A Diocese de Santo André prossegue nesta quinta-feira (06/08) com o sétimo capítulo da série especial “Curados para Amar”, que reúne depoimentos de pessoas que superaram as adversidades e venceram a batalha contra a Covid-19.
Nesta edição, o convidado é o coordenador de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, Diego de Jesus Neves, 35 anos, que atua como ministro extraordinário da Comunhão na Paróquia Nossa Senhora Assunção, na Região São Bernardo – Centro.
Ele relata uma poderosa intercessão de Nossa Senhora de Fátima para a sua cura e a promessa de escrever um livro como testemunho desse período de luta e vitória.”Finalizei o primeiro capítulo. Ainda precisa de revisão, mas é um desafio para dar exemplo de superação e fé para as pessoas. Pretendo escrever um capítulo falando apenas da importância da oração e da família”, confidencia.
Intercessão de Nossa Senhora
“Foi realmente uma grande vitória”. Assim, hoje Diego celebra aliviado o milagre da vida. Mas esse milagre tem uma protagonista que intercedeu junto a Deus, em sua opinião: Nossa Senhora de Fátima. Ainda se restabelecendo da batalha contra a doença contraída há três meses, atualmente faz questão de dar seu testemunho para louvar a Deus e agradecer a Maria por carregá-lo nos braços. Pode parecer coincidência, mas para ele o roteiro se encaixa perfeitamente na história de fé da família. “Fui extubado no dia 13 de maio, exatamente no Dia de Nossa Senhora de Fátima, e não me recordo de ter comentado, mas a técnica de enfermagem do hospital que fez toda a parte de higienização e acompanhou a minha extubação é amiga da ex catequista da minha irmã, em São Bernardo. E disse que no dia que eu extubei pedi que minha família rezasse por Nossa Senhora de Fátima. Não lembro desse fato, mas meu avô e meu tio, ambos falecidos de câncer no intestino, que foram histórias bem difíceis, também, eram bem devotos de Fátima. Agora posso dizer que a minha admiração e devoção aumentou ainda mais”, conta.
Lutar sempre, desistir jamais
Sem saber se foram alucinações ou sonhos, Diego relembra situações que envolveram uma luta psicológica contra a doença, que ocorreram durante os 30 dias de internação. “No momento da extubação, do desmame, da sedação, eu lembro de ter ouvido alguém falar. “Garoto, você morreu, você precisa esquecer de quem você ama. Eu gritava, não quero morrer. Pelo amor de deus, me deixa viver”. E também cena que eu me via na porta da igreja, como se fosse a missa de sétimo dia. Procurava minha família e não via. Vivenciei essas situações”, constata. Para Diego, esse momento traz um grande aprendizado. “Lutar pela vida, sempre. Deus e Maria estão sempre nos protegendo na intercessão. Meu cérebro lutou pela vida, meus amigos com orações, minha família, também”, relata. “Meu grande desafio é ser uma pessoa melhor. Não é uma caixa mágica que a gente entra e sai diferente, mas é uma construção, porque a gente valoriza cada detalhe, a falta de não poder beber água é importante. Colocar a minha roupa. Voltar a ter minha autonomia, voltar a comer. Então é acreditar e buscar firmemente na fé em Deus que é possível superar qualquer desafio”, reflete.
O diagnóstico
Diego recorda como descobriu o diagnóstico. A internação ocorreu no dia 27 de abril. Uma semana antes teve sintomas leves como febre, dores de cabeça e um pouco de desconforto intestinal. “Minha prima, que é médica, ficou no meu pé para que eu fosse no pronto-socorro desde os primeiros sintomas. Mas a orientação a época é para que procurasse atendimento somente se estivesse com falta de ar”, comenta. Mesmo assim fez uma tomografia, foi internado na UTI e recebeu a notícia de que o teste realizado três dias antes confirmou a Covid-19. “Recebi a confirmação pelo WhatsApp e fiquei muito assustado”, confessa.
O enfrentamento e a fé
Enfrentar um inimigo invisível não é uma das tarefas mais fáceis. “Tive uma sensação de mal estar no dia em que fui internado (27 de abril). E na manhã do dia 28 de abril já fui intubado. Não tive medo naquele momento, pois costumo dizer que não tive tempo”, relata. Permaneceu assim durante 15 dias. E a doença avançava. Teve pneumonia secundária. Fez cerca de 30 hemodiálises, pois os rins haviam sido afetados. A pressão e os índices de diabetes subindo. “Foram momentos bem críticos”
As adversidades também vieram no período após a intubação. “Não conseguia andar, não conseguia comer, não conseguia falar. Bate o desespero que não voltaremos ao normal”, conta. As dificuldades não pararam por aí. Mais internações durante o dois últimos meses. “Voltei a ser internado mais duas vezes. Tive dores no peito, suspeita de tromboembolismo pulmonar, trombose nas pernas. Tossia sangue. Fiz mais exames. Minha fala ainda não voltou 100%. Estou fazendo acompanhamento com fonoaudióloga”, resume. De acordo com Diego, a fé é peça fundamental na recuperação de todo paciente com Covid-19. “Graças a Deus com muito apoio do hospital e orações da família, o pessoal da igreja colocando nas intenções da missa e graças a Deus tive o milagre da vida”, celebra , ao relembrar a ideia da prima Fernanda, de organizar um Santo Terço três por dia por semana, que uniu amigos do Grande ABC, colegas de trabalho e até parentes da Bahia. Após 90 dias da primeira internação, Diego voltou nesta semana a trabalhar em casa com a certeza de que Deus dará a graça de sua plena recuperação.