Diocese de Santo André

A Quaresma e a pandemia – desafios a enfrentar

“O tempo da Quaresma foi feito para aprender a esperar, para termos um olhar renovado, confiantes na paciência de Deus, que segue com ternura cuidando de sua Criação, enquanto não poucas vezes a maltratamos” [Papa FRANCISCO. Mensaje de Cuaresma]

A que serve a Quaresma?

Quaresma [Qr] é o tempo do Ano Litúrgico que se prolonga por quase sete semanas, desde a Quarta-feira de Cinzas [este ano 17/02] até a celebração da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa [exclusive] [este ano 01/04].

A liturgia da Qr remonta ao ano 384. Quando um adulto desejava ser discípulo de Jesus Cristo, era introduzido na comunidade para se preparar ao Batismo – Crisma e Eucaristia num progressivo itinerário de conhecimento, oração e conversão. Assim, ele percorria um itinerário catequético de 40 dias em preparação. Daqui é que se origina o nome de “quadragessima” [Pietro de Alexandria – †311]. [Cf. G.D. MICHELETTI. Quaresma e Semana Santa]

Na pandemia, o que fazer?

Certamente o nosso tempo está marcado por profundas mudanças: algumas benfazejas e outras dramáticas, entre as últimas, podemos elencar a “pandemia da Covid-19”, que parece ter deixado toda a humanidade de joelhos.

Nós entramos na Qr com esta pandemia às portas. E o papa Francisco nos estimula a vive-la como tempo de conversão, nos animando a termos o coração aberto ao amor de Deus que nos converte em irmãos e irmãs em Cristo. Para isso, as condições e a expressão de conversão devem manifestar-se pela prática do jejum, a oração e a esmola, que permitem encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma operosa caridade. Assim, somos estimulados a acolher e a viver a Verdade manifestada em Cristo, que podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus que nos ama. O jejum nos leva a descobrir de novo o dom de Deus e a compreender nossa realidade de frágeis criaturas que, sendo criados a sua imagem e semelhança, encontramos n’Ele a plenitude, permitindo, desde já, que Ele faça morada em nós para crescermos no amor fraterno.

Deste modo, e por causa do Covid-19, somos chamados a cuidar dos irmãos que se encontram em condições de sofrimento, abandono e angústia. Neste contexto de futuro tão incerto, o papa lembra o carinho de Deus em sua Palavra: “Não temas, eu estou contigo” [Isaías 41,10]. Apoiados nela, devemos oferecer caridosamente palavras de confiança aos nossos irmãos e irmãs fragilizados, para que sintam que Deus os ama filialmente [Cf. Papa FRANCISCO. “renovar la fe, la esperanza y la caridad” – AICA 12/02].

Aspectos para pensarmos

Disseminada a “pandemia do egoísmo“, contagiando a todos de um exagerado individualismo e marcada prepotência; deixemos que o coração seja contagiado “pelo vírus do amor fraterno“.

A seguir, coloco algumas propostas que, na atual conjuntura, podem ajudar a melhorar a humanidade, como Jesus deseja: Frente à idolatria do bem-estar, austeridade e simplicidade. Viver a austeridade evangélica produz uma energia liberadora e nos coloca em condições de compreender melhores situações de pobreza e necessidade de muitas pessoas. Procuremos entre todos uma vida digna e confortável, menos luxuosa.

Frente à cultura individualista, solidariedade. Impulsionar uma convivência social mais justa e fraterna onde todos sejamos verdadeiramente responsáveis de todos, como o papa Francisco pede incansavelmente na Encíclica “Fratelli tutti“.

Frente à insensibilidade social, afeto e amor próximo. Não apenas cobrir das necessidades materiais dos mais empobrecidos e vulneráveis, mas também oferecer e espaço de amizade, escuta, compreensão, carinho e ternura …

Frente ao fatalismo, responsabilidade e compromisso. As pessoas de fé devem estar convictas de que o Espírito do Ressuscitado segue atuando em todos os corações e que não permite perder ou esquecer a capacidade de sermos mais humanos e de organizar a sociedade de forma mais humana e humanizador [Cf. PAGOLA. Ser buena noticia para los pobres hoy].

* Artigo por Pe. Guillermo D. Micheletti

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