O bispo da Diocese de Santo André e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, Dom Pedro Carlos Cipollini, participou nesta quarta-feira (24/02), da reunião virtual do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o primeiro encontro de 2021 entre a Presidência da entidade, os presidentes das doze Comissões Episcopais Pastorais e representantes de organismos eclesiais.
O encontro teve início no período da manhã com a abordagem de várias temáticas, como a 58ª Assembleia Geral e a Campanha da Fraternidade, e retornou na parte da tarde com partilhas das comissões episcopais.
Assembleia Geral
Ainda no contexto de pandemia, a Presidência da CNBB buscou alternativas para a realização do encontro anual do episcopado brasileiro, que não ocorreu em 2020. Assim como outros eventos, a forma virtual do encontro foi a escolhida. Uma comissão de canonistas foi estabelecida para ajudar na preparação da 58ª Assembleia Geral da CNBB e analisa quais temas poderão ser debatidos e aprovados durante o encontro.
Foram consultadas as legislações canônicas sobre os procedimentos para votações e deliberações da Assembleia e o grupo orientou que não poderão ser feitas votações que impliquem em alteração de texto legislativo, como as modificações referentes à concessão de ministérios às mulheres, a aprovação da tradução da Terceira edição do Missal Romano, o novo estatuto da Conferência e o próprio tema central da Assembleia. Tais assuntos serão somente debatidos para encaminhamento posterior.
A comissão ad hoc de canonistas é formada pelo consultor canônico da CNBB, frei Evaldo Xavier; o arcebispo de Ribeirão Preto (SP), dom Moacir Silva; o arcebispo de Mariana (MG), dom Airton José dos Santos; e o bispo auxiliar de Brasília (DF), dom José Aparecido Gonçalves.
Alguns pontos da programação do encontro do episcopado também foram apresentados e foi feito o anúncio de que o arcebispo de Boston, nos Estados Unidos, cardeal Seán Patrick O’Malley, conduzirá o momento de espiritualidade da 58ª Assembleia Geral.
Campanhas da Fraternidade
Os bispos também abordaram as Campanhas da Fraternidade de 2021, já em curso, e a de 2022.
Sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, promovida em parceria com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), os bispos ressaltaram a pertinência de ressaltar o diálogo durante o tempo Quaresmal, cuja proposta é de oração, contemplação e conversão.
O bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, pontuou que a realidade em torno da CFE 2021 tem muitas faces, que permitem variados enfoques. “Se não entendermos essa realidade ‘multifacética’, não vamos entender as diferentes posturas. Aqui chegam observações de todos os tipos: contrárias e favoráveis, neutras e orantes”, partilhou.
Os bispos analisaram as críticas e apoios à Campanha da Fraternidade, como proposta da Conferência desde a década de 1960 para o tempo da Quaresma, o que, segundo o arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, “não podemos jamais por em questão”. E também avaliaram as reações específicas da campanha ecumênica deste ano, lamentando a ausência de diálogo. “É impossível compreender a fé cristã sem o diálogo”, destacou dom Jaime.
Coleta
Sobre a Coleta Nacional de Solidariedade, dom Joel Portella informou que foi aprovada em conjunto com o Conic a criação de um Conselho Gestor para os recursos arrecadados pela CFE 2021, o qual terá três membros indicados pelo Conic e outros três indicados pela CNBB. Dom Joel Amado presidirá o colegiado. Na minuta para a análise dos projetos, ficou definido que o comitê não aceitará propostas que firam os princípios de qualquer Igreja. A proposta é que sejam apoiados projetos ligados a situações de insegurança alimentar, proteção no caso da pandemia e formação para geração de renda.
“No horizonte do diálogo, precisamos fazer um longo caminho com muita coragem. Aquilo que a CNBB, a CF vivem, não é diferente daquilo que o próprio Papa Francisco vive num contexto mais amplo. Temos que enfrentar com a mesma serenidade, com a mesma alegria”, destacou o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo
Fraternidade e Educação
Já em vista da Campanha da Fraternidade 2022, o secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, apresentou o caminho já iniciado para a construção do texto-base. O tema já escolhido pelos bispos é “Fraternidade e Educação”. Foram apresentados a equipe de trabalho, composta por bispos, padres e professores; o lema bíblico “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26); o objetivo geral e os objetivos específicos.
Bispos e assessores deram indicações para enriquecer a construção do documento que conduzirá as reflexões na próxima edição da Campanha da Fraternidade.
Lux Mundi
Outro tema abordado na reunião foi a apresentação do trabalho desenvolvido pelo Núcleo Lux Mundi, um escritório instituído por meio de parceria da CNBB e da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) que vai auxiliar na organização dos trabalhos de instalação dos serviços diocesanos de proteção de crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis de acordo com o pedido do Papa Francisco na sua Carta Apostólica em forma de Motu Proprio “Vos Estis Lux Mundi” (Vós sois a luz do mundo).
Entre as diversas iniciativas já iniciadas, o Núcleo oferecerá um seminário on-line, de 8 a 10 de abril, com o tema “Sanando as próprias feridas”. O evento é direcionado aos bispos e aos integrantes dos Serviços Diocesanos de Proteção à Criança, ao Adolescente e às Pessoas em Situação de Vulnerabilidade. A formação vai tratar da aplicação do Motu Proprio do Papa, de diretrizes para implementação dos serviços diocesanos e da doutrina da proteção integral.
Fonte: CNBB
