Irmãos e irmãs, novamente chegamos ao domingo da alegria, quando o sacerdote deixa o paramento roxo e usa o rosa. Toda a liturgia quase que se antecipa aos festejos da chegada do Emanuel, Deus Conosco: Jesus! É como quando você prepara sua casa para um hóspede querido, de repente, você interrompe os preparos para pensar na alegria da chegada que se aproxima. Assim é nossa liturgia de hoje!

O Evangelho fala da luz testemunhada por João Batista. Como a fama de João era grande e multidões o procuravam, seguindo-o no deserto, os judeus de Jerusalém enviaram emissários para perguntar quem era ele, se seria o Messias. E ele responde: “Eu sou a voz que grita no deserto”.

Na primeira leitura, extraída de Isaías 61, 1-2.10-11, o profeta se diz ungido para anunciar a boa notícia aos humildes, anunciar a notícia maravilhosa e anunciá-la aos pequenos, não aos sábios e doutores, mas aos humildes! É a redenção, a libertação que chega com Jesus!

Já ouvimos de antemão os versículos do capítulo 9, 1-6, que serão proclamados como primeira leitura na noite de Natal: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu.”

Os anjos irão anunciar o acontecimento  do nascimento do Senhor, aos pastores, considerados “gentinha ignorante,” desprezados pelos sábios de Sião.” Aqui, neste capítulo, o anúncio é da redenção, da missão do Messias. “Deus fará germinar a semente, assim Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.”

Mas quando Deus fará isso? Perguntamos… Ele já está fazendo, com a ajuda das pessoas de boa vontade, que acreditam nele.

Pensemos em nós cristãos, ungidos no batismo e na crisma, nos sacerdotes, ungidos também no dia de sua ordenação, todos somos ungidos para anunciar a alegria, a esperança, a luz e a paz! No dia importante do batismo, quando dissemos sim ao sim de Jesus Cristo, o sacerdote nos entrega a vela acesa no círio pascal e nos diz: “receba a luz de Cristo” e exorta a mantê-la acesa até o fim.

Que significa  isso, senão a missão de anunciar a luz, a vitória da Vida! O cristão é naturalmente otimista, jamais poderá anunciar desgraças, derrotas. Neste momento de pandemia será bom examinarmos qual nossa atitude, esperançosa ou triste, desanimada? Ser otimista e ter pensamentos positivos durante a pandemia, é ser lúcido, crer em Deus, crer na Vida, o que não nos exime de cumprirmos todas as orientações médicas, que sigamos à risca o aconselhamento científico. Sabemos que vai passar! Mas não passou ainda.

Evangelho de João 1,6-8.19-28, fala da luz testemunhada por João Batista. Como a fama de João era muito grande e multidões o procuravam e seguiam-no no deserto, os judeus de Jerusalém enviaram emissários para perguntar quem era ele, se seria o Messias. E ele responde: “Eu sou a voz que grita no deserto”. João era homem lúcido, atendo aos acontecimentos. João percebeu que o Messias era Jesus!

E Santo Agostinho comenta: “…O Senhor, no princípio era a Palavra (Jo1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra eterna desde o princípio” (Sermão 293). A voz leva à palavra. Para nós, cristãos do século XXI, escutamos muitas vozes que nos trazem muito ruído, com fascínio e terror, mas apenas uma voz nos traz a paz, a segurança, a vida. É a voz da Igreja, de seus legítimos profetas, que nos trazem CRISTO: Palavra eterna do Pai. Essa palavra nos acalma, nos dá segurança, esperança e provoca em nós gestos de caridade, de amor capazes de transformar o mundo.

O Espírito do Senhor está sobre nós, desde o dia de nosso batismo, nos ungiu para levarmos luz, esperança, vida, para levarmos a Palavra que salva, ilumina, aquece e liberta! Somos convidados a sermos missionários (as) de Cristo, Palavra viva que se fez carne e habitou entre nós.

Na segunda leitura, da primeira carta aos Tessalonicenses 5, 16-24, o Apóstolo Paulo nos indica o permanente estado de alegria e de ação de graças em qualquer circunstância, mesmo esta que estamos vivendo; alegria não é mero contentamento, alegria é dom do E. Santo e vem do coração unido a Deus!

O Apóstolo pede o afastamento de toda e qualquer maldade e que sejamos santificados para a vinda do Senhor. E mais, não precisamos nos esforçar além do necessário porque será o mesmo Senhor que operará tudo em nós. Ele é fiel!

O Espírito do Senhor está sobre nós, nos ungiu para levarmos luz, esperança, vida, para levarmos a Palavra que salva. Para sermos “profetas do cotidiano!” Quem são estes profetas? Os cristãos que assumem vencer o mal fazendo o bem!

A última palavra é da vida, dom de Deus, que vence a morte. Este é o mistério Pascal que celebramos na Eucaristia! Fonte de nossa alegria! AMÉM