“Para muitos de nós cristãos católicos, o mistério da Santíssima Trindade algumas vezes passa despercebido., embora o nomeamos em cada oração que fazemos. É o mais sublime, a fonte de onde provém todos os outros mistérios da nossa fé. A união entre as três pessoas da Trindade nos convida não somente a sermos unidos a Deus, mas sermos unidos entre nós. Nosso ideal de unidade é a Trindade, a qual não existe divisão e oposição.”
Na Solenidade da Santíssima Trindade, mistério mais profundo do cristianismo celebrado na missa matutina deste domingo (07/06), o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, fez uma análise em que as diferenças deveriam ser tratadas como um dom, um complemento ao outro, e não a causa de separações e divisões na sociedade.
“A nossa vocação, portanto, é a paz, o amor, a harmonia entre nós. Essa unidade só é possível se tivermos tolerância uns com os outros. Nós vivemos um momento de grande intolerância no mundo, e no Brasil principalmente. Isso arruína a sociedade, o convívio humano e até a alma das pessoas, infundindo o ódio, o rancor, divisão. É preciso que as nossas diferenças nos una, e não nos separe. Não ver as diferenças como algo que nos ameaça, mas algo que nos completa”, avalia o pastor da Igreja Católica no Grande ABC, que tem presidido missas todas as quartas e domingos desde a segunda quinzena de março, em virtude da realização de celebrações sem a presença de fiéis, sendo transmitidas pelo Facebook da Diocese, diretamente da residência episcopal.
Confira aqui a homilia completa
Solidariedade na pandemia
Antes do início da Santa Missa, Dom Pedro ofereceu uma intenção especial, ao rezar pelas mais de 36 mil vítimas fatais da Covid-19, que deixam um rastro de dor, de tristeza, de comoção e de luto nos corações de todos os brasileiros.
“É um momento de oração fervorosa, a fim de que Deus abrevie essa pandemia e que possamos na fé e na esperança, superar toda essa crise que vivemos como nação, que não é só o coronavírus, mas também uma crise política, econômica e social. Que a força de Deus possa nos ajudar e nos fortalecer neste momento”, conclama.
Reabertura das igrejas
Após a oração do Ano Vocacional Diocesano, Dom Pedro deixou uma mensagem de reflexão neste momento de grandes dificuldades para o povo do Grande ABC.
“A crise é grande, a situação é grave, muitas pessoas morrendo. Por isso aqui vai meu apelo a todos para que rezemos, perseveremos, não desesperemos. Nem todos podem, mas se você pode, fique em casa!”
O bispo diocesano reafirmou mais uma vez que a Festa de Corpus Christi, no dia 11 de junho, será realizada apenas online, com transmissão pelas redes sociais, sem procissão, bem como as quermesses e festas juninas que estão canceladas, a fim de evitar aglomerações.
Sobre o retorno das missas presenciais a partir do dia 13 de junho, Dom Pedro reiterou que cada região pastoral tem realizado o discernimento sobre as condições necessárias para o momento exato da abertura, seguindo todas as normas apresentadas pela Diocese no dia 31 de maio.
“Uma Igreja ministerial e sinodal é uma Igreja que decide junto, com prudência, paciência para não atropelar o passo. Peçamos a força divina para iluminarmos os nossos corações”, destaca.
Vale frisar que a participação dos fiéis é facultativa e as orientações prosseguem para que o povo permaneça em isolamento social, já que as missas online continuarão na página da Diocese e de diversas paróquias do Grande ABC.
O documento com 60 itens, em acordo com as recomendações científicas e orientações dos órgãos da área da saúde, sobre o conjunto de normas para reabertura gradual das igrejas visando a retomada das missas está disponível no link abaixo:
Normas e Orientações sobre a retomada das celebrações no contexto da pandemia da COVID-19