O ponto alto da segunda parte da reunião do Conselho Permanente na tarde da quarta-feira, 20 de outubro, foi a votação e aprovação sobre o formato da 59ª Assembleia do Episcopado Brasileiro em 2022. Após a apresentação do processo de consulta realizado pelo bispo-auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado junto à assessorias especializadas, incluindo médicos, gabinete de crise da entidade e bispos representantes dos 19 regionais surgiu a ideia de realização do evento em dois formatos e etapas.
A primeira etapa, a ser realizada em formato totalmente virtual, está prevista para 25 a 29 de abril de 2022, no mesmo formato que aconteceu a 58º AGCNBB em 2021. Nesta etapa, serão discutidos os assuntos de estudo, comunicações, análises de conjuntura e os temas que não exigem votações presenciais. A segunda etapa, prevista para 29 de agosto a 2 de setembro, será realizada de modo presencial, mas garantindo a possibilidade de participação dos bispos que optarem por não participar presencialmente. Nesta etapa, serão priorizados os assuntos que o Estatuto da CNBB e o Direito Canônico exigem presencialidade para votação, como por exemplo o Missal e a aprovação do Novo Estatuto da CNBB.
Após a aprovação do formato, o secretário-geral informou que entra em fase os estudos para adequação da realização da etapa presencial de modo a garantir as observações e cuidados sanitários tendo em vista a pandemia do Coronavírus. A realização da 2ª etapa será realizada em setembro, conforme informou o secretário-geral, considerando a perspectiva de uma maior segurança quanto ao processo de vacinação e controle da pandemia no Brasil.
Reunião da Presidência com as 5 macrorregiões brasileiras
Além do formato de realização da 59ª AGCNBB, foi apresentado aos membros do Conselho Permanente o processo de síntese das escutas feitas pela presidência da CNBB com representantes das cinco macrorregiões brasileiras entre 1º a 9 de setembro deste ano, com destaque para os principais temas e assuntos surgidos das conversas, como o contexto eclesial da Igreja (desafios e perspectivas), o ano eleitoral de 2022, a 59ª AGCNBB e problemas e desafios de cada região.
Sínodo 2023
O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, informou, como membro da Comissão de Animação no Brasil do processo do Sínodo 2023, sobre o processo da Assembleia dos Bispos. De acordo com ele, ja aconteceu a abertura oficial com o Papa e agora a abertura nas dioceses a partir das motivações dadas pelo Vade Mecum e pelas formações realizadas pela Comissão de Animação no Brasil. Informou que a equipe nacional tem trabalhado incansavelmente para responder às questões que chegam das dioceses. “Temos agora só que agradecer. Temos vários feedkbacks das aberturas e podemos dizer que as dioceses estão aderindo com muito vigor, criatividade e força ao processo de escuta do Sínodo”, disse.
Também foi informado sobre o processo de reestruturação do Setor Social da CNBB com o foco de atuação em três linhas: fortalecimento do Fundo Nacional de Solidariedade, da ação social da CNBB e nos regionais e do Projeto Correndo Atrás de um Sonho que a entidade mantém em Brasília-DF.
Processo eleitoral 2022
O arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo propôs ao Conselho Permanente o levantamento de sugestões tendo em vista um amadurecimento da atuação da entidade no contexto da eleições de 2022, uma vez que estas se apresentam como muito polarizadas.
Os membros do Conselho Permanente levantaram as seguintes sugestões: Não aceitar o proselitismo nas missas, implementar projetos como Reencantar a Política, com elaboração de um caderno de formação para as eleições – impressa e virtual – vídeos, podcasts e cards para redes socais; Identificar candidaturas/mandatos populares e coletivos para apoio; viabilizar uma formação às candidaturas do campo popular em parceria com a PUC Minas, colaborar para identificar e prevenir a disseminação notícias falsas, cuidar para que os temas da defesa da vida (como o aborto) não sejam apropriados de forma ideológica e partidária, fortalecer as Escolas de Fé e Política e avançar em diálogos com organizações sociais inspirados no conceito de “melhor política” expresso na Fratelli Tutti e também em defesa da Casa Comum expresso na Laudato Sí.
Ainda foram apresentados as sugestões de que a Igreja busque um contato e maior diálogo e aproximação com o mundo político e invista na formação de leigos para atuar no espaço público. Criar e produzir cartilha (Sul 2 e Laicato) sobre as questões fundamentais de orientação ao povo a partir da Doutrina Social da Igreja com linguagem acessível. Formar o povo e os candidatos no longo prazo, pensando a partir das ferramentas da educação à distância e novas tecnologias no sentido de desfazer mitos do campo político.
1ª Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe
O arcebispo de Londrina (PR) e presidente do Regional Sul 2 da CNBB, dom Geremias Steinmetz informou que os delegados à Assembleia receberam da organização do evento a síntese narrativa sobre a 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe. O material será enviado pelo secretário-geral da CNBB aos bispos do Brasil e aos 80 participantes da etapa presencial.
Fonte: CNBB