Pelo segundo ano consecutivo, em razão da pandemia da Covid-19, a celebração da Missa Crismal na Diocese de Santo André, que seria realizada na Quinta-feira Santa, ocorrerá no mês de agosto. E você conhece a origem e o significado dessa celebração?
Origem no século VII
O vigário geral da Diocese de Santo André e moderador da Cúria Diocesana, Pe. Ademir Santos de Oliveira, recorda que a Missa Crismal, também conhecida como a Missa dos Santos Óleos ou Missa da Unidade, começou a ser formatada como nós conhecemos, atualmente, por volta do século VII. “Na liturgia romana, na Quinta-feira Santa, esse dia era especialmente reservado para celebração e reconciliação dos penitentes, finalizando assim o tempo da quaresma e iniciando nesta quinta-feira, sobretudo, na missa vespertina, o tríduo pascal”, elucida.
Ao longo deste século VII, conforme o Sacramentário Gelaziano, ocorreu uma mudança substancial nesta forma, passando a ser celebradas três missas, na Quinta-feira Santa: uma pela manhã, bem cedo, que era destinada à reconciliação dos penitentes; outra ao meio-dia, onde nesta missa se consagrava o óleo da crisma e também se abençoavam os óleos dos catecúmenos e dos enfermos; e uma última depois ao entardecer ou início da noite, a missa que fazia memória da Ceia do Senhor.
“Já no século X, no Pontifical Romano Germânico, não aparece mais a missa da manhã cedo, apenas a missa do meio dia, Missa Crismal, e depois a missa da Ceia do Senhor, no início da noite”, atesta.
Significado e expressão de unidade
Essa missa tem um significado muito profundo, porque nela encerrando o tempo da Quaresma e, sobretudo, quando durante a Vigília Pascal, no Sábado Santo, era feito comumente a celebração de batismo dos catecúmenos. Então, se necessitava usar também os óleos consagrados e o óleo dos catecúmenos, e sobretudo, do Crisma. De acordo com Pe. Ademir, que também é pároco da Paróquia São Judas Tadeu (Região Santo André – Centro), essa missa reunia toda a diocese, o bispo e o seu presbitério, para que todos unidos na unção do Espírito Santo, a Igreja que recebeu essa unção do próprio Senhor, celebrar, então, essa unidade eclesial em volta do bispo. E também sinaliza assim, como para recordar sempre a Igreja, que a origem de todos os sete sacramentos têm essa origem pascal na Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
“É uma missa que convida a todos expressarem essa unidade, essa comunhão, essa sinodalidade, de ser Igreja realmente corresponsável, coparticipativa, enfrentando sempre os desafios dos tempos atuais. Acolhendo e, sobretudo, sendo missionários”, enfatiza.
Renovação das promessas sacerdotais
É um momento de renovação das promessas sacerdotais, também. “É uma missa que nos faz recordar todo o compromisso que nós assumimos, porque nessa celebração também, novamente, renova as promessas de ordenação sacerdotal, seja também em referência a isso, porque o presbítero, o ministério ordenado está sempre a serviço do ministério real, do ministério sacerdotal de todo povo santo de Deus”, salienta.
Por fim, a missa é muito significativa para todos. “É necessária para que a gente continue conduzindo a nossa vida como Igreja, como diocese sempre na unção que vem Deus e a força do Espírito Santo que nos impulsiona sempre na missão.
Missa Crismal no dia 4 de agosto
A celebração da Missa Crismal será celebrada no dia 4 de agosto de 2021 (quarta-feira), às 9h. presidida pelo bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini e contará apenas com a participação dos sacerdotes e diáconos da Diocese de Santo André, sendo celebrada sem a presença de fiéis e transmitida pelas mídias diocesanas: (Facebook: https://bit.ly/35YfmwA YouTube: https://bit.ly/2zHgOqU). A data também recorda o Dia do Padre e de São João Maria Vianney (Cura D’Ars), o padroeiro dos sacerdotes.
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