No Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero, celebrado simultaneamente com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, presidiu na manhã desta sexta-feira (19/06), a primeira missa na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense, após o período de três meses de quarentena e isolamento social na residência episcopal, iniciado na segunda quinzena de março, em razão da pandemia da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
Na transmissão simultânea das mídias sociais da Diocese com cerca de 70 paróquias das sete cidades do Grande ABC, Dom Pedro saudou os sacerdotes e diáconos, ao dizer que a pandemia global, decretada oficialmente pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no dia 11 de março, deixará marcas profundas na humanidade, nos aspectos econômicos e essenciais para a sociedade, e de um aprendizado por mais empatia e solidariedade entre os povos.
“O mundo ser melhor ou pior, dependerá da conversão do coração de cada um”, frisa o bispo diocesano, ao manifestar respeito pelas famílias enlutadas e orações pela cura dos doentes.
A celebração não contou com a presença de fiéis. A catedral permanece fechada para celebrações e contou apenas com sacerdotes que não pertencem ao grupo de risco, seguindo todas as recomendações sanitárias, como utilização de máscaras, álcool gel e distanciamento de 2 a 3 metros nos bancos da Catedral.
Dom Pedro prosseguirá celebrando as missas todas as quartas e domingos, sendo transmitidas pelo Facebook da Diocese, diretamente da residência episcopal.
Coragem aos sacerdotes
Durante a homilia, Dom Pedro destacou a missão de cada padre neste cenário de adversidades e muitos desafios na acolhida e atendimento ao povo de Deus, principalmente aquele mais carente de recursos e que tem enfrentado a crise do desemprego e das dificuldades para comprar alimentos.
“Esse momento é singular. Cada um de vós se encontrou com seus momentos de fragilidade, seus medos e angústias nesse tempo de quarentena. Devido ao isolamento corre-se o risco de pensar que os problemas são intransponíveis. Cria-se um desânimo diante dos perigos reais. Toda crise de fato é um desafio, mas também uma oportunidade de se ter esperança”, reflete.
“O que é a esperança em tempos de tanto desespero e desânimo? A esperança é lançar-se nas mãos de Deus, que prometeu cuidar de nós. Você é chamado a fazer isso em sua vida. Passar da espera à esperança. E assim tudo será bom em sua vida, mesmo quando as coisas não correm a nossa maneira”, sintetiza Dom Pedro, ao relembrar a reflexão do Papa Francisco, no dia 27 de fevereiro deste ano, e agradecer aos sacerdotes pelo empenho e esforço em não desampararem o povo, mesmo diante dos obstáculos da pandemia.
Necessidade do perdão
“O Sagrado Coração de Jesus nos ensina a perdoar e termos corações generosos. Não só perdoar aos que nos ofenderam, mas perdoar a nós mesmos, de não sermos tão bons quanto gostaríamos. Isso nos traz paz neste tempo tão desafiador.”
Dom Pedro recordou novamente reflexão do Papa Francisco, ao agradecer o trabalho realizado pelo Apostolado da Oração na propagação desta devoção cultuada por décadas em toda a Diocese.
“O Apostolado da Oração é muito difundido em nossa Diocese. Que os membros possam lembrar por toda a igreja, o valor supremo da oração, o valor do culto a Jesus misericordioso, do coração de Jesus e que possam perseverar neste caminho bonito de animar a Igreja.”