Diocese de Santo André

Sete conselhos de Santo Agostinho para o músico católico

Se o Doutor da Igreja encontrasse um dos músicos que toca na Missa, aos domingos, ou aquele jovem que está lançando seu primeiro CD, o que diria?

1 – “Aceita a tua imperfeição. É o primeiro passo para alcançares tua perfeição” (Santo Agostinho, Serm. 142,10)

Vivemos na era pós-digital. Acostumamo-nos a melhorar as fotos com filtros e ferramentas que manipulam a realidade, corrigimos imperfeições na nossa aparência, compartilhamos uma vida idealizada, escolhemos, com cuidado, as informações do nosso perfil. Somos tentados, diariamente, a nos esquecer das nossas imperfeições, tanto as pequenas quanto as maiores. Santo Agostinho nos afirma que o primeiro passo não é as varrer para baixo do tapete, excluindo o que não queremos que as pessoas saibam de nós, como se as imperfeições não existissem, mas sim assumirmos nossas limitações.

2 – “O que buscas na tua ambição? Se Deus não te bastas, com poderás te contentar?” (Santo Agostinho, Serm. 105 3,4) 

Cuida dos teus pensamentos, pois estes são os “filhos do coração”; é o que nos lembra o bispo de Hipona. Cuidado com o que deseja. “Só é lícito pedir o que é lícito desejar”. Atenção para não querer fazer Deus de cúmplice das tuas ambições. A única ambição do cristão deve ser servir; não a si mesmo, mas a Deus e ao próximo.

3 – “Buscas a Deus na Igreja ou a ti mesmo?” (Santo Agostinho,137,9)

“A Igreja é o mundo reconciliado”, não tente perverter o corpo de Cristo. Não se esqueça de que a casa de Deus é uma casa de oração, não um templo de vendilhões. Não instrumentalize o espaço da graça. A Igreja é mãe, e devemos ter com ela o respeito e amor devidos. Só assim poderemos viver um encontro pessoal e verdadeiro com o Criador. “Não esqueças que a única razão para ser cristão é a vida eterna”.

4 – “Ser cristão não é conquistar Cristo, mas se deixar conquistar por Ele. Deixa que Ele conquiste em ti, que Ele conquiste para ti, que Ele te conquiste.” (Santo Agostinho in ps. 149,10)

Lembre-se de que, em tempos de empoderamento e autossuficiência, a mensagem que nos chega, desse santo do séc. IV, é de esvaziamento de si mesmo. Deus é tudo em todos. A conversão não é fruto do esforço humano, mas um dom derramado por Deus, acolhido e respondido por nós. É Ele quem vem primeiro em nosso encontro, como foi no jardim em que Agostinho ouviu a cantilena das crianças dizendo: “toma e lê”. Ao que ele assentiu, tomando as epístolas de São Paulo e encontrando, ali, o rumo para sua vida em Cristo.

5 – “Ama e diz o que quiseres!” (Santo Agostinho in epíst. ad Gal. 57 6,1)

O repertório do CD? A conversa com o sacerdote? Subir no palco para cantar a Palavra de Deus? Não se preocupe! Deus fala quando nós nos calamos. “Quer que Deus se ponha ao seu lado? Põe-te ao lado d’Ele então”, lembra-nos Agostinho. Por-se ao lado de Deus é colocar-se ao lado do Amor; não só ao lado, mas por cima e por baixo, por fora e por dentro. O amor será nosso guia, ele nos conduzirá e conduzirá nosso canto, porque “cantar é próprio de quem ama”.

– “Aquele que nos fez nos refez” (Santo Agostinho Epíst ad Darium)

Nós somos o pote, mas Cristo é a fonte. Ele é tudo para nós. Seu caminho é duro, mas seguro. A Ele dirigimos toda nossa atenção e oração. Ele é a vida da nossa vida, a alma da nossa alma. “Oramos a Ele, por Ele e n’Ele. Oramos com Ele e Ele para em nós!” (In ps. 85,1). Que não seja mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim.

7 – “Quando fazemos a vontade de Deus, faz-se a vontade de Deus em nós” (Santo Agostinho Serm. 58,4)

Quantas vezes ouvi que devemos fazer a vontade de Deus, que a vontade d’Ele é isso ou aquilo… No entanto, com o passar do tempo, colhendo os frutos, só vi brigas, ambições e vaidade. Fazer a vontade de Deus não é usá-Lo para revestir nossos desejos com um brilho que não é meu. Fazemos vontade d’Ele esvaziando a nossa vontade. Assim, a vontade se realiza não apenas por meio de nós, mas em nós. A vontade de Deus é que sejamos salvos e participantes da conversão dos nossos irmãos. Para que estes também alcancem a plenitude da salvação oferecida em Cristo.

Fonte: Canção Nova

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