Diocese de Santo André

Unidade: Dom Pedro, clero e fiéis promovem abertura da etapa do Sínodo dos Bispos na Diocese de Santo André

“Esse processo sinodal na nossa diocese quer ser um momento de graça! Então vamos assumi-lo! Todos vocês, queridos agentes de pastoral que já passamos juntos por essa experiência bonita do nosso primeiro Sínodo Diocesano. Vamos assumir esse processo como está sendo proposto pelo nosso querido Papa Francisco e como nós, através da Coordenação de Pastoral, já foi programado. Vamos aderir com amor, com entusiasmo, porque quem dirige tudo é o Espírito Santo.”

O bispo da Diocese de Santo André e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Pedro Carlos Cipollini, conclamou na noite de terça-feira (19/10), o clero e todos os cristãos leigos a participarem da fase de diálogo e escuta diocesana do Sínodo dos Bispos, inaugurada oficialmente durante a Santa Missa realizada na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense. A celebração reuniu aproximadamente 250 pessoas, entre padres, seminaristas, religiosos e religiosas, e representantes de pastorais, movimentos e das 105 paróquias e da quase paróquia, sendo transmitida pelas mídias diocesanas e pela TV Evangelizar. Clique e assista aqui

Aprofundando a prática da sinodalidade, o “caminhar junto do povo de Deus na história”, o que caracteriza a Igreja desde os seus primórdios, Dom Pedro recordou que a Diocese de Santo André está preparada para iniciar esse processo de escuta e diálogo, em comunhão com todas as dioceses e arquidioceses que já realizaram a abertura dessa fase, no domingo passado (17/10), ao recordar a trajetória do primeiro Sínodo Diocesano (2016-2017) que envolveu todas as comunidades, pastorais, leigos e o clero, numa caminhada que ouviu e uniu toda a Igreja diocesana, apontando a prioridade eleita para o quinquênio 2018-2022: “Ser uma Igreja que fortaleça a Cultura e a Espiritualidade do Acolhimento em permanente Ação Missionária”.

“Tivemos essa oportunidade de vivenciar, de antemão, tudo isto que está sendo proposto para a Igreja, a nível mundial. Nossa Igreja diocesana na vivência do Sínodo Diocesano Começou nas comunidades, nas paróquias, nas dez regiões pastorais de nossa diocese, nas assembleias e na assembleia final, que votou, após invocar o Espírito Santo, com grande força e fé, as prioridades para a caminhada de nossa Igreja, que quer ser uma Igreja de Acolhida e Missão. A nossa vivência do Sínodo foi uma preparação remota para aquilo que estamos vivenciando”, relembra Dom Pedro.

O bispo diocesano também fez um agradecimento especial à TV Evangelizar, ao Padre Reginaldo Manzotti, e a todos que estiveram empenhados na transmissão da celebração da abertura fase diocesana do Sínodo dos Bispos.


Três passos da fase diocesana do Sínodo dos Bispos
Um momento emocionante ocorreu durante a procissão de entrada com o bispo e o clero, quando leigos representando as dez regiões pastorais carregavam velas acesas, simbolizando essa unidade entre toda a Igreja proposta pelo Sínodo dos Bispos, que seria sacramentada antes da benção final com as mesmas velas sendo entregues aos sacerdotes representantes de cada região, que unidos ao povo, realizaram a Oração do Sínodo dos Bispos e uma Ave Maria na intenção do Papa Francisco.

Essa é a primeira vez que o Papa convoca a Igreja inteira a participar da preparação de uma assembleia do Sínodo, que ao longo de dois anos ocorrerá de forma descentralizada e com um itinerário composto de três fases (diocesana, continental e universal), por meio de consultas e discernimento do povo de Deus (leigos, sacerdotes, missionários, consagrados, bispos, cardeais), que culminará com a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, a ser realizada em outubro de 2023, em Roma, na Itália.

Alinhado com o tema do sínodo: Por uma Igreja sinodal: Comunhão, Participação e Missão, Dom Pedro elencou três características fundamentais desse processo de escuta e diálogo, durante a reflexão apresentada em sua homilia ao povo de Deus.


O Encontro que gera comunhão e participação
“Esse Sínodo se baseia no encontro, a proposta é que nós nos encontremos, olhemos nos olhos, possamos nos acolher todos juntos, uma Igreja onde um único Senhor é Jesus, e todos somos servidores do sacerdócio ministerial orientado para o sacerdócio comum dos fiéis. E o sacerdócio comum dos fiéis recebido no batismo, voltado para seus pastores numa harmonia, não difusão, mas de comunhão. Esse encontro entre nós deve gerar comunhão e participação”, salienta Dom Pedro.


A Escuta com amor e sem preconceitos
O bispo recorda que o Papa Francisco insiste muito que o processo sinodal deve ser um processo de escuta, cada um escutando o outro com amor, sem preconceitos, e todos tendo a coragem de dizer o que pensam, na fraternidade, na harmonia, na civilidade e no respeito de irmãos para com irmãos.

“Então, essa escuta é muito importante, porque Cristo Jesus, o Filho de Deus vivo, veio como servo e escutou as dores da humanidade, escutou aqueles que se encontraram com Ele, de coração aberto e disse: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). E esse alívio vem em primeiro lugar pela escuta respeitosa, humilde, porque ninguém é tão sábio que não tenha nada a aprender com o outro e ninguém é tão desprevenido que não possa enriquecer o outro com aquilo que sabe”, elucida.


Discernir o que o Espírito Santo quer dizer
à Igreja
Segundo Dom Pedro, uma das propostas é discernir o que o Espírito Santo quer dizer à Igreja, no meio desse mundo dividido dominado pela ganância e o lucro que tem coragem de negar a ciência quando ela mostra algo que vai contra ao interesse desta ganância e deste lucro desmedido.

“Como por exemplo, a ciência nos prova que sem a partilha do pão não haverá paz no mundo, Então, daí surge o negacionismo, ignorante, mal intencionado, porque aquilo que Deus diz e a ciência também diz não interessa ao egoísmo humano articulado e organizado a nível mundial. Porém, Deus é maior, Deus está presente nas nossas realidades. Tanto aquelas alegres, risíveis, como tristes, dramáticas para conduzir com seu espírito sua história, assim como o fermento vai impregnando toda massa da humanidade”, explica o bispo.


Participação do Povo de Deus
Representantes leigos das 105 paróquias, da quase paróquia das dez regiões pastorais e dos movimentos, pastorais e associações participaram da missa de abertura do Sínodo dos Bispos na Diocese de Santo André e agradeceram a oportunidade concedida pelo Papa Francisco, de forma inédita, para colaboração de toda a Igreja.

A professora Cacilda Natalice da Silva Paulino, 47 anos, que coordena a Pastoral dos Coroinhas e Cerimonialistas da Paróquia São Jorge, na Região Santo André – Leste, disse que é uma honra muito grande participar dessa abertura do sínodo, que simboliza o “caminhar juntos”.  “Participar do início desse processo, dessa caminhada, junto com toda Igreja, essa oportunidade que o papa ofereceu para todos nós é de grande mensura. Não tenho palavras para descrever essa alegria”, frisa.

Para a advogada Thais Cristina Araujo Rodrigues,  33 anos, que integra a  Comissão Diocesana de Tutela dos Menores e Pessoas Vulneráveis e participa da Paróquia São Geraldo Magella, na Região São Bernardo – Centro, é uma grande alegria estar participando desse sínodo que o Papa Francisco convocou para todos o clero e leigos.  “Eu, como leiga participante ativa na comunidade, me sinto honrada com isso. Acho muito importante essa abertura dos leigos, de conhecer a realidade de cada paróquia. O papa deu essa oportunidade a todos nós e temos que aproveitar, porque a Igreja é isso. Temos que somar forças para juntos caminhar para o Reino de Deus”, destaca.  “Como leiga católica me sinto muito feliz em participar desse momento. é uma abertura que o papa nos dá para crescermos na unidade como Igreja e como cristãos”, comenta a auxiliar administrativo Luzinete de Assis Silva, 53 anos, que atua na Paróquia Maria Mãe dos Pobres, em Diadema, como ministra da comunhão, na Catequese e no Ministério de Música.

Os encontros da fase diocesana de escuta e diálogo do Sínodo dos Bispos acontecerão em todas as paróquias, comunidades, movimentos e pastorais durante o mês de novembro. Após algumas etapas, a síntese final com todas as contribuições e propostas será encaminhada à CNBB até o dia 22 de março.

Fotos: Eva Casagrande

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