Diocese de Santo André

O Desafio da Pobreza na Evangelização: Aula Magna de Dom Pedro retoma aulas da Escola de Teologia

“O Desafio da Pobreza na Evangelização”. Esse foi tema proposto e aprofundando pelo bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, durante a Aula Magna de abertura do ano letivo da Escola Diocesana de Teologia realizada na noite de terça-feira (23/02), com a presença de alunos e professores que participaram do encontro no formato virtual, em razão da pandemia da Covid-19.

Antes do início da palestra, o corpo diretivo com as presenças dos padres Paulo Afonso e Guillermo Micheletti, do professor Marcelo Magalhães e da secretária Renata Brandão, apresentou algumas orientações sobre a retomada das aulas online durante o primeiro semestre e a expectativa do avanço da vacinação para novos ajustes no curso.

Pe. Guillermo mencionou a teologia, enquanto à fé que transforma, que abraça a realidade e tenta a partir dos sinais dos tempos entender a vontade de Deus. Já o professor Márcio falou sobre o objetivo da escola, a partir das virtudes teologais, que iluminam o trabalho e ajudam as comunidades na evangelização.

Ao final do encontro, Pe. Paulo Afonso salientou a relevância dos pontos destacados por Dom Pedro para alunos e professores meditarem o papel da teologia. “Temos que ter uma resposta, a exemplo do próprio Cristo, tendo ele como modelo, para promover o ser humano pregando o evangelho, mas acima de tudo acolhendo na solidariedade aqueles que mais precisam de ajuda. A fraternidade é uma resposta para que a evangelização seja eficaz.”

Teologia a serviço da Igreja

No começo da exposição, Dom Pedro disse que a teologia é uma disciplina eclesial, e não uma disciplina por mera vaidade e por satisfação própria, mas na medida do progresso no estudo para se colocar a serviço da Igreja.

Destacando o tema central, o bispo disse que a pobreza é um desafio para a Igreja desde o tempo do Cristo, de como evangelizar na situação atual, onde a distância entre ricos e pobres se torna cada vez maior na sociedade.

E como evangelizar nessa situação?

Dom Pedro tem como base a certeza de que Jesus é o modelo ideal. “Ele sempre falou do Reino de Deus, bem como também quis promover o ser humano, não apenas como uma ideia abstrata, mas de corpo e alma, ou seja, uma unidade.”

Segundo o bispo, o desafio principal da pobreza no mundo de hoje é político, sendo as pessoas em situação de vulnerabilidade social, negros, idosos, jovens, mulheres muitas vezes tratados como descartáveis, que exclui pessoas do acesso à moradia, aos sistemas de saúde e educacional, frutos do narcisismo moderno e da cultura do individualismo. “Hoje, a sociedade gera um vazio. As pessoas não existem como gente, mas como imagem.”

Também podemos conceituar a pobreza: relativa, na questão cultural, o que é pobre no Brasil, não é a mesma coisa na África; a pobreza absoluta, aquele que não tem o necessário para viver; e conceito religiosos, da teologia da prosperidade, “porque muitos pregam quanto mais ricos, mais pobres amaldiçoados, mesmos conceitos que se tinham no tempo de Jesus. Também existe uma generalização maligna nesse significado, quando as pessoas, de maneira ideológica, apontam que o pobre é o principal causador da pobreza. Diante dessa realidade, muros se erguem e má distribuição de renda aumenta cada vez mais.

O que os cristãos podem fazer para mudar esse cenário?

Trabalhando com a solidariedade! “A política pode gerar leis que queiram de alguma forma contornar a situação, mas é justamente a religião que cria a fraternidade, porque trabalha com a questão da consciência.”

Dom Pedro continua: “O objeto da teologia é Deus, mas não fazemos teologia para Deus, e sim para a comunidade eclesial. Tem que servir à Igreja. O modelo (a ser seguido) é Jesus que promove a dignidade humana, que a partir da encarnação se faz um de nós, sente na carne as necessidades humanas, tem compaixão e quer ajudar de maneira concreta os mais empobrecidos.”

O bispo ainda citou a encíclica do Papa Francisco “Fratelli Tutti” (2020), ao falar da importância de se criar uma civilização do amor, agir com empatia, na discriminar as pessoas e unir as religiões pela fraternidade universal, além da Doutrina Social da Igreja, que ressalta a promoção humana e a busca da igualdade de condições para todos.

Avaliação 

A aluna da Escola Diocesana de Teologia, Márcia Medeiros, analisa que conforme colocações de Dom Pedro, no tempo de Jesus, os pobres também eram excluídos e marginalizados, e que nos tempos atuais, não deveria haver um número tão grande de pessoas passando necessidade, pois o mundo evoluiu muito e deveria ter um olhar mais humano.

“Quem estuda Teologia tem o dever de enxergar a importância da promoção do Ser Humano, inserindo-o na Comunidade Cristã, pelo anúncio do Evangelho de Jesus Cristo aos pobres e oprimidos, que, em sua essência têm corpo e alma em unidade, com direito a justiça e paz, com oportunidades de terra, teto e trabalho”, relata.

Solidariedade, fraternidade e empatia são necessárias para dizer não às indiferenças. Para isso precisamos de muita oração, reflexão e ação!

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