do Brasil. Hoje está presente em três estados brasileiros: Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas. “Nestes 30 anos, a Casa do Menor não resolveu o problema das crianças e adolescentes do nosso Brasil, fruto e consequência, de muitos abandonos, ausências e exclusões, mas se tornou uma referência para a Igreja e para a sociedade em geral”, observa.

Fonte: CNBB

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