A nossa vida, desde sempre, é marcada pela busca da felicidade; somos indigentes, mendigamos a todo tempo a boa realização de nossa vida e a expressão mais forte dessa realização é a alegria, o contentamento por estar bem. Contudo, nos perdemos em meio ao vendaval de tantos caminhos que nos são propostos, a toda hora e em todo canto.
Foi neste contexto de busca que o Deus de Jesus Cristo veio ao encontro de Abraão: “Pois quando Deus fez a promessa a Abraão, não havendo alguém maior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo ‘Eu te cumularei de bênçãos e te multiplicarei em grande número'” (Hb 6,13-14). Deus faz uma promessa a Abraão e assume como sua a busca da felicidade de Abraão e sua descendência. A alegria de Deus é a vida dos seus filhos: “…e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria de teu Deus” (Is 62,5).
Desde então, como diz Neemias, a alegria de Deus é a nossa felicidade: “Não fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será a vossa força” (Ne 8,10). Essa alegria de Deus se expressa plenamente na entrega plena da vida Jesus em nosso favor: “Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia, e assentou-se à direita do trono de Deus” (Hb12, 1-2). Foi esta alegria que o anjo anunciou a Maria quando lhe disse: “…Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo” (Lc 1,28). Foi a percepção desta grandeza que levou Maria a exclamar: “…A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador…” (Lc 1,46-47). Jesus, com sua vida e morte, nos mostrou que só encontramos a fonte de nossa perfeita alegria no serviço à vida.
É isto também que nos diz o Papa Francisco: “…Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, não se ouve a voz de Deus, não se goza da doce alegria do seu amor nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem…” (Papa Francisco, A alegria do Evangelho, 2). São Francisco intuiu e viveu muito bem esta mensagem e ditou ao seu confrade Frei Leão um texto intitulado: “Da verdadeira e perfeita Alegria”.
Afastemo-nos de todo desânimo e persigamos a Perfeita Alegria.
Artigo desenvolvido por Pe. Antonio Luiz de Araújo, pároco da Paróquia Jesus de Nazaré em São Bernardo.