No próximo dia 14 deste mês iniciaremos o período da Quaresma. Para os católicos é tempo de reflexão e penitência, de preparação para celebrar a Páscoa. Somos chamados neste tempo à conversão, mudança de rota. Somos chamados a nos purificar dos pecados.
Os sete pecados capitais são aqueles considerados “cabeça”. Isto, pois deles procedem os demais. São aquelas faltas que aparecem nos ensinamentos éticos do cristianismo, reportando-se àquilo que, de uma forma ou de outra todas, as religiões ensinam como prejudicial à salvação. Para além de pecados são tendências fortes, que escravizam a partir de dentro e levam a pecar.
Em nossa mentalidade tudo se explica pela ciência, e, em se tratando de comportamento, pela psicologia, a noção de pecado pode ser rejeitada pelo mundo bem pensante. Porém, a maior parte da população tem boa intuição, não se engana! Sabe que o pecado existe, pois, a consciência o acusa. Consideremos sucintamente os sete pecados capitais. Que esta reflexão nos ajude a perceber que: o erro que dá satisfação, mas não alegria, dá prazer, mas não felicidade.
Primeiro o orgulho que leva a pessoa a colocar-se como centro de tudo: negando a existência de Deus a pessoa se coloca em seu lugar quer consciente ou inconscientemente.
A inveja é outro pecado capital. É a tendência a se entristecer com o bem dos outros. O invejoso sofre, nunca está contente com o que tem e fica triste com o que os outros têm. O invejoso não é só um tormento para os outros, mas também para si mesmo.
A ira por sua vez é o descontrole que faz ofender os outros com facilidade. É reação violenta e também desejo de castigar quem o ofendeu. A ira é a tendência de querer vencer o mal pelo mal e não pelo bem.
Depois temos a gula, o abuso do prazer legítimo que acompanha o comer e beber. A malícia da gula sua força de escravizar a pessoa a seu corpo. Não somente a fome mata, mas a gula também, e a cada dia mais.
A luxúria é outro, consiste na absolutização do sexo, redução do amor ao erótico, ou seja, desligar o sexo do amor e do compromisso de vida com outra pessoa. A erotização da sociedade objeto de cama e mesa. Em geral se esquece que, algumas formas sublimes de amor não incluem sexo: amor a Deus, aos pais, filhos, amigos, etc.
A preguiça é a tendência a evitar qualquer esforço, tornando a pessoa um parasita que se revolta quando querem tirá-la de sua inércia. A lei do menor esforço é a lei do preguiçoso.
A avareza fecha a lista dos sete pecados capitais. É o vício dominante no mundo de hoje regido pelo poder econômico. As pessoas são levadas a pensar em ganhar dinheiro – noite e dia – para poder gastar e consumir num ciclo vicioso. O ter é que vale e não o ser.
Enfim, para quem começou achando que o assunto era fraco, até que escrevi demais. Talvez seja um oitavo vício, o de quem escreve, quem sabe?
Artigo escrito por Dom Pedro Carlos Cipollini para o jornal Diário do Grande Abc