Diocese de Santo André

Dom Pedro celebra Dia Mundial das Missões e recorda os 73 anos da autonomia de São Caetano do Sul

O Bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, celebrou na manhã deste domingo (24/10), a Missa em Ação de Graças pelo Dia Mundial das Missões e pelos 73 anos de autonomia da cidade de São Caetano do Sul, que recordou a tradição do Movimento Autonomista que uniu a população em 1948 e conquistou no voto, a criação do município que até então era apenas um subdistrito de Santo André.

A celebração, que também encerrou a novena da Sagrada Família, foi realizada com a presença de fiéis na Igreja Matriz, a Paróquia Sagrada Família, no Centro da cidade, e contou com as participações do pároco Pe. Paulo Borges, CSS, do vigário paroquial, Pe. José Aguiar Nobre, CSS, do prefeito de São Caetano do Sul, Tite Campanella, do deputado estadual Thiago Auricchio, membros do GAMA (Grupo dos Amigos do Movimento Autonomista) e demais autoridades públicas.

 

Jesus, o Mestre Missionário
No Dia Mundial das Missões, celebrado dentro do Mês Missionário, Dom Pedro elucidou sobre o evangelho (cf. Mc.10,46-52) que mostra Jesus como missionário. “Apesar do grande poder, Jesus fazia poucos milagres. O milagre não era demonstração do seu poder, mas do amor de Deus para com a humanidade e um modo de ser com base no mandamento do amor: amar a Deus e amar o próximo. O Reino de Deus é um modo de vida”, sintetiza o bispo, ao se referir à passagem que fala do encontro de Jesus com o cego Bartimeu, saindo de Jericó. “Pedimos a graça de não ficar na escuridão e enxergar Jesus, assim como Ele fez o cego enxergar e Jesus se torna seu mestre, que Ele nos ensine a ver as maravilhas que Deus faz em nossa vida. Sendo curados da cegueira do egoísmo, abrir os nossos olhos para ver a realidade, em especial daqueles que mais sofrem”, comenta.

Dom Pedro também parabenizou os paroquianos da igreja pela realização da Novena da Sagrada Família, que refletiu ao longo dos nove dias, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia (2016), no Ano Família Amoris Laetitia (2021-2022) convocado pelo Papa Francisco. “Rezemos para que as famílias tenham dignidade”, finaliza.

 

O legado da liberdade e a luta por um ideal
Sobre a comemoração dos 73 anos da autonomia de São Caetano do Sul, Dom Pedro, que é cidadão honorário da cidade, destacou o fato de que o município, com muita luta e empenho, conquistou o direito de ser independente. “A população queria liberdade para existir de forma autônoma como uma cidade. O que faz a honra de uma cidade é a liberdade. Tanto é que o escudo da cidade tem a coroa mural, que está sobre o escudo, o brasão, que significa a liberdade, porque a cidade é o lugar onde os cidadãos são livres”, explica.

De acordo com o bispo, a autonomia de São Caetano foi pautada por um ideal, assim como deve ser o ideal da cidade, próspera e bem estruturada, de não caminhar sozinha e ajudar as populações mais pobres e necessitadas.  “Porque a nobreza  de um povo e a sua capacidade humana se mede pela atenção que se dá aos pobres, fracos e necessitados. Assim como a nobreza de Jesus, a sua divindade se mede pela atenção que Ele deu a esse cego, curando, tirando-o da marginalidade e fazendo dele um homem digno, que o seguia pelo caminho, penso que esse foi o ideal nobre, humanitário, patriótico, cidadão que animou os autonomistas e que deve continuar animando a nobre população dessa cidade”, reflete Dom Pedro.

 

O legado dos autonomistas
Antes do encerramento da missa, o presidente do GAMA (Grupo de Amigos do Movimento Autonomista), João Tarcísio Mariani, saudou Desiree Malateaux Netto, e através dele, os dois autonomistas que não puderam comparecer nesta data, Mário Porfírio Rodrigues e Ettore Dal’Mas, apenas os três vivos dos 95 autonomistas. “Estamos reunidos para agradecer a Deus e para agradecer aos autonomistas, que nos deixaram um legado da liberdade e do desenvolvimento pelos quais lutaram com ideal e determinação”, disse Mariani.

“Os autonomistas foram “Bartimeus” de seu tempo, pois com fé saíram pelas ruas de São Caetano, clamando de porta em porta, até serem ouvidos por quem faria acontecer a autonomia, ou seja, o povo esquecido em suas necessidades, mas solidário em suas reivindicações”, complementa Mariani, ao citar o evangelho do dia que tratou da cura do cego Bartimeu, movido pela fé de que encontraria alguém que o faria enxergar. Este alguém foi o próprio Jesus Cristo.

Membros da diretoria também estiveram presentes: Morisa Garbelotto, José Cabrino, Humberto Pastore, Márcia Benincasa e Wagner Natale.

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