Diocese de Santo André

Em Diadema, Paróquia Bom Jesus comemora 60 anos de caminhada com perfil acolhedor e “espírito migrante”

Em 1958, a Seleção Brasileira sagrou-se campeã pela primeira vez da Copa do Mundo de Futebol realizada na Suécia. A euforia tomava conta das ruas do país. A alegria brotava do rosto do povo. No Grande ABC, paralelamente, há exatos 60 anos uma outra conquista também mobilizava a população de Diadema, mais especificamente da região do bairro de Piraporinha, com a inauguração da Igreja Bom Jesus de Piraporinha, um ano antes da emancipação do município diademense.

E nesta manhã de domingo (22/04), centenas de fiéis e devotos prestigiaram as comemorações do Jubileu de Diamante, na celebração presidida pelo bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, concelebrada pelo diácono Marcos Diones Gimenez Andrade e pelo pároco Dayvid da Silva, na paróquia localizada ao lado do Terminal Piraporinha.

“Parabéns a essa comunidade. Continuem. Não desanimem. E cultivem a unidade. A união entre vocês, porque é a união que faz a força do testemunho que devemos dar (na sociedade)”, enfatizou Dom Pedro, que destacou a importância de se comemorar seis décadas de histórias de evangelização e lutas por uma sociedade que promove a paz e seja mais justa, fraterna e igualitária.

“O Bom Jesus aqui venerado, adorado, ouvido e aparece neste ato da Paixão, coroado de espinhos. Parece que Ele está impotente, mas não. Ele é onipotente. Morrendo destrói a morte. Fazendo do jeito que Ele fez nós destruiremos a morte. Essa cultura de morte, violência por aí, tudo isso não tem futuro, quando numa comunidade paroquial, num bairro, existe a luz que ilumina e esta luz é o amor em forma de cuidado, de amor verdadeiro, testemunhado aqui por gestos, iniciativas e quantas coisas bonitas”, sintetiza o bispo, ao dizer que amar Jesus Bom Pastor nos traz o compromisso de cuidar do próximo e da natureza, como diz o Papa Francisco.

Há cinco anos na dianteira da Igreja, o anfitrião padre Dayvid valorizou a caminhada e fidelidade do povo de Deus no crescimento do templo e ações em prol da comunidade. Para isso, o pároco relembrou as prioridades elencadas no documento final do Sínodo Diocesano, formalizado neste mês de abril, para projetar iniciativas no presente e futuro.

“As prioridades mais destacadas (eleitas na Assembleia Sinodal, realizada em novembro de 2017) dizem respeito a missão da Igreja e a acolhida que precisamos ter. Nós precisamos sair, mas também estar dispostos a acolher. Fruto do trabalho do Dom Pedro e de toda a comissão que preparou e nos ajudou a refletir a situação da Igreja no Grande ABC. Tenho certeza que nossa paróquia colocará em prática tudo aquilo que foi decidido no Sínodo Diocesano”, prevê.

A oração a Bom Jesus e o descerramento da placa comemorativa do Jubileu de Diamante promoveram o encerramento da missa.

Testemunho da acolhida

O perfil acolhedor da Paróquia Bom Jesus de Piraporinha pode ser levado ao “pé da letra”, já que até famílias com origem de outros países e regiões do Brasil estabeleceram morada perto da igreja. O vínculo foi tão forte que se envolveram com o trabalho na comunidade, como é o caso das irmãs Isaura Akiko Wada e Tereza Yoko Nakayama, descendentes do Japão, que integram os trabalhos da paróquia desde a década de 1970. “O chão ainda era cimento. O bairro ainda não era desenvolvido. Tinha bastante mato no local. Hoje presenciamos a evolução e o crescimento econômico e social em Piraporinha”.

Isaura relata que os pais, que trabalhavam na lavoura, nasceram no Japão e chegaram ao Brasil, antes da Segunda Guerra Mundial, na década de 1930. Porém, muitos familiares ficaram por lá e presenciaram os efeitos traumáticos da bomba atômica lançada sobre Hiroshima. “Inclusive, a esposa do meu primo sofreu sequelas devido à radiação. Não teve filhos e faleceu logo”.

No entanto, Isaura argumenta que a perseverança e determinação fizeram com que superasse as dores do passado. “Me envolvi no trabalho da comunidade, como ministra da Eucaristia e na organização das quermesses. Isso me fez muito bem”, revela a paroquiana de 75 anos.

Já o vendedor de livros Oleg Bartchewsky participa desde 2010, ao lado da esposa Silvia Henrique Alves da Luz. De origem russa, o início do aprendizado dos seus dois filhos (Renato e Gabriel) no Catecismo e na Crisma foi um momento marcante. “Tenho recebido muitas graças. Atuo na Pastoral do Dízimo e quanto mais contribuímos, mais obras Deus faz em nossas vidas”, atesta, ao dizer que estará dividido na torcida entre Rússia e Brasil na Copa do Mundo, que começa em junho deste ano. “Eu e meus pais nascemos aqui. Meus avós nasceram na Rússia”.

A Paróquia também abriu espaço para uma exposição que conta a história da Igreja, desde a fundação e construção até os dias atuais, por meio de fotos dos paroquianos, dos quatro padres-párocos que passaram pelo local (Alessandro, Sérgio, Ademir e Dayvid), objetos, manuscritos antigos e atas.

Reportagem e fotos: Fábio Sales

 

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