Diocese de Santo André

25 anos das Casas de Teologia e Filosofia: testemunhos vocacionais de quem faz parte dessa história

As Casas de Formação de Teologia e de Filosofia do Seminário da Diocese de Santo André completam 25 anos de inauguração no dia 22 de março de 2021. São duas décadas e meia de muitas histórias, eternas lembranças e um legado que acompanha a vida diária de padres e seminaristas rumo ao sacerdócio.

Atualmente coordenador da Região Pastoral Ribeirão Pires – Rio Grande da Serra e pároco da Paróquia São Sebastião (Igreja Matriz de Rio Grande da Serra), Pe. Rogério Duarte Irmão completará 20 anos de sacerdócio no dia 2 de dezembro deste ano. Ele recorda com carinho da convivência em ambos seminários.

“Minha experiência foi de profunda fé, que contribuiu para o meu crescimento pessoal e espiritual. O seminário me deu instrumentos e condições para ser um bom padre, nas pessoas de seus reitores e padres de pastoral, que nos ajudavam nas formações. Se hoje posso exercer bem o meu ministério, devo a toda essa estrutura de formação”, atesta o sacerdote, que iniciou os estudos de na Casa de Teologia em 1998, dois anos após a inauguração da casa na Vila Homero Thon, em Santo André.

Os seminaristas que conviveram com ele desde os estudos de Filosofia (1995-1997) foram João José de Sousa, o Pe. Joãozinho (pároco da Paróquia Bom Pastor, em Mauá), e Antônio Vicente Rodrigues (que não continuou os estudos). Na turma de 1998, Flávio Gomes de Alcântara (nomeado recentemente pároco da Paróquia Santo Antônio, em São Caetano), se juntaria a Rogério e João na turma que cumpriria os quatro anos de Teologia (1998-2001). A ordenação presbiteral do trio aconteceria no final de 2001.

 

O cuidado com a vocação

“Um episódio que aconteceu comigo no seminário expressou o cuidado da Diocese de Santo André com as vocações. Um carinho paternal, que depois tentei reproduzir ao assumir a função de formador nas casas de formação.”  Assim, Pe. Rogério relembra um drama pessoal que trouxe aprendizado na sua trajetória como seminarista e depois como sacerdote. “Passei por uma situação dolorosa na família e o Pe. Airton José dos Santos (que era o formador de Filosofia), hoje Dom Airton, arcebispo de Mariana (MG), me permitiu que eu fosse visitar os meus familiares, sendo um verdadeiro pai e me orientando neste momento difícil”, comenta.

“Isso demonstrou, de fato, a importância do cuidado da diocese com aquela vocação, a preocupação com a saúde emocional e com a boa formação de um padre. Foi uma história marcante que recordo até hoje”, revela.

A formação com futuros bispos

Algo peculiar na vida do Pe. Rogério e de alguns seminaristas aconteceu na segunda metade da década de 1990, quando tiveram como reitores padres que seriam ordenados bispos. “O Pe. Airton, hoje Dom Airton, me acompanhou durante todo o período de Filosofia (1995-1997). E o nosso querido Pe. Manolo, nosso reitor de Teologia em 1998, um homem íntegro, de presença espiritual muito marcante, que inspirava muita confiança, que depois se tornaria bispo Dom Manoel Parrado Carral  (atualmente na Diocese de São Miguel Paulista, em São Paulo)”, elogia. Nos últimos três anos de Teologia (199-2001), o responsável pela formação foi o Pe. Roberto Alves Marangon, o Pe. Beto (atualmente pároco da Paróquia Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema), que proporcionou “uma convivência pastoral incrível”, segundo Pe. Rogério.

“Minha gratidão sempre a eles. São exemplos de grandes padres e de bons formadores do ministério sacerdotal. De pastores que têm o coração conforme o coração de Jesus Cristo”, conclui.

 

Alegria e descontração
Ordenado padre no dia 7 de dezembro de 2002, Pe. Alex Sandro Camilo (atualmente reitor pároco do Santuário Nossa Senhora Aparecida, em São Bernardo) estava presente na inauguração da Casa de Filosofia, em 1996, e relembra como foi a preparação. “Foi um  momento bem gostoso, mas também muito corrido, limpando o jardim, plantando a grama, pintando a casa, deixando tudo em ordem” e dos momentos de confraternização que permanecem na memória. “As discussões na hora do estudo, as risadas, uns conversavam demais. A sala de estudo era comunitária, alguém sempre trazia uma piadinha, um ria, outro se estressava um pouco porque queria estudar. São momentos marcantes em nossa vida”, afirma.

Na turma de Filosofia  do ano de 1996, Pe. Alex teve a companhia de Orlando, Marcelo e Pedro (desses, apenas primeiro foi ordenado presbítero). Momentos de descontração que permanecem na memória. “Tempo muito bom. Ficavam dois seminaristas por quarto na minha época e tinha sorteio com quem cada um iria partilhar aquele semestre para existir uma sociabilização. Então, tinha aquele que ronca demais, aquele que dorme cedo. Eram brincadeiras saudáveis e edificantes”, pondera.

Neste período, as viagens eram realizadas de ônibus para a faculdade. “Imagine. Nós éramos em nove (contando os seminaristas de outras turmas). Todos meninos, jovens. Ônibus lotado, todos dando risada. Tudo virava uma festa. Era uma alegria”, recorda.

Na hora da refeição, o carinho pelas cozinheiras Cida e Helena, “verdadeiras mães para os seminaristas” segundo o Pe. Alex, jamais será esquecido. “Tinha o momento de lavar as louças, tinham panelas demais, queríamos estudar, nos divertíamos bastante”, conta.

 

Aprendizado e amadurecimento

No entanto, os momentos difíceis que ajudavam no amadurecimento vocacional não podem ser esquecidos. “Alguns ficaram doentes, perderam entes queridos, fomos solidários, tivemos companheirismo. É algo também que a convivência no seminário nos ensina”, relata.

Na Filosofia, Pe. Alex teve como formador nos dois primeiros anos (1996 e 1997), o Pe. Airton (Dom Airton José dos Santos, arcebispo de Mariana), “pessoa boníssima, corrigia quando necessário, mas muito paterno e amigo” e depois, no último ano de Filosofia (1998), o Pe. Décio Rocco Gruppi “um padre mais novo, com novas ideias e com novas propostas”.  Passados 25 anos, Pe. Alex olha para trás e enxerga outra realidade do mundo de hoje se comparada com o período em que a era da internet ainda dava os seus primeiros passos. “Naquela época, a preocupação era mais com as missas, organização das casas, saber se o seminarista está bem. Atualmente existem outros desafios, outras necessidades”, argumenta.
Pe. Alex deixa uma mensagem de ânimo e coragem para aqueles que estão na caminhada, na fase de discernimento ou mesmo aqueles que buscam o despertar da vocação em suas vidas.  “Peço a Deus que suscite vocações jovens que queiram ser padres, mesmo nestes momentos difíceis, de muitos desafios para a Igreja. Entreguem as suas vidas que com certeza, Deus fará grandes obras em nossa diocese”, complementa.

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