Diocese de Santo André

Dom Pedro: a importância da correção fraterna para vencer o pecado

“Quando alguém comete um erro, pecado ou ofensa, o texto bíblico nos aponta dois caminhos: o caminho da fofoca, murmuração e condenação da pessoa; e o outro, que Jesus aconselha a comunidade quem segui-lo deve ir para outro caminho, o caminho da correção fraterna.”

A reflexão do bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, durante a Santa Missa matutina do 23º Domingo do Tempo Comum (06/09), alertou para a necessidade do diálogo com os irmãos para a conversão e das dimensões da vida cristã: comunitária e pessoal.

“Vamos pedir a Jesus que nos ensine a valorizar a comunidade. A comunidade pequena, igreja doméstica, grupo de pessoas que reflitam a palavra, mas sobretudo a comunidade da paróquia, que é ali onde se une na oração e na escuta da palavra. Que possamos corrigir com misericórdia”, frisa.

Dom Pedro salienta que há muitas armadilhas na sociedade atual, como o egoísmo e o individualismo que afastam as pessoas da convivência até mesmo na igreja. “Infelizmente não somos habituados a essa prática (da correção fraterna). Não temos o costume de chamar as pessoas, apontar os erros para que a pessoa melhore. Quem ama, corrige”, enfatiza.

O bispo acrescenta: “Quando a vida dizer não é muito mais difícil e exigente corrigir uma pessoa, do que deixa de lado e que vá para o caminho errado e acabe mal, lavar as mãos e deixá-la no pecado até morrer. Esse não é o caminho de Cristo”, comenta.

Missão do cristão

Em sintonia com aquilo que é apresentado pelo 8º Plano Diocesano de Pastoral, o caminho é da acolhida dos irmãos para a correção e arrependimento dos erros, bem como uma missão de todo cristão para ganhar corações e mentes para Cristo.

“Chama a pessoa para conversar e diga porque ela está errada, mostre os erros.  Se ela te ouvir, você ganhou o seu irmão para o bem. E para o bem dele”, conclui Dom Pedro, a homilia sobre o Evangelho de Mateus (18,15-20).

Como acontece nas manhãs de domingo, desde a reabertura da Catedral Nossa Senhora do Carmo para missas presenciais em julho deste ano, a celebração foi presidida por Dom Pedro e concelebrada pelos padres Joel Nery (pároco da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal).

Conselhos de Francisco

Além do aprofundamento o Evangelho em sua homilia, Dom Pedro também citou as palavras do Papa Francisco no Angelus deste domingo, ao dizer que a fofoca é pior do que a Covid-19 e destrói as pessoas.

“As fofocas fecham o coração à comunidade, impedem a unidade da Igreja. O grande fofoqueiro é o diabo, que sempre sai dizendo coisas ruins dos outros, porque ele é o mentiroso que tenta desunir a Igreja, afastar os irmãos e não fazer comunidade. Por favor, irmãos e irmãs, façamos um esforço para não fofocar. A fofoca é uma peste pior que a Covid”, sintetiza o Santo Padre.

“O ensinamento de Jesus nos ajuda muito, porque pensemos num exemplo: quando nós vemos um erro, um defeito, um escorregão de um irmão ou de uma irmã, normalmente a primeira coisa que fazemos é contar aos outros, fofocar”.

Sinais de Jesus

Dom Pedro também destacou a valorização da comunidade de fé nas ações por uma igreja unida, ao citar a importância da caridade fraterna e da oração em comum – “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (18,20) –, por meio da oração comunitária.

“Não somente aquela individual, que é muito boa, mas Jesus valoriza a caridade fraterna, a oração comunitária, a autoridade na comunidade, também. A comunidade recebe de Deus uma autoridade, e dentro da comunidade, também tem aqueles que representam Jesus, escolhidos por Ele, os sacerdotes e os bispos”, explica.

Segundo Dom Pedro, os sacramentos do Batismo, Crisma, Eucaristia são sinais sacramentais da presença de Jesus na comunidade, “que nos convidam a estar juntos como um sinal de um sacramento. Jesus está presente, não podemos duvidar. A comunhão entre nós é a comunhão com o sacramento da presença de cristo que nos ama e está sempre nos acompanhando no caminho a nossa realização, que é a nossa santificação”, finaliza.

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