Sem a presença de fiéis, mas com a mesma fé e esperança na Ressurreição de Cristo, a Diocese de Santo André celebrou a Sexta-Feira Santa (02/04), de forma online, com a Paixão do Senhor, durante a tarde, e o Ofício das Sete Palavras, no período da noite, com o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini, na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense.
“Neste momento em que acabamos de proclamar a Paixão de Cristo por meio do Evangelho de João (Jo 18,1-19,42), nós nos voltamos para Cristo crucificado e é inevitável perguntar: Ele precisava sofrer tanto assim? Ora, o sofrimento de Jesus é proporcional ao Seu amor. Um amor infinito, um sofrimento infinito. Diz o Evangelho: “ Tendo nos amado, amou até o fim””, reflete Dom Pedro.
O bispo diocesano ponderou que estamos tão acostumados a olhar o crucifixo e não pensamos na dimensão profunda deste acontecimento, ao qual podemos comparar o que aconteceu com Cristo na Cruz a um pai de família de muitos filhos, que reúne os filhos e diz a eles. “O caminho da felicidade é este. E o pai pacientemente ensina tudo. Quando o pai acaba de ensinar, os filhos se voltam contra ele e o matam. Terrível, não é”, questiona Dom Pedro.
“É isto que aconteceu. Jesus aquele que o Pai enviou. A Deus ninguém jamais o viu. Jesus é a imagem de Deus vivo. Ele vem ensinar o caminho da felicidade, da santidade, da realização. Ele veio nos libertar do pecado, do mal. Mas a humanidade o rejeita. Aqueles que o matam, somos todos nós, que pelo pecado ajudamos a cravá-lo na cruz. Jesus é rejeitado também hoje”, recorda o bispo.
A misericórdia do amor para vencer o pecado
Num mundo marcado por guerras, divisões e desigualdades sociais agravadas pela pandemia da Covid-19, Dom Pedro reitera que Cristo passou por todo sofrimento para libertar a humanidade do pecado, na defesa de um projeto que valorize a paz em comunhão com o amor e suprima qualquer tipo de violência.
“Que possamos olhar Jesus, o servo de Deus sofredor que apresenta a primeira leitura do Profeta Isaías(Is 52,13-53,12), que muito tempo antes de Cristo, já descreve o sofrimento do Messias, o Messias sofredor, não o Messias dominador e violento. Todos os que são violentos não estão com Cristo. São os assassinos deste pai. Assassinam de novo Cristo nos irmãos, provocando morte, destruição, confusão. E é disso que o diabo gosta. Ele que está insuflando sempre tudo aquilo que é contra Jesus, como insuflou os que o condenaram, a partir de Judas, como diz o Evangelho de João (Jo 13,1-15), na última ceia, Jesus lhe oferece pão como sinal de amizade. Ele engole o pão e atrás dele entrou Satanás para trair Jesus e fazer toda confusão possível. Que nós escolhamos Jesus, que possamos aceitar a sua misericórdia e que possamos ser fiéis a Ele”, reflete Dom Pedro.
Na Sexta-feira da Paixão, a Igreja jejua e intensifica sua oração. Não se celebra nenhum sacramento neste dia. Geralmente às 15h ocorre a Celebração da Paixão, onde mais uma vez se contempla a narrativa da Paixão do Senhor, faz-se a oração universal, unindo a Igreja, as pessoas e as intenções gerais de todos os povos ao sacrifício redentor de Cristo. Faz-se também a adoração da cruz. Já o Sermão das Sete Palavras é uma tradição que recorda as últimas frases ditas por Jesus durante o seu sofrimento na cruz.
Santa Missa da Ceia do Senhor
Iniciando o Tríduo Pascal desta Semana Santa de 2021, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, celebrou na noite de quinta (1º/04), a Santa Missa da Ceia do Senhor, sem a presença de fiéis e apenas com transmissão online na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense.
Nesta celebração, o bispo diocesano recordou a instituição da Eucaristia, na qual o Senhor se dá como alimento nas espécies do pão e do vinho, e também o mandamento do amor, ilustrado pela prática do lava-pés, além do dom valioso do sacerdócio, representando a partir dos apóstolos para organizar a continuidade da missão de Jesus no mundo.
“Que essa celebração possa confortar o coração de cada um. Estamos de luto pela situação que vivemos, muitas mortes nesta pandemia, uma verdadeira tragédia para todos nós brasileiros. Coloquemo-nos diante do Senhor, no seu mistério de amor manifestado em Jesus Cristo. Queremos celebrar nesta última ceia, a instituição deste sacramento maravilhoso da eucaristia, do sacerdócio, e também o mandamento do amor, que Jesus deixa como seu testemunho”, enfatiza Dom Pedro, ao lado do pároco da catedral, Pe. Joel Nery, e do secretário episcopal, Pe. Camilo Gonçalves de Lima, que participaram da celebração.
Programação
Em razão das medidas restritivas da fase emergencial implementadas pelo governo do estado de São Paulo no combate à pandemia da Covid-19, da antecipação de feriados e do comunicado diocesano que suspende as atividades e celebrações com a presença de fiéis, a Diocese de Santo André realiza pelo segundo ano consecutivo, de forma online, a Semana Santa 2021 com transmissão pelas mídias diocesanas: Facebook e YouTube.
A programação prossegue neste Sábado Santo (3), às 18h, com a Vigília Pascal, mãe de todas as vigílias, marca o início do Tempo Pascal. A luz do Ressuscitado brilha em meio às trevas e a obra salvadora de Deus encontra sua plena realização. E no domingo (4), às 11h, a Missa da Páscoa do Senhor. Ambas celebrações serão presididas pelo bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini.