“A ressurreição é a transformação total do nosso ser. Do fundo da morte, Deus nos refaz e nos dá um corpo glorioso. E nos tornamos realmente ali, imagem e semelhança de Deus na sua totalidade. A ressurreição de Jesus é a nossa libertação do pecado. Pecado que me faz egoísta e que me impede de amar. A ressurreição de Jesus é também a libertação de nossa sociedade para que ela seja justa e fraterna, livre da opressão e da miséria.”
Celebrando a Vigília Pascal na alegria de professar a fé em Cristo Ressuscitado, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, disse durante a celebração do Sábado Santo (03/04), ocorrida na Catedral do Carmo, no Centro da cidade andreense, que Jesus desencadeia esse processo de libertação como causa da nossa esperança por um mundo sem injustiças e com mais empatia pelo próximo, na busca da retomada da dignidade dos pobres.
“Jesus é a causa de nossa esperança. A cruz é passagem. A ressurreição é o lugar definitivo de todos os cristãos que têm fé e de toda a humanidade. Na consumação dos tempos, a fé não consiste mais em ver e buscar Jesus, sentí-lo como Ele viveu na terra, mas a fé é sim saber encontrá-lo em suas manifestações invisíveis, nas realidades que nos cercam, nas pessoas, nas circunstâncias, na Igreja que prolonga Sua missão nesta terra”, elucida Dom Pedro.
A Vigília Pascal é considerada a celebração mais importante do calendário litúrgico cristão, tanto que recebe o título de Mãe de todas as vigílias, por ser a primeira celebração oficial da Ressurreição de Jesus. É também conhecida como celebração do Sábado de Aleluia, com velas, leituras sobre o plano de salvação de Deus, Batismo e Eucaristia.
No dia que em o consórcio de veículos de imprensa divulgou mais de 330 mil vidas perdidas pela Covid-19, Dom Pedro disse que essa pandemia é um sinal dos tempos para uma profunda reflexão sobre estamos agindo como cristãos e enquanto sociedade. “O que Deus quer dizer para essa nossa sociedade? É um mistério. Mas nesta pandemia devemos perceber a presença de Deus, a presença o Cristo morto, mas também ressuscitado, porque essa pandemia não é só ocasião de morte, de tristeza, mas também de muitos gestos de ressurreição, através de tantas pessoas que imitam Jesus dando a sua vida para salvar os irmãos”, sintetiza.
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